MYANMAR Golpistas apostam na diplomacia, manifestações prosseguem Publicada em 24/02/2021 às 16:25 O ministro dos Negócios Estrangeiros de Myanmar, designado pela junta militar, deslocou-se hoje a Banguecoque para conversações com as potências regionais, que tentam um acordo para terminar com os protestos após o golpe militar no país asiático. Estas conversações surgem num momento em que o balanço da repressão das manifestações aumentou hoje para cinco mortos, com uma organização de socorro local a anunciar a morte de um manifestante sob detenção. O ministro Wunna Maung Lwin reuniu-se com os seus homólogos da Tailândia e Indonésia no primeiro encontro conhecido entre um membro da junta e representantes de Governos estrangeiros. Há várias semanas que o exército birmanês é alvo de condenações internacionais pelo derrube da chefe do Governo civil Aung San Suu Kyi num golpe militar em 01 de fevereiro. A junta militar enfrenta manifestações diárias maciças e um movimento de desobediência civil que abrange todos os setores da sociedade de Myanmar, a antiga Birmânia. Hoje, a ministra dos Negócios Estrangeiros indonésia, Retno Marsudi, manifestou a sua preocupação pela segurança e bem-estar da população birmanesa, ao considerar necessário um "processo de transição democrática inclusivo". "Pedimos a todas as partes que demonstrem contenção e não recorram à violência, para evitar vítimas e efusões de sangue", declarou aos jornalistas em Jacarta. Nas duas últimas semanas, Marsudi evocou a crise em Myanmar no decurso de visitas ao Bornéu e Singapura, e durante contactos telefónicos com outros homólogos da Ásia do Sudeste. A ministra tinha manifestado a intenção de se deslocar a Naypyidaw, capital administrativa de Myanmar, para transmitir pessoalmente a posição da Indonésia e de outros países, mas disse que a vista foi adiada. Centenas de manifestantes voltaram a concentrar-se hoje, pelo segundo dia consecutivo, defronte da embaixada da Indonésia no centro de Rangum, a maior cidade do país. No protesto, exprimiram o seu descontentamento pelo diálogo mantido entre o país vizinho e a junta -- oficialmente designada Conselho de Administração do Estado --, e exibiram cartazes com a frase "Parem de negociar com eles", e "Indonésia, não apoies o ditador", indicou a agência noticiosa AFP. Nas últimas três semanas, os generais birmaneses não cessaram de intensificar o recurso à força para enfraquecer a mobilização a favor do regresso do Governo civil, com milhares de pessoas a descerem às ruas em desfiles diários. O número de mortes desde o golpe de Estado subiu hoje para cinco, após a morte de um homem de 20 anos que foi detido e estava ferido numa perna após uma manifestação no passado fim de semana em Mandalay, a segunda maior cidade do país. As manifestações prosseguiram hoje por todo o país, desde Rangum -- onde grupos étnicos minoritários com os seus trajes tradicionais desfilaram com as suas insígnias -- até Mandalay, onde os manifestantes surgiram montados em elefantes, onde foi colocada a frase "Abaixo a ditadura militar". Desde a sua detenção na manhã de 01 de fevereiro que Aung San Suu Kyi não é vista em público. A laureada com o prémio Nobel da Paz, 75 anos, mantida em local secreto desde a sua prisão, foi indiciada por motivos não políticos, devido supostamente a ter importado "ilegalmente" intercomunicadores e violado uma lei sobre a gestão das catástrofes naturais. Uma primeira comparência em tribunal está agendada para 01 de março. Fonte: Notícia ao Minuto - Portugal Leia Também Golpistas apostam na diplomacia, manifestações prosseguem Lei de Israel permite às autoridades identificar os não vacinados Visita do papa ao Iraque é mensagem de "paz e tolerância" Um morto e 72 novos casos positivos em Cabo Verde em 24 horas Governo de Rondônia recebe o 5º lote de vacinas contra a Covid-19 para dar sequência à imunização Twitter Facebook instagram pinterest