EUROPA Premiê britânico pede desculpas por ter realizado festa em sua residência durante lockdown Publicada em 12/01/2022 às 12:47 O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, confirmou nesta quarta-feira (12) que participou de uma festa organizada nos jardins de sua residência oficial durante o primeiro lockdown no Reino Unido, em maio de 2020. O pedido de desculpas não convenceu a oposição, que exige que o premiê renuncie. As declarações foram feitas diante do Parlamento britânico, durante uma sessão convocada para que os deputados pudessem interrogar Johnson sobre o escândalo revelado pelo canal ITV News. O premiê confirmou ter participado do evento, alegando ter acreditado que se tratava de uma reunião de trabalho. "Estive no jardim um pouco depois das 18 horas em 20 de maio de 2020 para agradecer os funcionários antes de voltar para meu escritório, 25 minutos depois, para continuar trabalhando", disse. "Pensando melhor, eu deveria ter dito para eles irem para casa", reiterou. Jonhson também declarou que pensava que a festa respeitava as regras sanitárias em vigor na época. O primeiro-ministro pediu desculpas e afirmou que assume a responsabilidade pelos erros cometidos. No entanto, para o chefe da oposição trabalhista, Keir Starmer, as explicações não foram suficientes. "Sua defesa que consiste em dizer que ele não sabia que estava em uma festa é tão ridícula que insulta o povo britânico", afirmou. "Será que ele vai ter a decência de pedir demissão?", reiterou. Uma centena de funcionários convidados A polícia britânica diz estar investigando o caso, que data de maio de 2020, quase dois meses depois de o Reino Unido ter decretado um rígido lockdown a 67 milhões de habitantes. Dois meses antes, o próprio premiê havia testado positivo à Covid-19 e chegou a ser internado por problemas respiratórios. Segundo o canal ITV News, o secretário particular do primeiro-ministro, Martin Reynolds, enviou um e-mail a uma centena de funcionários, convidando-os, "depois de um período incrivelmente ocupado", para "aproveitar o bom tempo", tomando "algumas bebidas com distanciamento social em 20 de maio, em Downing Street". "Juntem-se a nós a partir das 18h e tragam suas próprias bebidas", dizia a mensagem que vazou para a imprensa. De acordo com vários meios de comunicação britânicos, a festa não apenas contou com a presença de Johnson, como de sua esposa, Carrie. Em 29 de abril daquele ano, ela havia dado à luz Wilfred, o primeiro filho do casal, que agora já tem dois anos. Outras quarenta pessoas também teriam participado do evento, em um momento em que bares e restaurantes estavam fechados no país. Segundo o convite enviado por Reynolds, a reunião dos funcionários nos jardins de Downing Street respeitaria as medidas em vigor. No entanto, na época, as reuniões ao ar livre eram limitadas a apenas duas pessoas. Desrespeito de restrições Essa não é a primeira vez que o governo britânico é acusado de contornar as restrições anticovid. A revelação de que até 50 funcionários de Downing Street fizeram uma festa de Natal em 18 de dezembro de 2020, e que alguns brincaram sobre isso depois, levou a então porta-voz do primeiro-ministro, Allegra Stratton, a renunciar ao posto. O grupo festeiro inclui deputados do Partido Conservador de Boris Johnson. Poucos dias depois da revelação do escândalo, pelo menos 100 conservadores votaram contra o governo, em uma rebelião de magnitude sem precedentes, devido às novas restrições para frear a propagação da variante ômicron. Para tentar resolver o assunto, o primeiro-ministro pediu uma investigação interna. "Posso entender que as pessoas estejam chateadas e irritadas com essas acusações. É por isso que é correto que o primeiro-ministro tenha pedido que esta investigação independente seja concluída rapidamente: para determinar os fatos por trás dessas acusações", disse o secretário de Estado da Saúde, Ed Argar, à rede Sky News. No entanto, a revolta será dificilmente apaziguada. Além dos trabalhistas, os escoceses do partido SNP e os liberais democratas também exigem a renúncia do premiê. Uma pesquisa recente realizada pelo instituto YouGov aponta que 56% dos britânicos acreditam que Johnson deve pedir demissão. Fonte: RFI Leia Também Premiê britânico pede desculpas por ter realizado festa em sua residência durante lockdown Variante ômicron faz pandemia de Covid-19 bater recordes na América Latina Pandemia: TJRO enrijece medidas sanitárias e restringe atendimentos presenciais Concessão do serviço em Porto Velho trará economia em gastos com saúde pública; investimento gerará outorga milionária ao município Planejamento reprodutivo para adolescentes é ofertado em Porto Velho Twitter Facebook instagram pinterest