RETICÊNCIAS POLÍTICAS O “efeito Orloff”: com o agora apressado Hildon Chaves a CAERD poderá ser a “ENERGISA amanhã” Publicada em 11/12/2020 às 10:46 Caso alguém não lembre ou não tenha idade para lembrar, o chamado “efeito Orloff” foi uma propaganda de vodca dos anos 1980. Nela, o protagonista acorda de ressaca porque tomou vodca ruim. “Eu sou você, amanhã”, diz. O “efeito Orloff” se tornou, nos anos 90, um chavão para comparar Brasil e Argentina; ou seja, um seria o outro no futuro. Hildon Chaves demonstra estar empenhado em criar um “efeito Orloff”, com a privatização da água e do saneamento, atualmente feito pela CAERD, cujos serviços estão longe de serem bons – até pela sabotagem de gestores interessados em abrir caminho à privatização – mas, basta lembrar que todo mundo reclamava da CERON e a esmagadora maioria defendeu a privatização e deu no que deu: não houve melhoras dos serviços e as tarifas subiram abusivamente assim que a Energisa assumiu, mais de 25%. Hildon parece querer que a CAERD seja a “Energisa amanhã”. A sanha privatista do prefeito tucano Hildon não é de hoje, pois ele já tentou implantar as famigeradas Organizações Sociais (OSs) na saúde de Porto Velho, as quais são responsáveis por incontáveis denúncias e escândalos pelo Brasil afora, como as que resultaram no afastamento do governador Witzel do RJ. Felizmente, neste caso das OSs, o prefeito não conseguiu o seu intento. Agora Hildon vende a ideia falaciosa de que a privatização da água e do saneamento da Capital seria a panaceia que resolveria todos os males nessa área: teríamos água tratada e esgotamento sanitário para todos, com bilhões de reais em investimentos de empresas privadas. Será que o incauto cidadão de Porto Velho acredita nisso? E em Papai Noel e em Mula Sem Cabeça? Ora, qualquer gestor bem-intencionado deveria pesquisar, antes de submeter a população como cobaia, como foram as experiências desse tipo de privatização no Brasil e no mundo. Não precisaria Hildon, que adora viajar, ir muito longe para conhecer “as maravilhas da privatização”, bastaria ir à Manaus, onde a água e o saneamento foram privatizados em 2000. O que acontece na Capital do Amazonas é retratado em recente matéria intitulada ‘Manaus e o fracasso do saneamento privatizado’, cuja foto ilustra este artigo, a qual informa que "20 anos após Grupo Aegea prometer universalizar sistema, menos de 13% dos manauaras têm esgoto", no link: https://outraspalavras.net/mercadovsdemocracia/manaus-e-o-fracasso-do-saneamento-privatizado/ Mas já que Manaus é algo muito próximo para o viajante tucano que adora outros ares mais refinados, que tal a Europa? A matéria da BBC Brasil intitulada ‘Enquanto Rio privatiza, por que Paris, Berlim e outras 265 cidades reestatizaram saneamento?’ Na qual se registra que "da virada do milênio para cá foram registrados 267 casos de ‘remunicipalização’, ou reestatização, de sistemas de água e esgoto", publicada no link https://www.bbc.com/portuguese/brasil-40379053 Onde será que Hildon Chaves busca “inspiração” para tentar convencer os portovelhenses de que a privatização seria uma maravilha e não uma “nova Energisa”? Deve ser nos alfarrábios da ideologia tucana, pois os fatos e a história mostram que esse tipo de privatização, via de regra, é um desastre. Se depender do Hildon, Porto Velho será a Manaus de amanhã! * Itamar Ferreira é advogado e responsável pela Coluna Reticências Políticas. Fonte: Itamar Ferreira Leia Também Brasil vence prêmio Fóssil do Ano por 'calar sociedade civil' e 'desproteger povos indígenas' Justiça Federal suspende audiência pública virtual sobre projeto da hidrelétrica Tabajara OMS vai avaliar uso emergencial de vacinas nas próximas semanas Operação conjunta fecha nove serrarias ilegais no Pará Enem prorroga até dia 18 inscrições para pessoas privadas de liberdade Twitter Facebook instagram pinterest