CONFLITO ONU condena combates 'indiscriminados' com civis mortos no Afeganistão Publicada em 03/08/2021 às 09:31 Pelo menos 40 civis morreram, e 118 ficaram feridos, nas últimas 24 horas em combates entre os talibãs e as forças afegãs na cidade de Lashkar Gah, no sul do país - anunciou a Missão da ONU no Afeganistão (Unama), nesta terça-feira (3). Em um tuíte, a Unama manifestou sua "profunda preocupação com os civis afegãos em Lashkar Gah, onde os combates se intensificam" entre os "talibãs que continuam sua ofensiva por terra e o Exército afegão que tenta contê-los". "A ofensiva terrestre talibã e os ataques aéreos do ANA (Exército Nacional Afegão) estão causando muitos danos", acrescentou a Unama. Neste cenário, um comandante do Exército afegão pediu à população civil que abandone a cidade, antes do lançamento de uma operação para tentar expulsar os talibãs. "Pedimos que deixem suas casas o mais rápido possível, assim podemos começar nossa operação", convocou o general Sami Sadat, dirigindo-se aos habitantes da capital da província de Helmand, em uma mensagem aos veículos de comunicação locais. O ultraconservador grupo islâmico assumiu o controle de várias zonas rurais desde que as forças estrangeiras anunciaram sua retirada do Afeganistão no início de maio, mas estão encontrando uma maior resistência nas capitais provinciais. Fontes do governo relataram que os insurgentes tomaram o poder de uma dúzia de estações de rádio e de emissoras de televisão em Lashkar Gah. Permite apenas a difusão de uma rede pró-talibãs que transmite programação islâmica. "Havia intensos combates esta manhã", afirmou Sefatullah, diretor da rádio Sukon, na capital de Helmand, uma das emissora tomadas pelos talibãs. "Paramos de transmitir há dois dias, quando os talibãs tomaram o edifício onde a rádio fica", contou. "Os terroristas não querem que os veículos publiquem seus atos e mostrem seus abusos", afirmou o Ministério afegão da Informação e da Cultura. "Os B52 dos Estados Unidos e a Força Aérea afegã atacaram as posições talibãs", disse Sefatullah, relatando que os combates estão sendo travados perto da prisão da cidade e de um edifício que abriga os quartéis da polícia e dos serviços de Inteligência. Na segunda-feira (2), o Ministério afegão da Defesa anunciou que a Força Aérea dos Estados Unidos estava realizando ataques em Lashkar Gah, para tentar conter o avanço dos talibãs. A perda de Lashkar Gah seria um grande revés estratégico e psicológico para o governo, que se comprometeu a defender as cidades a qualquer custo, após perder o controle de amplas áreas rurais. Em Herat, outra cidade sitiada, centenas de moradores cantavam "Allahu akbar" ("Deus é maior") dos telhados, depois que as forças do governo repeliram o mais recente assalto talibã. Autoridades afegãs disseram que as tropas militares conseguiram expulsar os insurgentes em várias áreas de Herat, incluindo os arredores do aeroporto, uma infraestrutura crucial para o abastecimento. "As forças de segurança afegãs e da resistência lançaram uma ampla operação no oeste da cidade", disse à AFP o porta-voz do governo de Herat, Jailani Farhad. - "Crimes de guerra" - Ontem, Estados Unidos e Reino Unido acusaram os talibãs de terem cometido "crimes de guerra" por "massacrarem civis" na cidade de Spin Boldak (sul), perto da fronteira com o Paquistão, que caiu nas mãos dos insurgentes em meados de julho. Estas acusações foram feitas após a divulgação de um relatório da Comissão Independente de Direitos Humanos do Afeganistão (AIHRC), um órgão público. Em seu relatório, a AIHRC diz que "descobriu que, depois de tomar o distrito de Spin Boldak, os talibãs buscaram e identificaram autoridades de governos passados e do atual e mataram pessoas que não tinham qualquer papel combatente". Há uma semana, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, também lançou acusações diretas contra os líderes talibãs. "Um Afeganistão que não respeita os direitos de seu povo, um Afeganistão que comete atrocidades contra seu próprio povo se tornará um Estado pária", disse Blinken. Nesta terça-feira, a ONG Save the Children afirmou que os combates no país provocaram o deslocamento de 80.000 crianças desde o início de junho, assim como danos a muitas escolas e instalações de saúde. Fonte: AFP Leia Também ONU condena combates 'indiscriminados' com civis mortos no Afeganistão Covid-19 volta à cidade chinesa de Wuhan 14 meses depois Pessoas a partir de 24 anos já podem se vacinar em Porto Velho Irã: novo presidente ultraconservador recebe país abalado pela economia e pela pandemia Agevisa inicia capacitação para profissionais das vigilâncias sanitárias de 14 municípios 02 de agosto de 2021 | Governo do Estado de Rondônia Twitter Facebook instagram pinterest