GOLPE DE ESTADO Após morte de manifestante, família pede que atos em Mianmar continuem Publicada em 19/02/2021 às 09:18 Os protestos contra o golpe militar em Mianmar continuaram nesta sexta-feira (19), dia da confirmação da morte da manifestante Mya Thwe Thwe Khine — a primeira vítima da repressão aos atos que pedem a devolução do poder aos civis. Nas manifestações, cartazes levantados pediam que os birmaneses adotassem a desobediência civil como forma de tirar a credibilidade do regime militar. Alegando fraude eleitoral, a junta tomou o poder em 1º de fevereiro, após prender a cúpula do governo e a maior liderança política de Mianmar, Aung San Suu Kyi. Manifestantes ignoram repressão e fazem protesto nesta sexta-feira (19) pedindo desobediência civil contra o golpe militar em Mianmar — Foto: AP Photo Mais uma vez, a internet do país sofreu cortes para tentar dissipar os protestos. Ainda assim, milhares foram às ruas, e a polícia em cidades como Yangon fechou o acesso a ruas e montou cordões de isolamento. A irmã da ativista morta pediu nesta sexta que os manifestantes não deixassem de protestar. O funeral da manifestante está previsto para este domingo, e os organizadores dos atos em Mianmar já veem a ativista como uma mártir do movimento contra o golpe. "Por favor, participe até que atinjamos nossos objetivos", afirmou Mya Thatoe Nwe, irmã da vítima. Mya Thwe Thwe Khine levou um tiro na cabeça de metralhadora Uzi enquanto protestava contra a junta militar, em 9 de fevereiro. Ela usava um capacete de motociclista, mas o equipamento não foi suficiente para protegê-la. De acordo com a análise de vídeos e imagens de diversas organizações humanitárias, a jovem foi baleada quando tentava sair da linha de frente de uma manifestação que estava sendo interrompida com canhões de água pela polícia. O comando militar que comanda Mianmar não negou que disparou intencionalmente na ativista e disse que ela estava com um grupo que "jogou pedras nas forças de segurança". Entretanto, não há relatos de que a vítima tenha realmente participado de violência. Centenas de detidos O regime militar tem continuado a prender aliados de Aung e manifestantes, para tentar desmobilizar as manifestações contra o regime imposto no início do mês. A Associação de Ajuda a Presos Políticos (AAPP), com sede em Yangon, relatou mais de 520 detenções desde o golpe militar de 1º de fevereiro. Aung, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz de 75 anos, não é vista desde sua prisão domiciliar. Formalmente, ela está sendo acusada por motivos não políticos, como a importação ilegal de walkie-talkies e de ter violado "a lei sobre a gestão de catástrofes naturais". A previsão é que a líder birmanesa compareça à Justiça em 1º de março. Fonte: G1 Leia Também Após morte de manifestante, família pede que atos em Mianmar continuem Sintero registra boletim de ocorrência contra criminosos que utilizam nome da entidade para extorquir dinheiro dos servidores Operação Carnaval registra 77 mortes e 789 acidentes em rodovias Brasil desiste de disputa sobre subsídios comerciais do Canadá na OMC Pfizer e BioNTech começam a testar vacina contra covid-19 em grávidas Twitter Facebook instagram pinterest