ECONOMIA Consórcios registram recorde apesar da pandemia Publicada em 29/12/2020 às 15:30 De janeiro a novembro, o Sistema de Consórcios vendeu 1,21 milhão de novas cotas, atingindo um total de 2,77 milhões de adesões. Conforme destaca a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac), o nível de adesões superou em 4,9% o volume registrado nos primeiros 11 meses de 2019, que foi de 2,64 milhões, sendo o maior atingido na última década. Com os negócios fechados no período, o setor faturou R$ 150,53 bilhões. A quantia ultrapassou em 23,4% os R$ 122,01 bilhões alcançados no ano passado. Somente em novembro, foram contabilizadas 130.650 cotas de veículos leves, 92.640 de motocicletas, 45.350 de imóveis, 13.350 dos veículos pesados e 7.140 dos eletroeletrônicos. A menor parcela foi a de serviços, com 5.810 cotas. Consorciados contemplados No balanço dos 11 meses, observa-se que, apesar das novas cotas, houve queda na quantidade de pessoas contempladas pelos consórcios, que conseguem adquirir o bem ou serviço pelo que pagaram mediante sorteio ou lance maior do que o dado pelos demais membros do grupo. O acumulado no período foi de 1,09 milhão de consorciados contemplados, soma 2,7% menor do que a de 2019, de 1,12 milhão. Os créditos disponibilizados aos contemplados cresceram 22,2%, chegando a R$ 47,01 bilhões. De janeiro a novembro de 2019, o total havia sido de R$ 38,47 bilhões. A Abac informa que, em novembro, o valor médio do tíquete subiu 29,9%, passando de R$ 49,04 para R$ 63,78, em relação a 2019. Na comparação com outubro deste ano, o aumento foi de 7,1%. Efeitos da pandemia e perfil de interessados O presidente da regional de São Paulo da Abac, Vitor Cesar Bonvino, diz que a pandemia de covid-19 provocou na população em geral reflexões sobre a importância de se poupar dinheiro e aplicá-lo melhor. "As pessoas, ficando em casa, começaram a meditar, a questionar até os próprios consumos", argumenta, adicionando que houve bastante procura por consórcios de reforma de imóveis, desde que a crise sanitária começou. Bonvino acredita que, embora tal fator tenha peso nos resultados do setor, há, ainda, uma confluência de vários outros. Ele cita o baixo rendimento da poupança, o aumento da taxa de desemprego no país e a inflação. Sobre o perfil de pessoas que acabam aderindo à modalidade de consórcio, Bonvino comenta que não é possível afirmar com certeza que são, em sua maioria, de baixa renda, mas que suspeita que haja relação com essa parcela da população. "Uns, por exemplo, podem pagar junto com o aluguel, outros não podem, outros já têm patrimônio e estão ampliando, para ter renda, outros para trocar, fazer melhorias na sua residência", pontua, informando que, em janeiro, a entidade deve divulgar uma pesquisa que revela mais detalhadamente quem é que mais se interessa por consórcios. "No caso dos imóveis, todos são de longo prazo, 200 meses, 240 meses. Então, será que alguém fez uma compra por impulso? O que vem de informações de equipes de venda é que não, é ao contrário, são pessoas que já deixaram o dinheiro na poupança, que rende pouco ao ano, tiram aquele dinheiro, se programam para dar um lance ou ficam se programando, porque, ao ter o imóvel, vão ter renda", completa. Perguntado sobre a questão da incerteza de o consórcio dar o retorno esperado ou não, já que a aquisição depende de lance ou êxito no sorteio, o representante da Abac diz que o consórcio serve bem àqueles que não pretendem ter o bem ou serviço de imediato. "Entendo que, quando a pessoa compra pelo consórcio, tem o horizonte alargado, não está fazendo aquela aquisição em um grupo de 60 meses dizendo: vou comprar a cota agora e tirar no meio seguinte. Não existe esse fator, mas tem os mecanismos de antecipação, que é o lance, o pagamento da parcela antecipada, que aí entraria no aspecto da entrada. Quer dizer, se tenho recurso, dou o lance", diz. "O critério da incerteza tem um peso, sem dúvida nenhuma, mas a gente trabalha para que a pessoa pense: sou um sortudo, vou tirar no primeiro mês, segundo mês. Não é esse nosso objetivo. Ao contrário, fazemos com que a pessoa seja estimulada a planejar, programar a retirada do bem ou serviço", finaliza. Fonte: Agência Brasil Leia Também Consórcios registram recorde apesar da pandemia OAB vai ao STF contra ação de governos estaduais para derrubar regramento do CNJ que disciplina pagamento de precatórios Terremoto de magnitude 6,4 deixa mortos na Croácia União Europeia decide comprar mais 100 milhões de unidades da vacina da Pfizer Agentes de Saúde de recebem uniformes, tabletes e outros equipamentos de trabalho Twitter Facebook instagram pinterest