POLÊMICA Variety diz que Anya Taylor-Joy não é branca e cria polêmica racial Publicada em 08/03/2021 às 15:22 Um artigo da revista Variety desta semana, sobre a premiação de Anya Taylor-Joy no Globo de Ouro, despertou polêmica e chamou atenção para as classificações raciais dos EUA. O texto apresentava a atriz, que muitos acreditam ser loira, como “não branca”. A redatora Danielle Turchiano descreveu Anya Taylor-Joy como “a primeira mulher de cor” a vencer o Globo de Ouro de Melhor Atriz de Minissérie ou Telefilme desde Queen Latifah, por “Juntos Pela Vida”, em 2008. Queen Latifah, claro, é uma atriz negra. Já a atriz da minissérie “O Gâmbito da Rainha” e de filmes como “A Bruxa”, “Fragmentado” e “Os Novos Mutantes” não pode ter um tom de pele mais claro. Entretanto, para o padrão racial americano, ela não é branca. Por ter parentes latinos, a estrela de 24 anos é classificada como POC, abreviatura de “pessoas de cor”. Nos EUA, não basta a cor de pele, é preciso ser anglo-saxão ou europeu para ser considerado branco. Por conta disso, até astros europeus como Antonio Banderas e Penélope Cruz costumam ser declarados “não brancos” pela imprensa americana, devido à confusão causada por essa classificação, mais étnica que racial. Ou, como alguns preferem, mais preconceituosa que clara (sinônimo de branca). O conceito de “pessoa de cor” é exclusivo dos Estados Unidos e não tem as mesmas conotações que a expressão possui em outras partes do mundo. Ele tem origem racista mesmo. Passou a ser usado na época da Guerra Civil americana, no século 18, para designar todos os que não fossem brancos americanos “legítimos”. Ser de cor era uma ofensa. Mas a denominação acabou assumida no final do século 20 por afro-americanos e membros de outras minorias como forma de afirmação e união. Um dos momentos mais marcantes da apropriação se deu no famoso discurso de Martin Luther King Jr. “Eu Tenho um Sonho” (I Have a Dream) em Washington em 1963, quando ele se referiu aos “cidadãos de cor”. O POC deu origem, inclusive, a outra denominação mais ampla: BIPOC (negros, nativos e pessoas de cor, em inglês). A estrela de “O Gâmbito da Rainha” foi considerada “de cor” por ser filha de pai argentino. Só que é um argentino de raízes escocesas. A mãe, por sua vez, é africana, nascida na Zâmbia, mas de família colonizadores europeus: ingleses e espanhóis. Anya Taylor-Joy, portanto, é de uma família de descendentes europeus. Mas, por causa da certidão de nascimento do pai, foi considerada “não branca” pela Variety. A atriz, na verdade, tem orgulho de seu sangue latino. Apesar de ter nascido em Miami, nos Estados Unidos, desde muito jovem mudou-se com os pais para a Argentina, onde viveu até os seis anos. Ela fala espanhol fluentemente – com sotaque argentino. “Venho de muitos lugares, mas minha qualidade e minha atitude perante a vida vêm da Argentina. Eu realmente aprecio essa parte da minha história. Sinto-me muito orgulhosa de vir da Argentina”, disse Taylor-Joy em uma entrevista em outubro passado. Esse orgulho confunde os americanos, porque a ideia generalizada nos EUA é que todos os latinos são pardos. A controvérsia acabou levando a Variety a corrigir seu texto, definindo a estrela como “a primeira latina” a vencer aquele prêmio, ao mesmo tempo em que suprimiu a comparação com Queen Latifah. Para completar, ainda acrescentou uma errata desinformativa no rodapé, que afirma: “Uma versão anterior identificou Anya Taylor-Joy como uma pessoa de cor. Ela disse que se identifica como uma latina branca”. De onde se conclui que latinos brancos são uma anomalia, uma falha na Matrix, possivelmente. Fonte: Pipoca Moderna Leia Também Variety diz que Anya Taylor-Joy não é branca e cria polêmica racial Apresentadora Monique Bertolini conta que fatura 50 mil reais no OnlyFans Glamour Garcia diz que sucesso na TV salvou sua vida durante relação abusiva Whindersson dá anel de noivado de R$ 57 mil a Maria Lina Deggan Xuxa, Eliana e Angélica se reúnem em encontro inédito na TV Twitter Facebook instagram pinterest