REGIÃO NORTE Debatedores cobram investimentos e ações de melhorias na BR 364 e BR-319 a pedido do senador Acir Gurgacz Publicada em 12/08/2021 às 13:38 Imprescindíveis, a infraestrutura e a logística do agronegócio no Brasil são temas de três audiências públicas previstas pela Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA). Nesta quinta-feira (12), os senadores reuniram-se para debater, em um primeiro encontro, as ações para a duplicação da Rodovia BR 364, de Porto Velho (RO) a Comodoro (MT), e as providências do governo federal para o reasfaltamento da BR-319 (AM-RO), que consideram essenciais para atender o exponencial crescimento da produtividade do setor na Região Norte e proporcionar maior segurança à população que circunda essas malhas rodoviárias. Presidente da CRA, o senador Acir Gurgacz (PDT/RO), autor do requerimento das audiências públicas, enfatizou que a Região Norte teve um crescimento de 5,6% do produto interno bruto (PIB), muito acima da média nacional, mas não tem recebido investimento público na mesma medida, o que se reflete principalmente no atual estado das rodovias locais. — Pesquisa da Confederação Nacional do Transporte aponta que 78% da malha viária do norte do país estariam em condições ruins ou péssimas, reflexo do baixo investimento do governo federal — disse Gurgacz. O senador destacou que há 11 anos busca viabilizar a duplicação da BR 364. A proposta de concessão dessa rodovia totaliza 806 quilômetros entre Porto Velho (RO) e Comodoro (MT), que hoje se encontra com 784 quilômetros de pista simples. Da mesma forma, o senador persegue há uma década o reasfaltamento da BR 319, que tem 885 quilômetros de extensão entre Manaus e Porto Velho, interligando 22 municípios da Floresta Amazônica, na região de interflúvio dos rios Madeira e Purus. Já no início da audiência pública, os senadores Esperidião Amin (PP-SC) e Carlos Fávaro (PSD-MT) manifestaram preocupação com o atual modelo de concessão, ao destacarem que o modelo de menor preço não se mostra viável, já que muitas das empresas vencedoras de processos licitatórios acabam por não cumprir com o acordado. — O atual modelo do menor preço é perverso, equivocado, propicia mais fracasso e problemas do que êxito e sucesso — afirmou Amin. Restrição orçamentária Secretário nacional de Transportes Terrestres do Ministério da Infraestrutura, Marcelo da Costa Vieira reconheceu que o orçamento de aproximadamente R$ 6 bilhões para manutenção das rodovias pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) dificulta, em muito, a melhoria rodoviária no país. — Essa é uma dificuldade permanente e não há uma mudança prevista para a próxima década. Por isso, optou-se por uma carteira de projetos de terceirização, dinheiro que vem da iniciativa privada — explica Vieira. Pelas concessões, que incluem não só o modal rodoviário, mas também o ferroviário e o aeroviário, estimam-se R$ 250 bilhões a serem investidos pela iniciativa privada em dez anos. — Dois terços do exportado no país já é feito por terminais de uso privado e temos de trazer essa prática para as rodovias — expôs o secretário. Para a duplicação e outras obras da BR 364 — que receberá cabeamento para a tecnologia 5G — estão previstos R$ 4 bilhões a serem aplicados em dez anos dentro de um projeto de concessão de 30 anos, que deverá ter leilão híbrido formalizado no segundo semestre de 2022. A proposta é que sejam duplicados cerca de 400 quilômetros, o que fará com que, na próxima década, a rodovia deixe de ser um gargalo e viabilize o desenvolvimento econômico da região, segundo Vieira. — Os quilômetros que não forem duplicados terão terceira faixa, sinalizações, pontos deparada e descanso ao longo da rodovia, entre outras obras. Já estamos investindo pesado na dragagem do Rio Madeira, o que viabiliza esse corredor logístico. BR 319 Quanto à BR 319, que foi finalizada na década de 70, o secretário Vieira enfatizou que a rodovia esteve pavimentada até 1988 e que, desde então, tornou-se um drama principalmente no período chuvoso. Na recente necessidade de transporte de oxigênio para a cidade de Manaus, por exemplo o trecho que se fazia em 12 horas não pode