TENSÃO UE e Polônia trocam farpas após acusação de violação do Estado de direito Publicada em 19/10/2021 às 15:35 O primeiro-ministro da Polônia, Mateusz Morawiecki, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, se envolveram nesta terça-feira, 19, em uma ampla discussão sobre a decisão de Varsóvia de introduzir alterações no sistema judicial nacional. A líder da União Europeia (UE) ameaçou adotar medidas enérgicas contra o governo polonês por colocar em risco "valores comuns" do bloco, em uma declaração que o premiê chamou de "chantagem" contra seu país. O desentendimento entre Bruxelas e Varsóvia começou após a Polônia ter decidido introduzir alterações no sistema judicial do país que dão mais poderes ao governo sobre os tribunais. Com a reforma, todos os juízes poderão ser sancionados e investigados por suas sentenças. Além disso, foi instituída uma nova idade para aposentadoria compulsória para os magistrados e 80 juízes superiores polacos tiveram que abandonar o serviço mais cedo do que previsto. Diante das mudanças, a UE denunciou a Polônia por desrespeito ao Estado de direito e pediu uma revisão imediata da reforma. A Corte Constitucional polonesa, no entanto, decidiu que partes do direito europeu são incompatíveis com sua legislação. O anúncio enfureceu ainda mais a liderança do bloco. Em uma sessão tensa do Parlamento Europeu nesta terça, Ursula von der Leyen ficou frente a frente com Mateusz Morawiecki e criticou duramente suas ações. “Não podemos e não vamos permitir que nossos valores comuns sejam colocados em risco”, disse Von der Leyen. De acordo com a presidente do Executivo da UE, a decisão da Corte Constitucional polonesa é um “questionamento aos fundamentos da União Europeia. É um desafio direto à unidade da ordem legal do bloco”. "A Comissão Europeia vai agir", alertou. Como órgão principal da UE, a Comissão tem poder de abrir um novo procedimento de infração contra a Polônia, além da possibilidade de vetar, ou obstruir, o acesso do país aos recursos europeus pelas denúncias de desrespeito ao Estado de direito. Logo após as declarações de Von der Leyen, Morawiecki rejeitou de maneira veemente o que chamou de “chantagem” da UE. “Rejeito a linguagem das ameaças ou da coerção. A chantagem se tornou um método habitual de certos Estados do bloco, e não é a base da democracia”, declarou, sendo aplaudido por seus partidários. Morawiecki, porém, afirmou a Polônia deseja continuar parte da UE. “É nosso destino, a Europa é nosso lugar. Não queremos ir para outro lado”, insistiu. Esta não é a primeira vez que a Polônia entra em choque com a União Europeia. As relações entre Bruxelas e Varsóvia ficaram tensas nos últimos anos por diversas outras iniciativas estimuladas pelo partido ultraconservador Direito e Justiça, de Morawiecki. Em julho, o bloco abriu processo legal por causa de violações dos direitos da comunidade LGBTQIA+. Fonte: Veja Leia Também UE e Polônia trocam farpas após acusação de violação do Estado de direito Governo de Rondônia destaca auditoria para consolidar gestão florestal do Estado Suspensão de venda de carne bovina para China completa 45 dias Projeto com foco na saúde mental do docente é desenvolvido em Porto Velho Biomarcador consegue prever gravidade da covid-19, segundo estudo Twitter Facebook instagram pinterest