AMAZÔNIA Unidades de conservação melhoram condições de ribeirinhos na Amazônia Publicada em 27/09/2021 às 15:44 Apenas 5% dos adultos moradores de unidades de conservação (UC) em comunidades ribeirinhas da região amazônica gostariam de se mudar para a cidade, em comparação a 58% que vivem em áreas desprotegidas. Os dados são de pesquisa publicada nesta segunda-feira (27) na revista PNAS. O levantamento foi feito por pesquisadores das universidades federais do Rio Grande do Norte (UFRN) e de Alagoas (Ufal), do Instituto Juruá e das universidades norueguesas de East Anglia e de Life Sciences. Os pesquisadores percorreram mais de 2 mil quilômetros pelo Rio Juruá, afluente do Amazonas, em 2016, a fim de entender os impactos sociais de se viver dentro ou fora de uma unidade de conservação. Eles aplicaram questionários e entrevistaram pessoas e famílias de comunidades externas e de unidades de conservação da região, incluindo a Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) de Uacari e as reservas extrativistas do Médio e Baixo Juruá. Ao todo, moradores e líderes comunitários de 100 comunidades da região foram ouvidos, incluindo 426 pessoas e 281 famílias. Nas entrevistas coletadas, o pesquisador João Campos-Silva observou que as unidades de conservação bem geridas, que têm forte organização social das comunidades e associações locais, trazem benefícios para a qualidade de vida e subsistência local. “O melhor acesso à saúde, educação, eletricidade, saneamento básico e comunicação, observado em comunidades dentro das UCs, influencia a decisão das pessoas de não quererem sair de lá”, comenta o pesquisador do Instituto Juruá, um dos autores do artigo. Um dos principais resultados da pesquisa é que as comunidades das unidades de conservação têm mais acesso à infraestrutura básica de serviços públicos. Da mesma forma, famílias que residem nessas comunidades têm mais bens duráveis como geladeira, fogão, eletrodomésticos e barco a motor, indicando que morar nas unidades de conservação confere maior riqueza material às famílias. Para a coautora do estudo, Priscila Lopes, os dados sugerem que diferentes níveis de gestão participaram da construção de soluções para as comunidades pesquisadas, desde organizações não governamentais, empresas, universidades e associações locais. “Elas estimularam o desenvolvimento social com a criação de empregos e cadeias produtivas socialmente mais justas, o que ajuda a consolidar resultados positivos do engajamento em sustentabilidade”, destaca a pesquisadora. O estudo indica que cenário otimista verificado na região do Rio Juruá pode sugerir uma exceção à regra, uma vez que envolve modelo de cogestão na unidade de conservação. Como a maioria das unidades de conservação na Amazônia não está implementada e enfrenta uma escassez de recursos humanos e financeiros, eles defendem também o aumento do investimento público na implementação dessas áreas protegidas como forma de gerar riqueza com a floresta ainda em pé. Fonte: Agência Brasil Leia Também Governo de Rondônia contrata instituto para atuar no projeto de modernização da gestão penal do Estado Afeganistão se retira de última hora da lista de oradores da Assembleia Geral da ONU Argentina reabre fronteira com Brasil, em Foz do Iguaçu, em iniciativa teste Guedes defende Petrobras e Banco do Brasil na 'fila' de privatizações dos próximos anos Contrato para a recuperação de 3 mil quilômetros de estradas vicinais é assinado em Porto Velho Twitter Facebook instagram pinterest