O afastamento precoce do senador Confúcio Moura, estaria nos planos uma candidatura ao governo do Estado em 2022? A saga da Dona Nanza, a guerreira alagoana

 Afastamento – Muito questionável o afastamento do senador Confúcio Moura (MDB-RO) por 4 meses, prazo mínimo para o suplente que assume, realmente ser efetivado como senador e receber todos os benefícios (inclusive médico e hospitalar internacional), extensivos aos familiares pelo resto da vida. A alegação do senador, ex-governador, ex-deputado federal, ex-prefeito, de “motivos pessoais” é muita vaga. O afastamento é legal, mas certamente imoral, pois quem está licenciado não deveria receber nada, além do salário líquido, sem os penduricalhos e mordomias, que são bancados com o dinheiro dos impostos, tributos, taxas, pagos pelo povo e o suplente somente ser favorecido, no caso da renúncia do titular. Hoje o Brasil já tem 13 senadores nessas condições. O ex-presidente francês Charles de Gaulle tinha razão: “o Brasil não é um País sério...”.  

Candidato – As pessoas ligadas ao senador Confúcio justificam que o afastamento seria um preparativo para as eleições gerais do próximo ano, quando serão eleitos o presidente da República, governadores, uma das três vagas ao Senado que cada Estado e o Distrito Federal têm, Câmara Federal e Assembleias Legislativas. Confúcio e o ex-presidente da Assembleia Legislativa (Ale), Maurão de Carvalho (MDB) são os nomes do MDB ao governo. O ex-deputado foi candidato do MDB a governador em 2018, ficou na terceira colocação e não foi para o segundo turno, pela diferença de 10.001 votos do segundo colocado no primeiro turno, Marcos Rocha, do PSL, hoje sem partido, que se elegeu governador derrotando o ex-senador Expedito Júnior (PSDB), que tinha vencido o primeiro turno. Confúcio e Maurão são os dois nomes de ponta do MDB. Para concorrer Confúcio terá que renunciar. As apostas estão abertas...  

Orçamento 2022 – No próximo mês de setembro a Assembleia Legislativa (Ale) deverá receber a proposta de orçamento do governo de Rondônia para o próximo ano. O orçamento vigente é de R$ 8.620.159.714,00 e foi aprovado em setembro de 2020, quando o mundo enfrentava situação das mais delicadas para o combate e controle do coronavírus. Com relação ao Orçamento 2020, o crescimento para 2021 foi apenas de 1%, totalizando pouco mais de R$ 8,5 bilhões. Ainda não se tem informações de quanto será o Orçamento 2022 de Rondônia, mas provavelmente terá elevação, porque o Estado, obrigatoriamente, passará por uma nova fase na economia e no desenvolvimento, devido a pandemia que assusta e preocupa o mundo desde o início de 2020.  

Ponte – A presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa (Ale), deputada Cássia Muleta (Podemos-Jaru) solicitou –e foi atendida– ao governo do Estado a recuperação da ponte sobre o rio Ubirajara, na RO 463, na ligação entre os municípios de Jaru e Governador Jorge Teixeira. Os trabalhos de recuperação serão iniciados nos próximos dias pelo DER-RO. A ponte é fundamental não somente para assegurar o direito de ir e vir das pessoas, mas também para garantir o escoamento das safras, pois a região é extremamente produtiva no setor agrícola e uma das forças da economia do Estado. 

BR 364 – Trafegar com veículos de passeio na BR 364, no trecho entre Jaru a Porto Velho, com cerca de 200 quilômetros não é tarefa das mais fáceis. E a situação deverá piorar muito quando chegar o período de safras de grãos (soja e milho) em Rondônia e no Mato Grosso, estados que exportam boa parte da produção pelo porto graneleiro de Porto Velho, no Rio Madeira. Por incrível que possa parecer, o tráfego entre Ji-Paraná a Jaru (cerca de 85km), apesar do trajeto sinuoso flui melhor, pois na maioria dos aclives tem a terceira pista, que facilita a ultrapassagem dos carros de passeio, o que não ocorre entre Jaru-Ariquemes-Porto Velho com pouco mais de 290 quilômetros de grandes retas, porque o volume de tráfego é enorme e os carros menores, mesmo mais rápidos, ágeis, ficam –perigosamente–horas entre os veículos de carga. 

Respigo  

Muitos leitores questionam a palavra “Respigo”. Alguns perguntam se não seria “Respingo”. Mas não, é “Respigo” mesmo, que significa, colheita, compilação, seleção... Utilizamos a seção Respigo de hoje, para uma justificativa e, ao mesmo tempo abrir o coração.  

Há anos o leitor acompanha o RD POLÍTICA publicado de segundas-feiras às sextas-feiras no RONDONIA DINÂMICA. Na última sexta-feira (27), pela primeira vez a coluna não foi publicada. É que perdi a minha querida Mãe (Dona Nanza), que tinha completado 92 anos em março último. Um dia de muita tristeza na minha vida, para a nossa Família e no grande círculo de amigos...  

Foram quase 75 anos de conivência, nem sempre presente fisicamente, mas de coração, de respeito, e muito orgulho de ter uma Mãe, que criou oito filhos (seis homens e duas mulheres, um Valdenir-Tico, infelizmente nos deixou muito fora do combinado), comandou uma Família de dez pessoas lavando roupa, primeiro na tábua (muitos nem sabem o que é), depois o tanque; passou muita roupa no ferro à brasa, que inúmeras pessoas só conhecem por fotografia, para somente, após décadas chegar ao elétrico; trabalhava um dia por semana limpando um consultório odontológico (Dr. Roque), em Garça (SP), minha terra natal; era costureira e cozinhava (almoço e janta), além do café (manhã e à tarde), limpava a casa, lavava a louça, etc. Uma heroína, uma pessoa ímpar.  

Hoje não temos mais a alagoana guerreira, que atravessava o rio São Francisco, lá em Alagoas, a nado com o irmão pequeno, que não sabia nadar, no cangote, como se diz no Nordeste, e que conseguiu constituir, junto com o nosso saudoso e querido Pai (Jurandir Costa), uma Família exemplar, de pessoas sem vícios, honestas, trabalhadoras, responsáveis. Uma dádiva.  

Por mais bem preparado que a gente acha que está, para a certeza da vida, que é a morte, sempre fica um enorme vazio, que jamais será preenchido quando se perde a Mãe, o Pai, o Irmão, um ente querido. Não é fácil aceitar, que aquela pessoa, que durante 9 meses gerou você no útero, pariu, amamentou, alimentou, vestiu, orientou, hoje não está mais junto a nós.  

Obrigado Dona Nanza (Maria de Lourdes Alves da Costa). Hoje tenho a certeza, que Deus tem mais um anjo no Céu: a Senhora. Ser Mãe é um privilégio único da Mulher, que é o de gerar um ser humano no seu útero. A Senhora só nos deixou exemplos. Saudades eternas e que os anjos a tenham recebido com muitas flores, pois a Senhora é mais uma delas no Jardim da Saudade...  

Amém