Indígenas de Rondônia recebem material esportivo e afirmam paixão pelo futebol

A etnia Kaxarari hoje recebe estrutura para que os jovens possam iniciar no futebol. Por lá, materiais esportivos para o desenvolvimento do Talentos do Futuro foram entregues. A expectativa é de que possa haver a profissionalização e revelação de atletas no local.

A aldeia Kawapu tem sede a mais de 400km da capital rondoniense e, por lá, cerca de 140 indígenas moram na divisa com o Amazonas. Makatu é o cacique por lá. Ele assumiu no lugar do pai que tinha 66 anos. Ele revelou que, mesmo distante, eles são apaixonados pela prática esportiva.

– O pessoal que mexe com o esporte por aqui. Temos torneios que são realizados no nosso campo principal. O mais famoso no dia 7 de setembro. Inclusive com prêmio, cerca de R$ 5 mil para o primeiro lugar. O pessoal gosta mesmo de futebol, gosta – afirma.

Apesar da distância e das dificuldades, indígenas mantêm viva a paixão pelo futebol.

- É uma conquista a mais para o nosso povo Kaxarari. Temos lutando bastante em prol de melhoria de várias coisas para a nossa comunidade. E o esporte é um meio de a gente quebrar vários tipos de barreiras. Então isso agrega para a juventude indígena, para o nosso povo – analisou Celso Kaxarari, técnico do time.

Para quem vai ficar, a oportunidade aos jovens é valorizada. E há a esperança de que atletas saiam e possam brilhar no mundo afora.

A gente quer ver jovens saindo daqui para um futuro maior, a gente espera por tudo isso, de todos vocês. Então a gente já vem a muito tempo, e o esporte já faz parte de nossa cultura

— Lucilene Souza da Silva Kaxarari

- Pra nós é muito gratificante, assim, a gente se sente valorizado, a nossa identidade, a nossa cultura. Então pra gente, a gente só tem a agradecer esse apoio que a gente está recebendo - Denize Kaxarari, professora local.

Na escola, são cerca de 30 alunos da localidade. No futebol, eles sempre estão presentes. O povo Kaxarari é muito apaixonado por futebol e o programa talentos do futuro proporciona o início de uma profissionalização das crianças de 6 a 16 anos. Os melhores, a partir de agora, vão treinar a gente vai começar a trabalhar com oleiros. É o que espera a secretária de esportes de Porto Velho, Ivonete Gomes.

– O Programa Talentos do Futuro é de escolinhas de iniciação de base. Está entrando numa segunda fase, muito rica e de maior inclusão e também de profissionalização. Como eu sempre falo não é o brincar de jogar bola. As crianças recebem todo o conhecimento teórico e prático das modalidades esportivas que elas estão escolhendo para praticar. Trouxemos uniforme completo para essas crianças, além de todo o material necessário para os treinos e competições para proporcionar isso – disse.