TENSÃO Após crise dos submarinos, Washington entra em concorrência com Paris por contrato com a Grécia Publicada em 11/12/2021 às 09:01 O Ministério da Defesa francês afirmou neste sábado (11) que acordo para venda de fragatas à Grécia já foi assinado, após Estados Unidos dar sinal verde para a venda de embarcações para a Marinha grega. Menos de três meses após o acordo concluído entre os Estados Unidos, a Austrália e o Reino Unido, que afundou um importante contrato de venda submarinos franceses para a Marinha australiana, provocando uma crise diplomática sem precedentes entre Washington e Paris, a administração de Joe Biden tenta novamente tirar da França um lucrativo contrato de defesa. O governo americano deu o sinal verde, na sexta-feira (10), a uma possível venda de quatro embarcações para a Grécia, entrando em concorrência com Paris, que concluiu um acordo preliminar sobre a venta das embarcações à Marinha grega. Washington também aprovou a modernização de fragatas gregas da classe MEKO, por um montante avaliado em US$2,5 bilhões (R$ 14,3 bilhões). O comunicado precisa que o contrato, nos dois casos, “será acordado ao vencedor da licitação internacional” sobre a modernização da Marina grega. Mas o ministério da Defesa francês afirmou neste sábado (11) que o acordo para a venda de três fregatas fracesas à Grécia “acaba de ser assinado”. “Desde que estamos em discussão com os gregos, a oferta americana não está mais sobre a mesa (...) Nós assinamos o contrato com os gregos. Ele foi rubricado há alguns dias”, declarou o ministério à AFP. Acordo celebrado O presidente francês Emmanuel Macron e o primeiro-ministro grego Kyriakos Mitsotakis assinaram, em setembro, um acordo para o fornecimento de três barcos de defesa e de intervenção por aproximadamente €3 bilhões (R$ 19 bilhões). Mas o departamento de Estado americano anunciou em um comunicado ter pré-aprovado um projeto de venda a Atenas de quatro fragatas de combate e equipamento a um valor de US$ 6,9 bilhões (R$38,73 bilhões). De acordo com o acordo franco-grego anunciado com pompa e circunstância em 28 de setembro, em Paris, três fragatas de defesa e de intervenção (batizadas Belharra) devem ser construídas na França pelo Naval Group, em Lorient (noroeste), para serem entregues à Marinha grega em 2025 e 2026. O acordo prévio trata também de uma quarta fragata em opção. O contrato deve ser assinado “até o fim do ano”, precisou na época o ministério francês de Defesa. Além dos navios, o pacote compreende que o fabricante forneça mísseis antiaéreos Aster, antinavios Exocet, torpedos e prestações de apoio durante três anos. Crise dos submarinos Em setembro, os Estados Unidos anunciaram uma parceria de segurança na zona indo-pacífica com a Austrália e o Reino Unido, compreendendo a entrega de submarinos nucleares a Camberra. A Austrália rompeu, então, um gigantesco contrato assinado com a França para a compra de submarinos convencionais, provocando a indignação de Paris. O ministro francês de Assuntos Exteriores Jean Yves Le Drian chegou a denunciar um “golpe pelas costas”, comparando o método Joe Biden ao de Donald Trump. A França convocou seus embaixadores nos Estados Unidos e na Austrália. Biden admitiu que os Estados poderiam ter comunicado melhor com o aliado europeu e evitado a crise diplomática. Em outubro, em Roma, Biden tentou virar a página da crise dos submarinos durante um encontro de reconciliação com o presidente francês. Os dois chefes de Estado anunciaram, então, a intenção conjunta de lançar “um diálogo estratégico em matéria de comércio militar”, principalmente sobre autorizações de exportações. Fonte: AFP Leia Também Após crise dos submarinos, Washington entra em concorrência com Paris por contrato com a Grécia Aberto Chamamento para credenciar fornecedora de alimentos para atender Centro de Diálise Emater promove “Dia de Campo da Cafeicultura” para debater técnicas de manejo com produtores rurais Tornados arrasam cidades nos EUA; governador fala em 50 mortos Petrobras atinge profundidade recorde em perfuração de poço Twitter Facebook instagram pinterest