ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO Nigeriana deve ser oficializada hoje como a 1ª mulher a chefiar a OMC Publicada em 15/02/2021 às 08:59 A nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala deve ser tornar, nesta segunda-feira (15), a primeira mulher e a primeira africana a chefiar a Organização Mundial do Comércio (OMC), que está sem líder desde que o brasileiro Roberto Azevêdo deixou o cargo, um ano antes do fim de seu mandato, em agosto. Após meses de discussões e processos seletivos, a nomeação de um novo diretor-geral será incomum devido à pandemia de Covid-19, que abalou a fé na liberalização do comércio mundial, o DNA da OMC. Okonjo-Iweala, chamada por alguns de Dra. Ngozi, a única candidata ainda na disputa graças a um amplo consenso e apoio da União Africana e da União Europeia, assim como dos Estados Unidos, não comparecerá à sede da OMC nas margens do Lago Léman, em Genebra. Nem os delegados, que terão que debater sua escolha por videoconferência. Ela se dirigirá à imprensa virtualmente. A sessão especial terá início às 14h GMT (11h de Brasília), de acordo com um comunicado divulgado na sexta-feira (12). No final de outubro, o governo do ex-presidente americano Donald Trump, que em quatro anos fez todo o possível para enfraquecer a organização, bloqueando inclusive o consenso que se delineava em torno da nigeriana de 66 anos. No dia 5 de fevereiro, a ministra do Comércio da Coreia do Sul, Yoo Myung-hee, se retirou da disputa, abrindo caminho para a confirmação do nome de Ngozi Okonjo-Iweala. Trajetória Duas vezes ministra das Finanças e chefe da pasta de Relações Exteriores da Nigéria por dois meses, Okonjo-Iweala, de 66 anos, começou sua carreira no Banco Mundial em 1982, onde trabalhou por 25 anos. Em 2012, não conseguiu se tornar presidente desta instituição financeira e o cargo coube ao americano-coreano Jim Yong Kim. Ela foi a primeira mulher de seu país a comandar os ministérios das Finanças e das Relações Exteriores. Até recentemente, também presidiu a Aliança Global para Imunização e Vacinação (GAVI, na sigla em inglês) e liderou um dos programas da Organização Mundial da Saúde de luta contra a Covid-19. Agora, ficará à frente de uma instituição que, desde sua criação em 1995, foi dirigida por seis homens: três europeus, um neozelandês, um tailandês e um brasileiro. Sua carreira acadêmica e profissional é impressionante, mas Dra. Ngozi também tem detratores que a criticam por não ter feito mais para erradicar a corrupção quando esteve à frente das finanças do país mais populoso do continente. "Mais do que tudo", dirigir a OMC exige "audácia, coragem", disse ela àqueles que a consideram carente de conhecimentos técnicos em um ambiente regido por regras bizantinas. A coragem será, de fato, essencial para tirar a OMC de sua crise quase existencial. A pandemia expôs todas as fraturas causadas pela liberalização do comércio mundial, desde a dependência excessiva de cadeias produtivas dispersas, até os excessos da realocação industrial ou a fragilidade do tráfego comercial. Em meados de outubro, Ngozi Okonjo-Iweala disse que queria definir duas prioridades para mostrar que a OMC é indispensável. Ela deseja apresentar na próxima conferência ministerial um acordo sobre subsídios à pesca, que está paralisado, para mostrar que a OMC ainda pode produzir avanços multilaterais. E também se propõe a reconstruir o órgão de solução de controvérsias (o tribunal da OMC), que foi torpedeado pelo governo Trump. Recentemente, pediu à OMC que se concentrasse na pandemia. Seus membros estão divididos quanto à conveniência de isentar de direitos de propriedade intelectual os tratamentos e vacinas anticovid para torná-los mais acessíveis. Muitos países em desenvolvimento são a favor das isenções de patentes. Mas os países ricos acreditam que as regras atuais previstas pelo Acordo da OMC sobre aspectos dos direitos de propriedade intelectual são suficientes. Fonte: France Presse Leia Também Nigeriana deve ser oficializada hoje como a 1ª mulher a chefiar a OMC Ex-presidente da Argentina Carlos Menem morre aos 90 anos Câmara deve votar MP que facilita compra de vacinas contra a covid-19 Guiné declara novo surto de ebola após três mortes do pessoas no sudeste do país Redes públicas de ensino definem calendário e modelo de aulas em 2021 Twitter Facebook instagram pinterest