O estado de Minas Gerais bateu hoje (22) o recorde de casos de covid-19 em um dia: 9.593. Conforme o Informe Epidemiológico da Secretaria de Saúde de Minas Gerais, também hoje foram registradas mais 119 mortes em função do novo coronavírus. Na última semana, a taxa de incidência cresceu 19% no estado.
Desde o início da pandemia, foram infectados 677.809 mineiros. O estado é o segundo de todo o país com mais casos acumulados, atrás apenas de São Paulo, que já teve 1,67 milhão de diagnósticos positivos de covid-19, até o momento. Minas é também o segundo estado mais populoso do país – o primeiro é São Paulo.
O recorde negativo desta sexta-feira supera o anterior, de 6 de janeiro, quando foram registrados 9.520 novos casos. Ainda há 62.818 pacientes em acompanhamento por equipes de saúde. Destes, 55.369 estão internados. Já se recuperaram da doença 600.981 pessoas.
A marca é mais do que o dobro do número de novos casos registrados há um mês. Em 22 de dezembro de 2020, o informe epidemiológico confirmava 4.201 novos diagnósticos positivos e 38.287 casos em acompanhamento.
O número de vidas perdidas para a pandemia chegou a 14.010 conforme dados da Secretaria de Saúde. No ranking nacional, Minas Gerais está na terceira colocação, depois de São Paulo (50.938) e do Rio de Janeiro (28.440).
Se consideradas as 119 mortes nas últimas 24 horas em comparação com um mês atrás, o aumento é de cinco vezes. Em 22 de dezembro de 2020, o informe da Secretaria de Saúde marcava 23 novas mortes pela doença.
No total, 726 municípios do estado já notificaram mortes por covid-19. A letalidade está em 2,1%. Já foram confirmados casos de covid-19 em 853 municípios. O número corresponde a todas as cidades do estado, que tem o maior número de municípios no país.
Leitos
A ocupação de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) está em 73,09%, conforme a secretaria de Saúde. Já a ocupação dos leitos para a covid-19 está em torno de 36%. No caso de leitos de enfermaria, o percentual é de 68%.
Em entrevista coletiva realizada hoje, o secretário de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, informou que o número de leitos foi ampliado de 2.070 para 4.025. “Foi uma expansão muito grande.”
Vacinação
O secretário destacou o início da campanha de vacinação nesta semana, com uma ação de distribuição planejada em parceria com forças de segurança do estado. Houve expansão do sistema de controle da vacinação, e a secretaria contratou novos profissionais para a campanha de imunização.
Foram distribuídas 617 câmaras refrigeradas para armazenamento das doses, que contemplaram 462 municípios. Cem câmaras foram para unidades regionais. O secretário acrescentou que foram adquiridas 50 milhões de seringas com agulhas.
Sobre o público prioritário, Amaral disse terão prioridade, conforme previsto no Programa Nacional de Imunização, os profissionais de saúde, especialmente aqueles atuando na linha de frente do atendimento de pacientes com covid-19.
“Todos os profissionais de saúde são prioritários, mas, devido à quantidade de doses, agora temos aqueles que são diretamente relacionados à assistência à covid-19, da atenção primária, que faz triagem, intensivistas. Na próxima leva, estenderemos para os demais grupos de profissionais de saúde. Além disso, temos pessoas idosas em instituições de longa permanência, pessoas com deficiência e indígenas em aldeias”, sublinhou o secretário.
Distanciamento
No plano de distanciamento e retomada do estado, Minas Consciente, na última atualização divulgada ontem (21) dez regiões estavam na bandeira vermelha (funcionamento dos serviços essenciais), três estavam na bandeira amarela (alguns serviços não essenciais podem operar, como bares e salões de beleza) e um na bandeira verde (permissão de funcionamento de serviços não essenciais com alto risco de contágio, como cinemas).
O governo anunciou que discute uma flexibilização do programa. Na entrevista coletiva hoje, o secretário de Saúde informou que o estado está analisando as possibilidades sobre as medidas de distanciamento.
"Aqueles que são serviços essenciais e não essenciais terão protocolos restritivos semelhantes. Isso vai impactar que aqueles essenciais terão mais restrição e aqueles não essenciais possam ficar mais abertos. Estamos fazendo este estudo", disse Amaral.