POLÍTICA Votação no Senado chileno deve livrar Piñera do impeachment hoje Publicada em 16/11/2021 às 15:16 O Senado do Chile iniciou nesta terça-feira (16) uma sessão que decidirá a eventual destituição do presidente Sebastián Piñera pelo caso revelado no "Pandora Papers" sobre a polêmica venda de uma mineradora em operação realizada no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas. Aprovada na semana passada na Câmara dos Deputados, a acusação promovida pela oposição de centro e de esquerda não conta, porém, com os 29 votos necessários no Senado para a destituição do presidente. Se votassem em bloco a favor da remoção de Piñera, chegariam a apenas 24. Esta é a segunda tentativa de destituição do presidente do Chile, que assumiu o cargo em março de 2018 e que, após a crise social de 2019, não conseguiu se recuperar de um dos períodos mais difíceis em 31 anos de democracia. A Câmara Alta estabeleceu para esta terça uma sessão especial no Parlamento para tratar dos termos em que a mineradora Dominga foi vendida por uma empresa de seus filhos em 2010, revelados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês), conhecido como "Pandoras Papers". A sessão de hoje deve durar mais de 10 horas. "Viemos com a convicção de ter um debate profundo e sério, para que a corrupção seja levada a sério. Não pode continuar a ser minimizada, ou naturalizada", pediu um dos deputados acusadores, Leonardo Soto, do Partido Socialista. O senador Manuel José Ossandón, do partido de direita da coalizão governista Renovação Nacional, garantiu que será um "dia de estudo, de reflexão, de escuta de quem acusa e também de quem defende, mas tem de votar com consciência", alertou. Se o Senado rejeitar a acusação, ela não terá efeito sobre o presidente. Na semana passada, a Câmara dos Deputados realizou uma sessão histórica, na qual o deputado socialista Jaime Naranjo leu 1.300 páginas de argumentos por quase 15 horas à espera dos votos necessários para processar a denúncia contra Piñera. Acabou sendo aprovada após quase 24 horas. Piñera é acusado de violar o princípio da probidade e o direito de viver em um ambiente livre de poluição e de ter comprometido a honra da nação. Segundo investigação dos veículos chilenos CIPER e LaBot, que participaram dos "Pandora Papers", os filhos de Piñera venderam a mineradora Dominga para o empresário Carlos Alberto Delano - amigo íntimo do presidente - por US$ 152 milhões. A operação, que ocorreu durante o primeiro governo de Piñera (2010-2014), foi realizada principalmente nas Ilhas Virgens. O pagamento deveria ser feito em três parcelas. Uma cláusula polêmica condicionou o último pagamento ao "não estabelecimento de uma área de proteção ambiental sobre a área de atuação da mineradora, conforme reivindicado por grupos ambientalistas". Fonte: France Presse Leia Também Votação no Senado chileno deve livrar Piñera do impeachment hoje Em dez meses, Ouvidoria Geral do Município de Porto Velho registra mais de 400 manifestações Ministério da Justiça repassa aos estados R$ 722 milhões para segurança pública Acidentes matam 78 pessoas nas estradas no feriado prolongado Ministro Fábio Faria se reúne com fundador da Space X nos EUA Twitter Facebook instagram pinterest