PONTÍFICE Papa pede jornalismo corajoso e controlo de notícias falsas na Internet Publicada em 23/01/2021 às 10:09 "Opiniões atentas lamentam, há muito, o risco de um nivelamento nos 'jornais fotocópia', nos noticiários de rádio e televisão e páginas da internet que são substancialmente iguais, em que o género de investigação e da reportagem perdem espaço", alertou o papa numa mensagem para o 55.º Dia Mundial das Comunicações, 16 de maio. Em sua opinião, os meios de comunicação oferecem mais espaço para a "informação pronta" e cada vez menos são capazes de intercetar "a verdade das coisas e a vida concreta das pessoas" ou de "recolher os fenómenos sociais mais graves". "A crise do setor editorial pode levar a informações construídas nas redações, na frente do computador, nos terminais das agências, nas redes sociais, sem nunca sair para a rua, sem 'gastar as solas dos sapatos', sem encontrar pessoas em busca de histórias", alertou, parafraseando o jornalista espanhol Manuel Lozano Garrido, falecido em 1971 e beatificado em 2010. Diante desse cenário, Francisco agradeceu a coragem de tantos que têm "a capacidade de ir aonde ninguém vai" para mostrar a realidade. Só assim, disse, se pode conhecer "as difíceis condições das minorias perseguidas em várias partes do mundo" ou os abusos e injustiças contra os pobres ou o meio ambiente. Isso é especialmente importante durante a pandemia de coronavírus e na distribuição de vacinas e medicamentos, porque existe o risco de ser contado "pelos olhos do mundo mais rico", ignorando os países mais pobres. "Quem nos falará da esperança de cura dos povos mais pobres da Ásia, América Latina e África? Assim, as diferenças sociais e económicas em nível planetário correm o risco de marcar a ordem da distribuição das vacinas contra a covid-19", alertou. Mas a devastação económica da pandemia também atingiu os países "mais afortunados", onde o drama das famílias que caíram na pobreza está "em grande parte escondido". Francisco apreciou o contributo da Internet, que permite multiplicar a capacidade de contar e partilhar a história e de oferecer informação "em primeira mão e oportuna", especialmente útil em tempos de emergência. No entanto, alertou para "os riscos da falta de controlo da comunicação social". "Nós descobrimos, há muito tempo, como notícias e imagens são fáceis de manipular, por milhares de motivos, às vezes apenas por um narcisismo banal. Essa consciência crítica empurra não para demonizar o instrumento, mas para uma maior capacidade de discernimento e um senso de responsabilidade mais maduro", afirmou. "Todos somos responsáveis pela comunicação que fazemos, pelas informações que damos, pelo controlo que juntos podemos exercer sobre as notícias falsas, desmascarando-as. Todos somos chamados a ser testemunhas da verdade: ir, ver e compartilhar", indicou. O papa salientou ainda que "na comunicação nada pode substituir completamente o facto de ver em pessoa", já que "algumas coisas só se aprendem com a experiência: não se comunica, de facto, apenas com palavras, mas com os olhos, com o tom da voz, com os gestos". Fonte: Notícia ao Minuto - Portugal Leia Também Papa pede jornalismo corajoso e controlo de notícias falsas na Internet Município recebe vacina CoronaVac contra Covid-19, aplicadas inicialmente nos servidores da saúde Servidores do Complexo Hospitalar receberam a 1ª dose da vacina contra a Covid-19 Dois moradores do município morrem na Central de Atendimento à Covid-19 de Vilhena Semdes implanta programa de mapeamento de famílias em situação de vulnerabilidade Twitter Facebook instagram pinterest