TRIBUNAL SUPERIOR Presidente do TSE defende sistema eleitoral e rebate Bolsonaro Publicada em 09/09/2021 às 14:55 Dois dias depois das manifestações de 7 de setembro, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, rebateu as suspeitas levantadas pelo presidente Jair Bolsonaro sobre a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro. Barroso falou sobre o assunto ao discursar na abertura da sessão da corte na manhã desta quinta-feira (9). "Todos sabem que não houve fraude e quem é o farsante nessa história", afirmou Barroso. “Quando fracasso bate à porta, é preciso encontrar culpados." O ministro disse que "o populismo vive de arrumar inimigos para justificar o seu fiasco. Pode ser o comunismo, pode ser a imprensa, podem ser os tribunais”. Urnas Ao defender as urnas eletrônicas, Barroso insistiu que as eleições brasileiras são seguras, limpas, democráticas e auditáveis. Numa referência ao discurso de Bolsonaro a apoiadores no 7 de setembro, quando o presidente defendeu a "contagem pública de votos", Barroso argumentou que isso seria "como abandonar o computador e regredir, não à máquina de escrever, mas à caneta tinteiro". “Seria um retorno ao tempo da fraude e da manipulação. Se tentam invadir o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, imagine-se o que não fariam com as seções eleitorais”, observou o presidente do TSE. Luís Roberto Barroso lembrou ainda que as urnas não entram em rede e não são acessíveis remotamente. “Podem tentar invadir os computadores do TSE e obter dados cadastrais, ataques de negação de serviço aos sistemas, mas nada disso é capaz de comprometer o resultado das eleições", garantiu. Retórica Ainda segundo Barroso, começa a ficar cansativo no Brasil ter que “repetidamente desmentir falsidades, para que não sejamos dominados pela pós-verdade, pelos fatos alternativos, para que a repetição da mentira não crie a impressão de que ela se tornou verdade. É muito triste o ponto a que chegamos”, declarou. Ainda sobre declarações do presidente contra o Judiciário nos atos da última terça-feira, o ministro classificou as falas como “retórica vazia, política de palanque”. “Insulto não é argumento. Ofensa não é coragem. A incivilidade é uma derrota do espírito. A falta de compostura nos envergonha perante o mundo”, criticou. Na avaliação de Barroso, a “marca Brasil” sofre neste momento uma desvalorização global. “Não é só o real que está desvalorizando. Somos vítima de chacota e de desprezo mundial. Um desprestígio maior do que a inflação, do que o desemprego, do que a queda de renda, do que a alta do dólar, do que a queda da bolsa, do que desmatamento da Amazônia, do número de mortos pela pandemia, do que a fuga de cérebros e de investimentos. Mas pior de tudo. A falta de compostura nos diminui perante nós mesmos. Não podemos permitir a destruição das instituições para encobrir o fracasso econômico, social e moral que estamos vivendo”, afirmou. Luís Roberto Barroso destacou ainda que o mundo vive um processo de “recessão democrática” e que teme que isso afete o Brasil. “É desse clube que nós não queremos que o Brasil faça parte”, afirmou. Barroso fez ainda uma metáfora com a passagem bíblica João 8:32. “Conhecereis a verdade e ela vos libertará”. “O slogan para o momento brasileiro, ao contrário do propalado, parece ser: “Conhecerás a mentira e a mentira te aprisionará”, ressaltou o ministro. Fonte: Agência Brasil Leia Também Presidente do TSE defende sistema eleitoral e rebate Bolsonaro Inflação acumulada em 12 meses passa de 10% em oito capitais IFRO seleciona estagiários para atuar na Reitoria em Porto Velho Mulheres indígenas seguem mobilizadas contra Marco Temporal TSE confirma multa por desrespeito a norma sanitária na Bahia em 2020 Twitter Facebook instagram pinterest