PANDEMIA Índia se torna o 3º país a superar 300 mil mortes por Covid Publicada em 24/05/2021 às 09:24 A Índia se tornou nesta segunda-feira (24) o terceiro país a superar a marca de 300 mil mortes por Covid-19, depois de Estados Unidos e do Brasil, em meio a uma agressiva segunda onda da pandemia. Foram 4.454 óbitos nas últimas 24 horas, segundo dados do Ministério da Saúde indiano, o segundo maior número já registrado pelo país na pandemia (o recorde mundial foi registrado na terça). O país registrou mais de 57 mil mortes por Covid-19 nas últimas duas semanas, elevando o total de vítimas para mais de 303 mil. Os EUA têm 589 mil óbitos e o Brasil, 449 mil. A principal causa da tragédia indiana é a complacência do governo, que se recusou a adotar um lockdown nacional, liberou comícios políticos e festivais religiosos e permitiu que uma nova variante, a B.1.617, se espalhasse pela Índia e para todos os continentes. A Índia registrou também 222 mil novos casos, o menor patamar diário desde 15 de abril, mas a segunda onda de Covid-19 segue devastando o país há quase dois meses, com hospitais lotados e crematórios que não conseguem atender ao volume de corpos. São 26,7 milhões infectados desde o início da pandemia, atrás apenas dos EUA (33,1 milhões) e à frente do Brasil (16 milhões) e França (5,9 milhões). Apesar dos números astronômicos, há fortes indícios de subnotificação — sobretudo de mortes — no país. Especialistas acreditam que os números reais podem ser de cinco a dez vezes maiores. Corpos têm sido encontrados enterrados ou boiando às margens do Rio Ganges, e indianos morrem em casa, sem atendimento, e na porta dos hospitais, à espera de um leito. Também faltam remédios e oxigênio para os internados. Causas da tragédia A principal causa da tragédia indiana é a complacência do governo, que chegou a falar em "fase final da pandemia" em março, quando o país chegou a registrar menos de 10 mil infectados e 100 mortes por dia. Depois disso, houve a recusa de novo lockdown nacional, ao contrário de 2020 (quando a primeira onda foi controlada com sucesso), e aglomerações em comícios e eventos religiosos. Em meio ao desrespeito a medidas de distanciamento e ao não uso de máscaras, novas variantes do coronavírus encontraram terreno fértil. Uma nova cepa do coronavírus, a B.1.617, foi descoberta em outubro de 2020 e levou meses para se proliferar pela Índia, mas agora já foi detectada em dezenas países de todos os continentes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No dia 10, a OMS classificou-a como uma variante de "preocupação global" (veja no vídeo abaixo) e alertou para um risco de maior transmissibilidade e características que poderiam tornar as vacinas contra a Covid-19 menos eficazes. A variante indiana A variante indiana B.1.617 possui três versões, com pequenas diferenças (B.1.617.1, B.1.617.2 e B.1.617.3), descobertas entre outubro e dezembro de 2020. As três apresentam mutações importantes nos genes que codificam a espícula, a proteína que fica na superfície do vírus e é responsável por conectar-se aos receptores das células humanas e dar início à infecção. Entre as alterações, uma se destaca: a E484Q tem algumas similaridades com a E484K, alteração encontrada nas outras três variantes de preocupação global. São elas: a B.1.1.7 (Reino Unido), a B.1.351 (África do Sul) e a P.1 (Brasil, inicialmente detectada em Manaus). Até o momento, cientistas ainda não conseguiram estabelecer sobre a variante indiana: A sua real velocidade de transmissão e o quanto ela é mais transmissível Se a variante está relacionada a quadros de Covid-19 mais graves, que exigem internação e intubação O quanto as mudanças genéticas interferem na eficácia das vacinas já disponíveis No Brasil, a variante indiana foi confirmada na semana passada em seis tripulantes que chegaram em um navio vindo da Malásia. Indícios de maior transmissibilidade Uma análise da OMS diz que a piora da pandemia na Índia tem uma série de fatores, "incluindo a proporção de casos provocados por variantes com maior transmissibilidade". Mas o relatório também aponta outros ingredientes fundamentais para a crise sanitária no país, "como aglomerações relacionadas a eventos religiosos e políticos e a redução da aderência às medidas preventivas de saúde pública e sociais", como o uso de máscaras e o distanciamento. No Reino Unido, que tem um dos melhores sistemas de vigilância genômica do mundo e lida com uma outra cepa de preocupação global (a B.1.1.7, também conhecida como variante britânica), o número de casos causados pela B.1.617 quase triplicou em uma semana. Em um mês, a participação relativa da cepa indiana no total de casos que foram sequenciados geneticamente no Reino Unido subiu de 1% para 9%. Em algumas regiões, como Bolton, Blackburn, Bedford e Sefton, a B.1.617 já representa a maioria dos casos analisados e já se tornou dominante. Fonte: G1 Leia Também Índia se torna o 3º país a superar 300 mil mortes por Covid TRANSPOSIÇÃO: Comissão Especial dos Ex-Territórios Federais defere processo de servidor do Estado MP propõe Ação Direta de Inconstitucionalidade contra lei estadual que reduz Resex Jaci-Paraná e Parque Estadual de Guajará-Mirim Pouso forçado de avião da Ryanair na Bielorrússia causa revolta Sintero alerta aos professores e professoras que vacinação contra H1N1 está disponível Twitter Facebook instagram pinterest