CHINA União Europeia pede liberdade a jornalista presa por filmar início da pandemia Publicada em 23/11/2021 às 16:09 A União Europeia pediu nesta terça-feira (23) que a China liberte imediatamente a jornalista independente Zhang Zhan, presa há mais de um ano por ter filmado o início do lockdown em Wuhan, em fevereiro de 2020. A cidade é considerada como "o berço da Covid-19". Ex-advogada natural de Xangai, Zhang Zhan, de 38 anos, foi detida em 15 de maio de 2020 por ter realizado uma reportagem sobre a pandemia de Covid-19 na China. Em fevereiro de 2020, ela se deslocou até Wuhan para gravar os primeiros dias do lockdown na cidade. Suas imagens, que mostravam os doentes amontoados em um hospital, exibiram a situação calamitosa que enfrentava a metrópole, a primeira atingida pela Covid-19. A jornalista independente foi condenada a quatro anos de prisão no final de 2020 por "provocação à alteração da ordem pública". A justificativa é frequentemente utilizada na China para deter opositores políticos. Desde junho de 2020, ela faz uma greve de fome para denunciar a repressão das autoridades chinesas. No início deste mês, o irmão da jornalista, Zhang Ju, alertou que ela "corre o risco de não viver muito mais tempo". Tratamento médico Em declaração no Twitter, a porta-voz da diplomacia europeia, Nabila Massrali, pediu que a China tome todas medidas necessárias para que a jornalista receba um tratamento médico de emergência e que tenha acesso a familiares e advogados. "O estado de saúde de Zhang Zhan se agrava rapidamente enquanto ela permanece na prisão. Zhang sofre, entre outras coisas, de desnutrição grave", reiterou Massrali, porta-voz do chefe da diplomacia europeia Josep Borrell. Massrali lembrou que essa não é a primeira vez que a União Europeia apela às autoridades chinesas sobre o caso da jornalista. Todos os pedidos, até o momento, não obtiveram "nenhuma resposta", ressaltou a porta-voz. Tolerância zero Para a ONG Anistia Internacional, Zhang Zhan é uma vítima da tolerância zero do governo chinês a qualquer crítico do regime. "Ela está presa unicamente por ter exercido seu direito à liberdade de expressão", afirma em sua página. Casos como os de Zhang Zhan, em que o governo rejeita o acesso a tratamentos médicos a detentos, não são uma exceção na China. Em julho de 2017, o militante pelos direitos humanos e prêmio Nobel da Paz, Liu Xiaobo, morreu na prisão. As autoridades chinesas rejeitaram seus pedidos e os de sua família para receber tratamento contra o câncer em outro país. No mesmo ano, o escritor Yang Tongyan morreu três meses após receber liberdade condicional para que pudesse realizar uma operação no cérebro para a retirada de um tumor. Três anos antes, em 2014, foi a vez da militante Cao Shunli morrer após a falência de seus órgãos, depois de meses passados na prisão sem hospitalização. Durante o período em que passou detida, o regime chinês se recusou a autorizar um tratamento médico adaptado à ativista. Fonte: RFI Leia Também União Europeia pede liberdade a jornalista presa por filmar início da pandemia Banda do Vai Quem Quer anuncia que não desfila no Carnaval de 2022 Departamento de Artes da UNIR celebra Paulo Freire com entrevista teatral Escola do Legislativo desenvolve três cursos durante a semana PF desarticula quadrilha especializada em tráfico em alto-mar Twitter Facebook instagram pinterest