EDITORIAL Rondônia alcançou reconhecimento mundial como zona livre de febre aftosa, mas não consegue vacinar a população contra a COVID-19 Publicada em 11/12/2021 às 09:14 Porto Velho, RO – Nesta semana foram publicadas e avalizadas duas leis estaduais relacionadas à vacinação contra o Coronavírus (COVID-19/SARS-CoV-2). Ou à falta dela, melhor dizendo. Uma dessas normas proíbe a exigência de passaporte sanitário, que é o comprovante de vacinação contra a enfermidade. E é importante lembrar desde logo que ela não se sobrepõe aos decretos municipais; em Porto Velho, por exemplo, o prefeito Hildon Chaves (PSDB) instituiu a obrigatoriedade da apresentação das credenciais vacinais a fim de que as pessoas possam ingressar às dependências de órgãos ligados à Prefeitura da Capital. A outra, por sua vez, sacramenta que moradores de Rondônia têm o direito a não se submeterem de forma compulsória à imunização contra o vírus ainda em status pandêmico. A ironia é que Rondônia alcançou uma conquista histórica quando reconhecido mundialmente como Estado em zona livre de febre aftosa sem vacinação em maio deste ano. E isso só foi possível porque lá atrás, em 2003, já havia sido sacramentada como unidade da federação livre da doença com vacinação. Portanto, o Estado sempre se dedicou com veemência a aplicar as doses em seus rebanhos até que o status do livramento sem imunizantes fora alcançado dezoito anos depois. Agora, se vacinar o gado foi aparentemente fácil para os gestores estaduais; lado outro com as pessoas a situação tem sido tanto quanto diferente. E não por falta de vacina. O Coronavírus voltou com força fazendo novas vítimas e aumentando, de novo, o número de internações e óbitos. A maioria, segundo o próprio secretário de Saúde (Sesau/RO), o médico Fernando Rodrigues Máximo, não havia completado o ciclo vacinal. Aliás, muitos não tomaram sequer a primeira dose. O Rondônia Dinâmica já escreveu editorial abordando os efeitos desastrosos do negacionismo enquanto o mundo enfrenta a pandemia. Pois bem, esses efeitos chegaram. LEIA TAMBÉM Como os políticos de Rondônia que abraçam negacionistas e pautas antivacina querem entrar para a história? E é preciso ficar claro mais uma vez: não faltam vacinas! Ao contrário, elas estão abarrotadas em geladeiras aguardando a sociedade. Como diz o próprio portal UOL, “Estados da Amazônia sofrem com negacionistas de vacina e doses encalhadas”. Entre as unidades da Amazônia Legal, Rondônia é de fato o segundo Estado que mais vacinou. Parece bom, não? Só parece, porque não é. Pouco mais que 55% da população está vacinada enquanto a média no Brasil é pelo menos dez por cento maior. É no mínimo lamentável que bovinos e bubalinos, que, claro, merecem todo o nosso respeito, tenham recebido mais atenção do poder público em relação à proteção de suas vidas do que cidadãos e cidadãs. E AINDA Negacionistas contribuem com retorno de casos de Coronavírus em Rondônia; não-vacinados são vítimas da própria ignorância O ser humano em si ficou em segundo plano e aparentemente, por ora, vale mais empunhar o certificado sobre extinção da febre aftosa – e com razão, pois trata-se de vitória contundente –, a sustentar rapidamente láurea semelhante voltada ao Coronavírus. Fonte: Rondoniadinamica Leia Também Quem Bolsonaro apoiará em 2022, Marcos Rocha ou Marcos Rogério? Rondônia alcançou reconhecimento mundial como zona livre de febre aftosa, mas não consegue vacinar a população contra a COVID-19 Lei de autoria de Follador proíbe divulgação de imagens de crianças e pessoas vulneráveis Após repercussão do discurso do vereador Fogaça, SEMED anuncia pagamento do abono dos professores Comissões de Agricultura, Reforma Agrária e de Meio Ambiente analisam marco da regularização fundiária Twitter Facebook instagram pinterest