MEIO AMBIENTE Projeto “Plantando a Esperança” oferece oportunidade profissional para reeducandos de Ariquemes Publicada em 30/03/2021 às 13:07 O cuidado com plantas e hortas pode trazer grande benefício terapêutico para qualquer pessoa. Mas, em Ariquemes, essa atividade vem transformando a vida dos reeducandos do regime fechado que cumprem pena na comarca. Um projeto que busca estimular a ressocialização, por meio da capacitação profissional nesta área, vem produzindo bons resultados. Em dois anos, o “Plantando a Esperança” já beneficiou 20 reeducandos e se revela uma boa prática voltada à execução penal. Desde que o projeto teve início, aproximadamente 40 mil reais foram destinados à sua implantação, por meio dos recursos oriundos de prestação pecuniária e penas alternativas; investimento que foi aplicado na compra dos materiais para construção da horta, como madeiras, telhas, lonas, caixa d´agua, bomba, medidores, dentre outros. Para tornar o projeto sustentável, os apenados receberam treinamentos promovidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), com cursos de olericultura e hidroponia e, desde então, o conhecimento passou a ser compartilhado entre os reeducandos mais antigos para aqueles que ingressam no projeto. Dentre as atividades desenvolvidas pelos reeducandos estão o controle de pH adicionado aos produtos específicos na água para realizar a troca das espumas após a colheita, plantação das sementes, acompanhamento do crescimento das hortaliças, participação da colheita e disponibilização para as vendas. Os reeducandos beneficiados com o projeto cumprem pena em regime fechado e são selecionados conforme os critérios fixados na portaria do Juízo da Vara de Execuções Penais e avaliados por uma comissão composta por representantes da unidade prisional, do Conselho da Comunidade e da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC). Eles produzem de 2.400 a 3.300 pés de hortaliças mensais - gerando em torno de 4 a 5 mil reais mensais com as vendas dos produtos como rúculas, alface, almeirão, cebolinha, salsinha, pimenta, pepino, dentre outros temperos. Entre 70% a 90% da produção têm como destino as vendas na entrada da unidade prisional para visitantes, advogados e familiares dos reeducandos; e entre 10% a 30% da produção têm como consumidor final os empresários locais e donos de restaurantes – um dos principais compradores, por exemplo, é a empresa que fornece a alimentação para a unidade prisional. O transporte da carga é feito pelo próprio veículo de entrega da alimentação e, quando disponível, pelo transporte da unidade prisional. O transporte dos insumos e reposição utiliza-se o veículo da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados - APAC, o qual também foi adquirido com verbas decorrentes das penas pecuniárias. O sistema de irrigação é feito por hidropônicas, em que a água circulada é bombeada, tendo o controle constante da temperatura e do pH. A água umedece espumas em canais irrigados que são absorvidos pelas plantas. Mas a horta também conta com a irrigação manual, uma vez que os apenados realizam essa irrigação diariamente. Também são eles mesmos quem prestam os serviços de manutenção como a remoção manual de capim, plantação das mudas, colheita e renovação do canteiro com a correção do solo, que possui uma condição irregular e necessita de correções contínuas com adubação. Ao final do processo de produção, os reeducandos limpam as hortaliças e acondicionam em recipientes plásticos para as vendas. Os lucros auferidos são convertidos para a manutenção do projeto como a compra de insumos e sementes, e 20% do valor é revertido para o próprio reeducando, que, em geral, destina o valor para ajudar a família a arcar com as despesas durante o cumprimento da pena. A juíza da Vara de Execuções Penais da Comarca de Ariquemes, Cláudia Mara da Silva Faleiros Fernandes, que também coordena a ação, aponta os benefícios que o projeto tem trazido aos reeducandos. “Estabelece uma condição de participação e isso melhora a autoestima deles. É considerada uma bonificação porque durante o horário administrativo saem da reclusão em cela e possuem o direito da remição de pena. Eles ainda ocupam a mente e evitam ficar pensando em coisas que não edificam e reduz o índice de criminalidade com o regresso porque aprendem uma nova profissão. A sociedade também sai ganhando com uma variedade de produtos a um custo abaixo de mercado”, avalia a magistrada. Fonte: TJ-RO Leia Também Projeto “Plantando a Esperança” oferece oportunidade profissional para reeducandos de Ariquemes Segurança Pública executa operações de fiscalização em Rondônia para reduzir sobrecarga na rede estadual de saúde TJ de Rondônia mantém direitos políticos suspensos de ex-prefeito, por contratar funcionário fantasma Contemplados nos editais da Lei Aldir Blanc devem se atentar aos prazos para prestação de contas; link é disponibilizado Seminário sobre processos criativos durante a pandemia encerra Mostra de Encenações do DArtes/Unir nesta terça-feira Twitter Facebook instagram pinterest