SENTENÇA Irã executa o opositor Ruhollah Zam Publicada em 12/12/2020 às 10:29 O Irã executou neste sábado o opositor Ruhollah Zam, que morou por anos como exilado na França, após a confirmação da condenação à morte por seu papel nos protestos contra o governo de Teerã em 2017 e 2018. "O contrarrevolucionário" Zam foi enforcado durante a manhã, após a confirmação de sua sentença pela Suprema Corte devido à "gravidade dos crimes" cometidos contra a República Islâmica, anunciou a televisão estatal. O principal tribunal do país havia confirmado a pena de Zam na terça-feira. O porta-voz da Autoridade Judicial, Gholamhosein Esmaili, afirmou no dia 8 de dezembro que o Supremo Tribunal havia se pronunciado "há mais de um mês" sobre o caso de Zam e confirmado o "veredicto (anunciado em junho pelo) tribunal revolucionário" de Teerã. A organização Repórteres Sem Fronteiras (RFS) expressou "indignação" com a execução de Ruhollah Zam. Em uma mensagem no Twitter, a RSF, que acompanhava de perto o caso do opositor, indicou que "desde 23 de outubro havia alertado sobre a iminência da execução" à Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet. A RSF acrescenta que está "indignada que o Poder Judiciário iraniano e o patrocinador deste ato @ali_khamenei tenham cumprido a sentença", mencionando o líder supremo iraniano, Ali Khamenei. A organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional, que chamou Zam de "jornalistas e dissidente", criticou durante a semana a confirmação da sentença. De acordo com a AI, a República Islâmica recorre cada vez mais à "pena de morte como arma de repressão", o que chamou de "espantoso". Zam viveu no exílio na França durante vários anos, antes de ser detido pela Guarda Revolucionária, o exército ideológico da República Islâmica, em circunstâncias obscuras. A detenção foi anunciada em outubro de 2019, mas o Irã não explicou onde e quando aconteceu. A justiça acusou o opositor, que tinha 47 anos, de estar "dirigido pelo serviço de inteligência francês" e ser apoiado pelos serviços secretos dos Estados Unidos e de Israel. - "Corrupção na terra" - Zam, que tinha o status de refugiado na França, dirigia um canal (AmadNews) na plataforma de mensagens Telegram. Ele foi condenado por desempenhar um papel ativo, com o canal, nos protestos do fim de 2017 e início de 2018. Ao menos 25 pessoas morreram nos distúrbios que afetaram dezenas de cidades iranianas entre 28 de dezembro de 2017 e 3 de janeiro de 2018. Teerã descreveu o movimento de protesto contra o elevado custo de vida como uma "sedição", que rapidamente ganhou um caráter político. Atendendo um pedido das autoridades iranianas, o Telegram encerrou o AmadNews, que tinha quase 1,4 milhão de seguidores. Teerã acusou o canal de "incitar a violência". O processo de Zam começou em fevereiro. Em junho, o opositor foi declarado culpado de todas as acusações apresentadas: "corrupção na terra", uma das acusações mais graves na República Islâmica - que pode ser punida com a pena capital -, "delitos contra a segurança interna e externa do país, espionagem para os serviços de inteligência franceses e insulto ao caráter sagrado do islã". Com pelo menos 251 execuções em 2019, o Irã é o segundo país que mais recorre à pena capital, atrás apenas da China, de acordo com o mais recente relatório mundial sobre a pena de morte da Anistia Internacional. Fonte: AFP Leia Também Irã executa o opositor Ruhollah Zam IFRO de Vilhena oferta cursos técnicos gratuitos para estudantes Prefeitura de Ariquemes recebe mais de 400 caixas com materiais pedagógicos para os alunos da educação infantil Suprema Corte rejeita recurso do Texas que questionava resultado da eleição presidencial Em Ji-Paraná, adequações no Aeroporto José Coleto impulsionam desenvolvimento da aviação regional Twitter Facebook instagram pinterest