Cúpula do clima de novembro será a maior operação policial da Escócia

A próxima cúpula da ONU sobre mudança climática, que acontecerá em Glasgow em novembro, será a maior operação policial na história da Escócia, afirmou o policial encarregado nesta quinta-feira (9). 

A importante participação na COP26, prevista para 31 de outubro a 12 de novembro, e os protestos em massa que a acompanharão exigirão uma "operação muito complexa", afirmou Bernard Higgins, chefe adjunto da polícia da Escócia. 

Está prevista a presença de até 120 líderes mundiais, entre eles o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o papa Francisco, assim como membros da realeza britânica e dezenas de milhares de delegados. 

Cerca de 10.000 policiais de todo o país se deslocarão todos os dias durante as duas semanas de conferência. 

"É, sem dúvida, a maior operação policial já vista na Escócia e, potencialmente, no Reino Unido", declarou Higgins em coletiva de imprensa. "Atrairá o maior número de líderes mundiais que já vimos em um só lugar do Reino Unido", destacou. 

O responsável policial já se reuniu com os líderes do grupo ambientalista de desobediência civil Extinction Rebellion, cujos protestos paralisaram partes de Londres nas últimas semanas. 

Ele garantiu a eles que a polícia facilitará os protestos pacíficos e permitirá "os ilegais até certo ponto". "Nossa abordagem é a cooperação, o compromisso, justo e amigável", afirmou.  

"Mas se o protesto começar a colocar os outros em risco, ou se começar a afetar a capacidade de funcionamento da conferência, então teremos que aumentar nossa reação", alertou.

Como preparo, centenas de agentes receberam treinamento especializado em táticas de ordem pública. 

Na terça-feira, a Rede de Ação pelo Clima - plataforma mundial de mais de 1.500 grupos ambientalistas - pediu que a COP26 seja adiada, alegando as desigualdades na aplicação das vacinas contra a covid-19 e os requisitos rígidos de quarentena para dezenas de países que pretendem comparecer às negociações. 

No entanto, as Nações Unidas e os anfitriões britânicos afirmaram que a conferência seguirá adiante, já que é preciso adotar medidas urgentes para estabelecer metas de emissões de gases de efeito estufa que evitem uma mudança climática descontrolada.