A fé sem obras: Coronel Marcos Rocha se cala com ataque de Bolsonaro a governadores

Porto Velho, RO – Infelizmente a amizade de mão única entre o governador de Rondônia Coronel Marcos Rocha, sem partido, e o presidente da República Jair Bolsonaro, também fora de agremiações políticas, tem refletido diretamente na saúde da população destas terras ora abandonadas de Rondon.

Até hoje, esta terça-feira (02), 2.870 óbitos foram computados na conta da pandemia, exatamente 1.057 vidas perdidas só em 2021, que, por sua vez, acabou de ingressar no terceiro mês apenas.

O número irrisório de vacinas enviadas pelo governo federal à unidade gerida por Rocha parece não afetar o alto escalão do Palácio Rio Madeira.

O chefe do Executivo, por exemplo, não assinou a carta conjunta de 16 governadores que, resumidamente, acusam o mandatário do Planalto de distorcer valores repassados pela União.

E é isso.

Na semana passada, um desabafo feito pelo médico Fernando Rodrigues Máximo, titular da Secretaria de Saúde (Sesau/RO), escancarou o pandemônio institucional: o desespero chegou às raias palacianas e isto tudo porque os brados sanitários não encontram eco junto à população.

É perceptível que Rocha e seus subordinados não querem tomar medidas enérgicas porquanto impopulares; aí contam com uma consciência coletiva que simplesmente não existe.

Paralelamente, todo dia tem enterro. Enterro atrás de enterro. E daqui a pouco, de repente, sabe-se lá, sequer haverá espaço no Santo Antônio para tanta gente morta.

E atualmente a responsabilidade deve recair também sobre quem não faz absolutamente nada a respeito.

A situação é tão surreal que o próprio Máximo teve de apelar para um vídeo onde surgiu tocando violão, um louvor, aparentando não ter mais no que se apegar senão na própria fé.

Ele, por sua vez, recebeu mensagens de apoio, que, lamentavelmente, não se transformam em ações conscientes na prática.

Marcos Rocha também expressa sua religiosidade lendo a Bíblia pela manhã em determinados dias, procurando alcançar nos contatos e esperança que se esvaiu.

À dupla, falta revisitar Tiago 2:17:

“Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma”.

Fica a reflexão.