RESERVAS Argentina restringe compras de passagens para o exterior por escassez de dólares Publicada em 26/11/2021 às 15:32 O Banco Central da Argentina restringiu a partir desta sexta-feira, 26, a compra de passagens aéreas para o exterior e serviços turísticos com cartões de crédito, medida que se soma a outras voltadas a evitar uma maior redução das reservas monetárias. A resolução adotada pelo Banco Central proíbe a compra com cartão de crédito de passagens aéreas e serviços turísticos no exterior em prestações, o que, na prática, desincentiva as viagens, já que muitas pessoas não podem efetuar esta despesa em um único pagamento com cartão de crédito ou em dinheiro. A disposição estabelece que “as instituições financeiras e não financeiras que emitem cartões de crédito não devem financiar em prestações as compras efetuadas com cartões de crédito dos seus clientes” para passagens no exterior e outros serviços turísticos, como alojamento ou aluguel de automóveis, sejam efetuados diretamente ou através de agências de viagens ou plataformas web. A medida surpreendeu o setor do turismo, principalmente por entrar em vigor nesta sexta-feira, quando muitas agências de viagem estavam preparadas para lançar pacotes de Black Friday. Além desta circunstância, a resolução adotada pelo Banco Central se junta a outras medidas que restringem ou desincentivam o acesso a dólares norte-americanos por parte de cidadãos e empresas, seja para poupanças, viagens, importações ou transferências de moeda estrangeira para o exterior. Tais restrições buscam conter a saída de reservas monetárias do Banco Central. De acordo com dados da autoridade monetária, as reservas internacionais fecharam na quinta-feira em US$ 42,237 bilhões, mas consultores privados calculam que as reservas são na realidade cerca de US$ 4,4 bilhões e que as líquidas estão próximas dos US$ 700 milhões, limitando as possibilidades de intervenção da entidade no mercado cambial oficial com o objetivo de sustentar a taxa de câmbio. A saída de moeda estrangeira da Argentina através de viagens ao exterior em 2019, antes do surto da pandemia de Covid-19, foi de US$ 4,585 bilhões, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos. Em comunicado, a Federação Argentina de Associações de Empresas de Viagens e Turismo repudiou a nova regulamentação que, advertiu, “tem impacto direto” no setor, “atingindo especialmente as agências menores”. A organização, que representa quase 5 mil agências de viagens, afirmou que a medida “inoportuna e sem precedentes” constitui “um ataque aos consumidores e empresas de viagens, a grande maioria delas pequenas e médias e ainda não conseguiram recuperar das consequências econômicas” da pandemia. A Câmara das Companhias Aéreas da Argentina (Jurca) afirmou em comunicado a sua “perplexidade, preocupação e repúdio” pela medida do banco central. “Se não houver passageiro de saída, a equação não funciona apenas com a entrada. Simplesmente não é possível manter uma operação sem um certo equilíbrio entre elas. Se havia uma intenção de atrair turismo ou melhorar a conectividade para atrair moeda estrangeira, este não é certamente o caminho a ser seguido”, disse Felipe Baravalle, diretor executivo da Jurca, uma câmara que reúne mais de vinte companhias aéreas estrangeiras que operam na Argentina. Fonte: Joven Pan Leia Também Argentina restringe compras de passagens para o exterior por escassez de dólares Com 76% do Luz Para Todos já realizado, Energisa ainda vai fazer 500 ligações por mês para cumprir objetivo do ano Papa Francisco nomeia comissão para verificar reforma na anulação de casamentos Turismo nacional deve encerrar o ano com 16% de crescimento; estimativa de faturamento é de R$ 130 bi OMS dá nome de “Omicron” a variante identificada no sul da África Twitter Facebook instagram pinterest