TENSÃO EUA alertam pilotos sobre tiros contra aviões em um dos principais aeroportos da África Publicada em 18/11/2021 às 09:01 Os Estados Unidos estão alertando a pilotos que aviões que operam em um dos aeroportos mais movimentados da África podem ser "direta ou indiretamente expostos a disparos de armas a partir do solo e/ou disparos terra-ar". O aviso foi feito pela FAA (Federal Aviation Administration, equivalente à Anac no Brasil) porque a guerra civil na Etiópia se aproxima da capital Adis Abeba, onde fica o Aeroporto Internacional Bole, um dos principais do continente. O parecer da FAA divulgado na quarta-feira (17) cita os "confrontos contínuos" entre as forças etíopes e os combatentes da região de Tigré, no norte do país, que já mataram milhares de pessoas em um ano de guerra. Nesta semana, o governo dos EUA também aconselhou seus cidadãos que estão na Etiópia a "irem embora agora". Na semana passada, a Ministra do Reino Unido para África, Vicky Ford, disse que a Grã-Bretanha desaconselha todas as viagens ao país (exceto para partidas e conexões). Importância de Adis Abeba O aeroporto internacional de Adis Abeba é o hub internacional da Ethiopian Airlines, companhia aérea estatal que é um símbolo do antigo status do país, que até o início da guerra era uma das economias que mais crescia no mundo. A companhia aérea tornou-se nos últimos anos a maior e mais bem administrada da África, transformando Adis Abeba na porta de entrada para o continente. A capital etíope é também a capital diplomática do continente como sede da União Africana. A Ethiopian Airlines foi uma das companhias aéreas que sofreu com a queda de um Boeing 737 Max. A queda da aeronave em março de 2019, logo após a decolagem em Addis Abeba, matou 157 pessoas, meses após um modelo semelhante cair na Indonésia e deixar 189 mortos. A FAA ressalta que ainda não registrou relatos de interrupções no Aeroporto Internacional Bole nem "nenhuma indicação de intenção de ameaçar a aviação civil", mas diz que o risco de aproximação e embarque de aviões pode aumentar se os combatentes de Tigré cercarem a capital. Os rebeldes "provavelmente possuem uma variedade de armas com capacidade antiaérea, incluindo granadas propelidas por foguete, armas antitanque, artilharia antiaérea de baixo calibre e sistemas de defesa aérea portáteis", que podem alcançar até 25 mil pés acima do solo (7,6 km), segundo a FAA. A guerra na Etiópia As forças de Tigré dominaram por muitos anos o governo nacional, até que e o atual primeiro-ministro, Abiy Ahmed, assumiu o cargo em 2018. O premiê ganhou o prêmio Nobel da Paz em 2019. Nas últimas semanas, as forças de Trigré se juntaram a outro grupo armado, o Exército de Libertação Oromo, e outros oito sete grupos rebeldes com o objetivo de pressionar Ahmed a renunciar. As forças de Tigré também estão pressionando o governo da Etiópia a suspender um bloqueio de meses na região, que inclui uma restrição do governo etíope a voos. Nenhum alimento, remédio ou outra ajuda humanitária entra na região, que tem cerca de 6 milhões de habitantes, há mais de um mês, desde que os militares retomaram os ataques aéreos. Tentativa de acordo Um enviado da União Africana, o ex-presidente nigeriano Olesegun Obasanjo, e um dos EUA, Jeffrey Feltman, seguem tentando que os dois lados do conflito concordem com um cessar-fogo e negociem um acordo. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Etiópia, Dina Mufti, disse a repórteres nesta quinta-feira (18) que tanto Obasanjo quanto Feltman estão na Etiópia, mas não deu mais detalhes sobre as negociações. Fonte: Associated Press Leia Também EUA alertam pilotos sobre tiros contra aviões em um dos principais aeroportos da África Fiocruz entrega lote de 2,5 milhões de doses da AstraZeneca Infecções por coronavírus podem ser triplo dos registros oficiais na Alemanha Senado aprova dia nacional em homenagem às vítimas da covid-19 Fiocruz reforça alerta sobre situação da covid-19 na Europa Twitter Facebook instagram pinterest