PIRATARIA Prejuízo com mercado clandestino de combustível é de 26 bilhões por ano Publicada em 23/10/2021 às 10:27 Se não bastasse a alta no preço da gasolina, o Brasil tem prejuízos bilionários com o mercado irregular de combustíveis em atividades como pirataria, adulteração e sonegação fiscal. A atividade do setor clandestino provoca a perda de ao menos 26 milhões de reais a cada ano, de acordo com dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e da Agência Nacional do Petróleo (ANP). A conta inclui danos com roubo de cargas, fraude nas bombas dos postos de gasolina, vendas sem nota fiscal e uso de solventes para diluir combustível, entre outras irregularidades. Do rombo total, segundo a FGV, mais de 14 milhões de reais correspondem a perdas tributárias que poderiam ser revertidas em arrecadação – e eventualmente reforçar o investimento em áreas como saúde e educação. Esse valor representa mais de 10% do que é arrecadado com o setor anualmente. A percepção na área é de que a prática desses crimes aumentou nos últimos anos. "Há empresas que já nascem com a intenção de burlar o Fisco, o objetivo delas é não pagar impostos", diz o CEO do Instituto Combustível Legal (ICL), Guilherme Theophilo. General da reserva do Exército e ex-secretário nacional de Segurança Pública, Theophilo foi chamado para reforçar o setor de inteligência da entidade e melhorar a cooperação entre empresas idôneas e órgãos de fiscalização. "Nós queremos combater a fraude do setor, a sonegação principalmente de tributos, a falsificação com misturas inadequadas no combustível, mas também a ligação com facções criminosas. O posto de combustível, pelo fato de receber muito dinheiro em espécie, facilita a lavagem de dinheiro", diz o general. A inflação e a desvalorização do real frente ao dólar têm aumentado o preço da gasolina, segundo Theophilo, o que pode contribuir para que mais empresas arrisquem praticar fraudes para pagar menos impostos. Nesta semana, o ICL sediou um programa com foco na cooperação entre especialistas do setor. Foram três dias de apresentações com membros do Ministério Público, Polícia Federal, o setor de inteligência da Polícia Rodoviária Federal, secretários de Fazenda e chefes de alfândega para discutir como coibir as fraudes. Representantes do ICL consideram que a punição para adulteração de combustíveis e sonegação fiscal são brandas, e que poderia haver mais colaboração entre as polícias e empresas idôneas. "Há companhias que querem trabalhar de forma regular mas vão desistindo, desanimadas com o nível de corrupção, e o que pode acontecer é o mercado ficar com um porcentual avassalador dessas empresas fraudulentas", diz Jorge Pontes, delegado aposentado da PF, coordenador do programa e colunista do portal de VEJA. "A ideia do programa é fazer o caminho inverso trilhar o caminho da retidão", completa Pontes. Fonte: Veja Leia Também Prejuízo com mercado clandestino de combustível é de 26 bilhões por ano População reclama sobre as obras do programa de pavimentação do município Trabalho remoto foi mais recorrente para quem tinha curso superior Inauguração da sede própria do Centro de Saúde Marcelina Tereza acontece na segunda-feira (25) Unidades Básicas de Saúde recebem ação noturna alusiva ao Outubro Rosa Twitter Facebook instagram pinterest