SAÚDE E BEM ESTAR Superalimentos sustentáveis: as microalgas são a virada do jogo do futuro Publicada em 28/09/2021 às 11:49 Em apenas três décadas, o planeta Terra poderá ser habitado por quase 10 bilhões de pessoas. Com esta projeção de crescimento populacional, o sistema alimentar atual terá que mudar drasticamente para suprir a demanda futura de forma saudável, segura e sustentável, juntamente com os desafios enfrentados pelas mudanças climáticas. Embora não haja uma resposta única para esse enorme problema global, um item específico agora está chamando a atenção – as microalgas estão sob os holofotes por seu potencial de virar o jogo como uma solução alimentar futura sustentável e rica em nutrientes. Repletas de proteínas, vitaminas, minerais e antioxidantes, componentes de microalgas como chlorella e spirulina foram amplamente reconhecidos como superalimentos saudáveis, embora ainda não tenham conseguido conquistar o paladar dos consumidores convencionais, principalmente pelo seu cheiro e sabor, mas já amplamente utilizadas como suplementos. Mas agora, técnicos, cientistas e engenheiros estão desenvolvendo maneiras de melhorar as qualidades sensoriais das microalgas – e grandes marcas de alimentos pretendem explorar este ingrediente rico em proteínas sustentável. Vantagens das microalgas para a indústria De acordo com pesquisas recentes, as microalgas apresentam uma grande oportunidade para a indústria, com um rendimento de proteína de algo entre 4 a 15 toneladas por hectare anualmente, muito maior do que 0,6 a 1,2 toneladas por hectare a cada ano para trigo, leguminosas e soja, por exemplo. As microalgas também requerem muito menos recursos em comparação com outras culturas baseadas na terra, pois podem ser cultivadas na ausência de água doce ou pesticidas, o que também a torna uma cultura resistente às futuras mudanças climáticas impostas pela crise ambiental. “As microalgas oferecem muito potencial inexplorado como alternativa de proteína viável e ecologicamente correta”, disse Alejandro Amezquita, diretor de P&D de futuros ingredientes de base biológica da Unilever. “Elas têm um papel significativo a desempenhar na transformação do sistema alimentar.” Os comentários de Amezquita foram feitos em meados de 2020, quando a Unilever anunciou a nova parceria com a Algenuity, uma empresa de algas sediada no Reino Unido, que desenvolveu uma variante capaz de superar o sabor adverso das microalgas – a Chlorella Colors. Essa microalga tem cheiro e sabor neutros, e vem em uma variedade de cores sem qualquer perda de seu valor nutricional. Chlorella Colors, da Algenuity, está disponível em amarelo natural, lima ou branco. Em Pataias, Portugal, a empresa Allmicroalgae está desenvolvendo aplicações à base de algas para alimentos como biscoitos, pão, snacks e pastas. A engenheira alimentar da Universidade de Lisboa, Anabela Raymundo, ajuda no desenvolvimento destes produtos. “As microalgas são ingredientes extremamente importantes porque são ricos em proteínas e compostos bioativos e, portanto, são uma fonte extremamente rica de nutrição e pode ser usado em muitos alimentos”, explicou. A start-up FUL Foods, de Delft (Países Baixos) descobriu uma maneira de refinar as microalgas e transformá-las em um ingrediente solúvel e de sabor neutro que mantém sua coloração azul esverdeada. Seu primeiro produto de consumo, FUL Superfood Tonic, é cheio de sabor e é naturalmente colorido em um tom vibrante por causa desse ingrediente. Estes são apenas alguns exemplos de pesquisa para utilização de microalgas com resultados recentes. No âmbito da Farm to Fork Strategy (Estratégia da Fazenda ao Garfo), da União Europeia, a Comissão pretende desbloquear todo o potencial da indústria de algas até meados de 2022. Microalgas têm um papel significativo a desempenhar na transformação do sistema alimentar Existem mais de 72.500 espécies de algas, que vivem tanto na água doce como na água do mar. As maiores são chamadas de macroalgas e constituem 20% de todas as espécies. Os 80% restantes são compostos por microalgas. Os humanos têm se alimentado com macroalgas desde há muito tempo, mas a atenção agora é para as microalgas, por seu potencial nutricional inexplorado como alternativa de proteína viável e amiga do clima. Além disso, essas espécies microscópicas também são veganas, o que as torna extremamente relevantes para o crescente apetite do consumidor de hoje por mais alimentos vegetais com benefícios funcionais adicionais. Cada microalga tem valor nutricional variável. Alguns dos nutrientes que elas contêm são aminoácidos essenciais, ácidos graxos essenciais, incluindo ômega-3, ômega-6, ômega-7 e vitaminas, como A, D e E. Dois dos mais populares para consumo humano são chlorella e spirulina. O cultivo de algas requer procedimentos exatos para atingir rendimentos abundantes de biomassa. A levedura tradicional, como a usada para fazer cerveja, ativa o processo de fermentação, então a cultura é injetada em grandes fotobiorreatores onde cresce até atingir o padrão de qualidade adequado. Depois disso, é colhida e transformada em um pó fino. O interesse da indústria de alimentos pelas microalgas está crescendo rapidamente devido aos novos hábitos de consumo, sustentabilidade da produção, mas também por questões de saúde. As microalgas não são boas apenas para a dieta vegetariana ou vegana, mas também podem ser usadas para pessoas que estão doentes e que têm dificuldade em comer produtos ricos em proteínas. Fonte: Redação Leia Também Superalimentos sustentáveis: as microalgas são a virada do jogo do futuro Professores da rede municipal em Porto Velho têm acesso à caderno de orientação pedagógica TRT14 institui norma que estabelece a flexão de gênero em todos os seus documentos e atos Agência Estadual de Vigilância em Saúde reforça a atenção da população para a 2ª dose da vacina contra a covid-19 Imunização contra a COVID-19: Começa com bons números a vacinação na Escola do Legislativo Twitter Facebook instagram pinterest