ser corrido em menos de 36 horas. — A única solução é pavimentar definitivamente a rodovia, para acabar com essas manutenções anuais. Essa é a realidade do único acesso rodoviário a uma cidade que tem 2 milhões de habitantes (Manaus). Daremos um exemplo de como fazer uma obra respeitando a sustentabilidade e, em 2022, teremos o primeiro lote viabilizando a retomada desse pavimento, perdido após 88. A expectativa é de que os primeiros 80 quilômetros — de trecho chamado de “meião” — sejam pavimentados em quatro anos. Impactos ambientais Diretor de Planejamento e Pesquisa do Dnit, Luiz Guilherme Rodrigues de Mello explicou que para a BR 319 estão sendo propostas soluções adequadas à região, como a substituição das pontes de madeira por pontes de concreto, de forma a tirar a proximidade da água para evitar deterioração futura do pavimento e reduzir impactos ambientais. — O DNIT tem uma limitação orçamentária muito forte, mas a BR 319 tem prioridade com orçamento previsto. Para o início das obras estão sendo atualizados os projetos da rodovia, assim como as documentações e exigências ambientais. A Empresa de Planejamento e Logística S.A. (EPL) realiza o estudo de impacto ambiental da BR 364. Segundo a gerente de Meio Ambiente da EPL, Paula Tagliari, o trecho de 800 quilômetros passa por diversos municípios, área de biodiversidade muito rica, que contempla 50 unidades de preservação e está nas proximidades de 20 terras indígenas e outras comunidades tradicionais. — Com a pandemia as terras indígenas não puderam ser acessadas, o que nos impediu de dar continuidade aos estudos do componente indígena, mas estamos em contato com a Funai [Fundação Nacional do Índio] tentando realizar esses estudos por outros meios — expôs Paula. Para o senador Gurgacz, não há porque haver entrave ambiental com as obras referentes às duas rodovias diante do fato de ambas já terem seus traçados e já terem sido executadas anteriormente. Escoamento Um dos grandes problemas vividos pelo Brasil hoje no agronegócio é positivo: o aumento do volume de produção na Região Norte, segundo o diretor-executivo do Movimento Pró–Logística de Mato Grosso e Representante da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja/MT), Edeon Vaz Ferreira. Ao destacar um dos mais altos custos de frete do Brasil, Ferreira assegura que os produtores são favoráveis a duplicação da BR 364 e que propõem que a rodovia seja concessionada a partir da cidade de Sapezal (MT). Ele pediu ainda emprenho dos parlamentares para orçamento e aprovação do marco legal do licenciamento ambiental, que em breve será analisado pelos senadores. A produção de soja e milho na região passou de 56 milhões de toneladas em 2009 para 148,6 milhões em 2020, segundo a assessora técnica da Comissão Nacional de Logística e Infraestrutura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Elisângela Pereira Lopes. As regiões que formam o chamado “Arco Norte”, aquelas inseridas no paralelo 16° Sul, passaram a deter 65,3% da produção de soja e milho no país em 2020, assumindo 32% das exportações nacionais de grãos. — A BR 364 com o rio Madeira é um importante corredor intermodal que viabiliza a movimentação de commodities, essencial para o crescimento de movimentação nos portos do Arco Norte. O agronegócio tem crescido exponencialmente, mas a infraestrutura não tem acompanhado. Ao final da reunião, o presidente da CRA colocou em votação alguns requerimentos e informou que a próxima audiência pública sobre o tema discutirá os modelos de concessão. Fonte: Agência Senado Leia Também Debatedores cobram investimentos e ações de melhorias na BR 364 e BR-319 a pedido do senador Acir Gurgacz Hospital Regional de Buritis recebe veículo após indicação do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Alex Redano Aprovado projeto do Deputado Lucio Mosquini que destina mais recursos para agricultura familiar Câmara Municipal aprova alterações no Refis 2021; O programa foi sancionado pelo prefeito Hildon Chaves no dia 14 de julho Durante reunião com deputado Laerte Gomes, Idaron garante regulamentar sistema de alienação de gado em até 10 dias Twitter Facebook instagram pinterest