OPINIÃO Quem matou os 400 mil? Por Professor Nazareno Publicada em 30/04/2021 às 09:30 A pandemia da Covid-19 tem pouco mais de um ano e neste curto período mais de 400 mil cidadãos brasileiros já foram a óbito pela doença. Depois dos Estados Unidos, o Brasil é o país que até agora tem a maior quantidade de mortos. Em número de pessoas infectadas está em terceiro lugar. As estatísticas da catástrofe em nosso país só aumentam e podem, em curto prazo, quebrar barreiras inimagináveis de mortos e infectados, pois estamos ainda no pico da segunda onda de infecções e já se preparando lamentavelmente para enfrentar em pouco tempo uma terceira onda mais perigosa e mais devastadora. Especialistas acreditam que essapróxima fase de mortes chegará ao seu apogeu entre maio e julho de 2021 com médias diárias de cinco ou seis mil óbitos. O número de mortos ultrapassará facilmente 600 mil cidadãos e rumará para um milhão. Diante do caos, as perguntas que se fazem naturalmente são: De quem é a culpamaior por estes números dantescos? Esta carnificina poderia ter sido evitada? Estados e municípios têm culpa? Há muitos culpados, claro, por este estado de coisas ter chegado a este ponto. Vacinação em massa da população teria sido a única maneira conhecida para se estancar esta sangria e acabar com esta terrível mortandade de cidadãos brasileiros. Mas o governo negacionista de Jair Bolsonaro não agiu a tempo para a aquisição de imunizantes. Por isso, uma CPI foi aberta para apurar as responsabilidades. Além de não usar máscaras e incentivar aglomerações, o presidente desqualificou as vacinas, única arma de que dispomos no momento para enfrentar o vírus assassino. Pior: a prescrição de remédios sem eficácia para a Covid-19 pode ter aumentado os mortos. Em tese, o governo Bolsonaro tem culpa por todas estas mortes. A necropolíticaadotada por quase todos os integrantes desse governo mostra isso muito bem. O chefe da Casa Civil, general Luiz Eduardo Ramos, por exemplo, disse que tomou “escondido” a vacina contra ao Coronavírus, pois “queria viver mais”. E por que não se adota essa mesma política de “viver mais” para toda a população que eles governam? Talvez seja porque o ministro Paulo Guedes, que estava ao seu lado, tenha dito na mesma conversa que “muitos brasileiros querem viver noventa ou cem anos e isto inviabiliza qualquer orçamento”. Some-se a esse desgoverno, a teimosia de muitos brasileiros que também fizeram escárnio do vírus e debocharam das medidas sanitárias adotadas. Alguns por ignorância e desconhecimento dos fatos. Outros, por necessidade de buscar o sustento. O presidente Bolsonaro é sim o maior responsável por toda esta mortandade de brasileiros durante a pandemia. O governo federal não criou uma coordenação nacional e as vacinas, só agora com quase um ano de atraso, chegam a conta-gotas ao país. A China, nossa principal fornecedora de insumos e imunizantes, tem sido atacada quase que diariamente por autoridades do governo brasileiro e também pelos filhos do desastrado presidente. Todos sabem que Bolsonaro deixou de comprar da Pfizer pelo menos 70 milhões de doses que deviam ter sido entregues a partir de dezembro do ano passado. Também desautorizou seu ministro da Saúde na compra de 45 milhões de doses da Coronavac. “Um manda e o outro obedece” disse pateticamente o general Pazuellona época.Quantas mortes eles deixaram de evitar? Bolsonaro já disse que se deveriam matar uns 30 mil brasileiros. Já matou mais de 400 mil. E não é um genocida. *Foi Professor em Porto Velho. Fonte: Professor Nazareno Leia Também Butantan entrega mais 420 mil doses da CoronaVac ao Programa Nacional de Imunizações Projeto de Lei que estabelece piso salarial dos profissionais de enfermagem segue estagnado Seduc realiza ação alusiva ao “Dia Mundial da Educação” no topo da Serra dos Parecis Papa acaba com privilégios judiciais para cardeais e bispos Sedam realiza diagnóstico do uso de água no entorno da sub-bacia hidrográfica Ribeirão Cacau Twitter Facebook instagram pinterest