RESENHA POLÍTICA Prefeito não acertou uma ação administrativa; Sou amigo do Bolsonaro; Transposição a passos de tartaruga Publicada em 16/03/2021 às 14:33 RESENHA POLÍTICA ROBSON OLIVEIRA FURIOSO Nem o número alarmante de pessoas infectadas pelo coronavírus e que necessita de um leito hospitalar em todo o estado comove o prefeito de Cacoal, Adailton Fúria, a ponto de utilizar os recursos destinados pelo Governo do Estado para a criação de novos leitos. A denúncia foi feita pelo Secretário de Estado da Saúde, Fernando Máximo, no último final de semana. A fúria com que o vírus tem sido letal aos rondonienses exigiria dos prefeitos atos mais efetivos, a exemplo de Hildon Chaves que anunciou a compra de 400 mil doses de vacina, mas o prefeito cacoalense dá de ombros à mortandade, o que tem enfurecido a população do município. Até agora o prefeito não acertou uma ação administrativa que justificasse o número expressivo de votos que recebeu. VIRALIZOU Um vídeo em que o aparece o governador Marcos Rocha sendo abordado por populares, demonstrando que é defensor fiel de Bolsonaro viralizou nas mídias sociais. Nem todo o contexto do diálogo aparece, embora é possível identificar que a reafirmação de lealdade ao presidente está relacionada ao decreto governamental que trata da pandemia. Ao que parece, após esses protestos, Rocha afrouxou as regras do decreto apesar do sistema estadual de saúde estar totalmente em pleno colapso. AVISOU Ao seguir cegamente todas as ordens de Bolsonaro em razão da pandemia – kit covid, relaxamento no uso da máscara, aglomeração, contra o lockdown, lentidão na aquisição vacinas, entre outras -, o coronel Marcos Rocha faz apenas o que avisou na campanha todas as vezes em que foi instado a falar sobre as ações governamentais quando respondia em síntese: “sou amigo do Bolsonaro, já alinhei com eles as ações de interesse de Rondônia e vou governar pedindo o apoio dele”. Qualquer pergunta feita ao então candidato a governador Rocha ele remetia a uma suposta amizade de caserna com o presidente. Portanto, ao seguir suas (des) ordens sanitárias, o coronel coloca em prática aquilo que falou em campanha. Mesmo que esta cegueira política reflita em ações equivocadas de saúde que ceifam vidas. LISTA Seguindo a mesma lógica do inquilino do Palácio do Planalto na capital federal, o morador do palácio Rio Madeira, em Porto Velho, nomeou o segundo colocado da lista tríplice do Ministério Público do Estado para o cargo de Procurador Geral. Para o próximo biênio, o MPE será comandado pelo promotor Ivanildo de Oliveira, em substituição ao atual PGJ, Aluildo Leite. O novo PGJ retorna ao cargo quase dez anos depois que o deixou quando foi também nomeado sem ser o mais votado da lista, por indicação do então governador Ivo Cassol. BASTIDORES As eleições internas para PGJ têm dividido o Ministério Público Estadual em várias alas e provocado fissuras nem sempre repassadas para a população em geral. No entanto, sob a condição de sigilo, este cabeça chata ouviu as versões de dois ilustres membros da instituição com relatos idênticos de arrepiar os cabelos. É hoje uma instituição administrativamente complexa em ser gerida em virtude dos ânimos exacerbados, o que reflete sobremaneira nas ações constitucionais a ela conferidas. GRAVIDADE Uma fonte palaciana revelou à coluna que o governador se diz traído pelo atual Procurador de Justiça, razão pela qual optou pelo segundo da lista. Perguntado o motivo da suposta traição, a fonte desconversou. Contudo, é extremamente grave a possibilidade ainda que remota de qualquer nomeação com tratativas que não sejam aquelas do interesse público, mesmo que depois sejam frustradas. A coluna tentou sem sucesso apurar o teor dessas tratativas, apesar de que na boca miúda cada um dá a versão que lhe convém por interesses igualmente inconfessáveis. TRANSPOSIÇÃO Mesmo andando a passos de tartaruga a análise dos processos que tratam da transposição dos servidores estaduais para os quadro federais, assunto abordado em colunas anteriores, é nítida a falta de empenho mais incisivo dos nossos representantes da bancada federal. Os processos analisados e aprovados até o momento foram graças ao trabalho de congressistas na legislatura passada, e que não foram reeleitos. De lá para cá, os entraves burocráticos somente aumentaram e emperram que novos barnabés estaduais sejam transpostos para os quadros da União. SENTENÇA Somente as decisões judiciais obrigando o andamento da análise dos processos de categorias inteiras, como ocorreu recentemente com a vitória do Sindicato dos Peritos Criminalísticos (SINPEC) que, por antecipação de tutela, obrigaram a União a julgar os requerimentos de opção/termo de transposição, visto que estavam parados sob a alegação de complexidade. A Justiça Federal reconheceu a singularidade da questão constitucional arguida, especialmente o princípio da especialidade e da celeridade, para, no mérito, mandar que tais processos sejam num prazo razoável de trinta dias deferidos ou não. A tese acolhida é da lavra do professor e doutor da Universidade Federal de Rondônia, Diego Vasconcelos que, entre outros predicados, é hoje o mais requisitado constitucionalista de Rondônia. Diante da morosidade, última esperança que resta aos servidores do ex-território de Rondônia é a justiça. CEGUEIRA Há um adágio popular que diz: o pior cego é aquele que não quer ver. Os fatos que têm se sucedido no Ministério da Saúde com a mudança de três ministros, em plena pandemia, demonstram a falta de rumo de um governo que busca no negacionismo as desculpas esfarrapadas para não fazer o correto. Não adianta trocar nomes no ministério se a política de saúde a ser adotada continuará sendo aquela que o presidente dita. Cego é quem em nome de uma ideologia coalha insiste em não enxergar a realidade. Os setores da economia que mais cresceram nos últimos doze meses são os das funerárias e cemitérios particulares. EXEMPLO Depois do anúncio do prefeito Hildon Chaves de que está adquirindo 400 mil doses vacinas astraZenica para imunizar a população da capital um grupo de prefeitos do interior de Rondônia avisa que também vai seguir o mesmo exemplo e adquirir vacinas para conter a pandemia. Já o governador se faz de morto e assiste no seguro e confortável palácio os números dos mortos que, diariamente, aumentam assustadoramente. Quando decidi aparecer em público é para declarar lealdade ao presidente e não para lamentar os rondonienses mortos. Fonte: Robson Oliveira Leia Também Prefeito não acertou uma ação administrativa; Sou amigo do Bolsonaro; Transposição a passos de tartaruga 1º Festival de Cinema de Rondônia: Mostra de filmes tem início em 16/03 Seas anuncia pagamento da 3ª parcela do programa AmpaRO em 2021 MPF-RO deu prazo de 48 horas para Ministério da Saúde informar como será abastecimento de oxigênio para Rondônia Fortes chuvas transbordam o rio Mororó e deixam ruas interditadas e casas alagadas Twitter Facebook instagram pinterest