Alemanha teme tentativas de influenciar eleições gerais de setembro

"Pode haver tentativas de influenciar indevidamente as eleições a partir de dentro e de fora do país", disse hoje o ministro do Interior, Horst Seehofer.

O presidente do Departamento Federal para a Proteção da Constituição, Thomas Haldenwang, referiu-se, por sua vez, a tentativas de ataques feitas a contas das redes sociais de diversos deputados.

Haldenwang disse que a maioria dos ataques não foi bem-sucedida, mas que poderiam ser um passo preparatório para ataques de maior envergadura e que por detrás deles poderia haver a intervenção de alguns serviços secretos.

Quando se perguntou a Haldenwang se podia dizer de que país se pensava ser proveniente o ataque, Seehofer interveio para dizer que essa é uma pergunta à qual não se deve responder.

"Para os serviços de segurança terem êxito, eles precisam de ter a capacidade de permanecer em silêncio", afirmou o ministro do Interior.

Seehofer disse ainda que não só se deve considerar possíveis ameaças estrangeiras, como também possíveis tentativas de manipulação que surjam no interior do país.

"Às vezes, surpreende-me que não se considere suficientemente estas últimas e se fale apenas de possíveis ingerências de Moscovo, Pequim ou Teerão. Temos que ver também o que se passa dentro do país", sustentou.

"Uma coisa típica é a infiltração em contas das redes sociais de algum político para lhe atribuir coisas que não disse", indicou.

Por outro lado, Haldenwang disse que, além da segurança informática, se conta que haja tentativas tanto de destruir cartazes de diversos partidos, por parte de extremistas, como possíveis ataques a candidatos.

Quanto a possíveis manipulações do resultado do escrutínio, o presidente da Autoridade Eleitoral, Georg Thiel, disse que era bastante improvável.

"O voto continua a ser em papel. Não existe perigo de serem manipulados aparelhos automáticos. Os votos são contados à mão, e posteriormente voltam a ser contados. Uma manipulação pode praticamente ser descartada", afirmou.

Thiel disse também que o voto por correio é seguro, como sempre foi nas eleições alemãs.