DO BISPO EDIR MACEDO Igreja Universal sinaliza romper com Bolsonaro por causa de crise em Angola Publicada em 15/05/2021 às 09:30 O governo do presidente Jair Bolsonaro vê crescer a ameaça de perder o apoio da Igreja Universal do Reino de Deus. Foram emitidos alertas de um possível desembarque a partir de pessoas próximas ao bispo Edir Macedo, fundador da igreja, e de congressistas do Republicanos, partido ligado à instituição evangélica. Nesta 6ª feira (14.mai.2021), o bispo Renato Cardoso, responsável pela Igreja Universal no Brasil e genro de Edir Macedo, criticou diretamente o governo Bolsonaro em entrevista ao Jornal da Record –emissora de Macedo. Cardoso falou em “decepção” e apontou “omissão” por parte do governo no caso envolvendo conflitos sobre a permanência de pastores da Igreja Universal em Angola. O pivô do desgaste entre evangélicos da IURD e o governo foi a alegada inação das autoridades brasileiras à ordem de deportação de 34 brasileiros do país africano. A medida foi imposta depois que a instituição religiosa disse ter identificado comportamento impróprio de angolanos e afastado essas pessoas do comando da Igreja Universal do Reino de Deus naquele país africano. Presente em Angola desde 1992, a Universal afirma que o conflito começou há mais de 1 ano. Não há detalhes sobre a razão exata da expulsão dos agora ex-pastores angolanos, que reagiram e formaram uma dissidência dentro da instituição –visando a forçar a saída dos brasileiros. “O que mais nos indigna não é o que está acontecendo lá em Angola. É a ausência de autoridades brasileiras para interceder pelos pastores, pelos brasileiros em um país estrangeiro. Até quando o governo brasileiro vai ficar calado, passivo, diante desta situação?”, questionou Cardoso. Ele lembrou que os religiosos são parcela importante da base de apoio do governo. Desde a campanha eleitoral de 2018, Edir Macedo apoia Bolsonaro. “[O governo] já deveria estar fazendo cumprir os seus tratados internacionais com a Angola. Esse é o protesto, especialmente do povo cristão, do povo católico, do povo evangélico, que apoiou esse governo, faz parte da base do governo. Mas, agora recebe em troca uma omissão. É muito triste e decepcionante para o povo cristão no Brasil”, declarou Renato Cardoso. Eduardo Bravo, presidente da União Nacional das Igrejas e Pastores Evangélicos, disse ver “requintes de crueldade” por parte do governo angolano e “perseguição religiosa muito grande”. Para ele, “o Itamaraty não está respondendo à altura”. Em agosto do ano passado, os angolanos determinaram o fechamento de templos da igreja no país. A Universal foi acusada de atos ilegais, entre eles fraude fiscal e exportação ilícita de capitais. A igreja respondeu que recorreria da decisão. Cobrado por lideranças religiosas e por congressistas, Bolsonaro havia enviado, em julho de 2020, carta ao presidente de Angola, João Manuel Lourenço, demonstrando preocupação e solicitando garantias de proteção a membros da Universal e ao patrimônio da igreja no país africano. Desde então pastores brasileiros e suas famílias estavam em situação incerta em Angola, até a decisão de deportação nesta semana. Em nota divulgada nessa 5ª feira (13.mai.2021), o Ministério das Relações Exteriores afirmou ter convocado o embaixador de Angola “para solicitar esclarecimentos sobre a deportação de nacionais brasileiros no dia 11/05 e os aspectos legais associados ao caso”. O Itamaraty declarou que “manteve permanente contato com as autoridades angolanas para assegurar a devida proteção consular” dos brasileiros deportados. Segundo o MRE, 9 brasileiros embarcaram ao Brasil na 3ª feira (11.mai) e os demais que não conseguiram embarcar puderam aguardar o embarque em suas residências. CONGRESSO O partido Republicanos tem ligações com a Igreja Universal, mas a cúpula da sigla descarta um rompimento com o governo por causa desse caso de Angola. A legenda tem um ministro na gestão Bolsonaro: João Roma, na pasta da Cidadania. Cerca de 1/3 da bancada de 33 deputados do Republicanos tem proximidade com a Igreja Universal. Poderão adotar tom mais crítico ao governo, mas a atitude será considerada individual e não uma conduta a ser recomendada aos demais filiados à legenda. A bancada também tem deputados evangélicos de outras denominações, como Marco Feliciano (SP), próximo à Assembleia de Deus. Na 5ª feira (13.mar.2021), um dos deputados ligados à Universal, Márcio Marinho (Republicanos-BA), discursou no plenário da Câmara contra a forma como o governo brasileiro lida com o caso dos integrantes da igreja em Angola. “Até agora nós não vimos nenhum comportamento de apoio aos missionários brasileiros por parte desse governo”, disse Marinho. LEIA A NOTÍCIA NA ÍNTEGRA. Fonte: Poder 360 Leia Também Igreja Universal sinaliza romper com Bolsonaro por causa de crise em Angola Ivo Cassol pode ser ‘‘água no chope’’ de Marcos Rogério nas eleições de Rondônia em 2022 Anderson solicita do governo esclarecimentos sobre a falta de manutenção no aparelho de ressonância do HR de Cacoal Luizinho Goebel participa do lançamento do projeto Tchau Poeira e destaca ações que beneficiarão Vilhena Prefeito Hildon Chaves acompanha obras de drenagem no Lagoa e ouve lideranças do bairro Twitter Facebook instagram pinterest