PANDEMIA Usado na Europa e EUA, autoteste de covid é vetado no Brasil Publicada em 08/01/2022 às 10:53 Defendido por especialistas e usado como estratégia de política pública na Europa e nos Estados Unidos, os autotestes de covid-19 são proibidos no Brasil. Uma resolução da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) de 2015 impede que testes de covid-19 sejam feitos por conta própria. Eis a íntegra (138 KB). O autoteste é um exame rápido de antígeno que pode ser feito pela própria pessoa, sem necessidade de ir à farmácia, laboratório ou hospital. Custa de 2 € e 5 € em Portugal. E pode chegar a 10 € na Itália. Também é disponibilizado de forma gratuita no Reino Unido e em determinadas partes dos Estados Unidos e do Canadá. “Outros países que adotaram a abordagem detém critérios sanitários direcionados a tais situações e estabeleceram políticas públicas”, disse a Anvisa, em nota, ao ser questionada sobre a restrição brasileira. Eis a íntegra (29 KB) do comunicado. O Brasil permite o autoteste de diabetes e gravidez. Segundo a Anvisa, são liberados exames próprios em que o resultado não determine um estado crítico. Ou então, seja preliminar e requeira acompanhamento com o teste laboratorial adequado. Doenças com notificação obrigatória às autoridades de saúde, como é o caso da covid-19, não podem ter autotestes. A resolução da Anvisa, no entanto, pode ter exceções em caso de “políticas públicas e ações estratégicas”. Essas ações precisariam ser instituídas pelo Ministério da Saúde e aprovadas pela agência. O órgão chegou a enviar em novembro uma nota técnica à pasta debatendo o tema. No documento, cita uma série de empecilhos para o autotestes. Diz, por exemplo, que “a simplicidade [do autoteste] não garante a SEGURANÇA [escrito em caixa alta] na sua utilização se não forem observados os preceitos básicos das boas práticas”. Eis a íntegra (168 KB). A Anvisa também afirmou que deve haver preferencia pelo exame de RT-PCR para o diagnóstico de coronavírus. Disse que os testes rápidos são para “triagem e apoio à estratégia de monitoramento”. As declarações foram feitas em outra nota a jornalistas sobre os autotestes. Leia a íntegra (69 KB). O que dizem os especialistas A pesquisadora em epidemiologia com pós-doutorado na Johns Hopkins University (EUA) Ethel Maciel afirma que os autotestes são importantes para a identificação rápida de infectados e interrupção da transmissão do vírus –já que a pessoa poderia se isolar. “Se você tem uma reunião de família, faz o teste e dá positivo, você deixa de ir. E isso impede a possibilidade de que você transmita [o vírus] para as pessoas da reunião familiar”, disse. Ela defende a liberação dos autotestes e a distribuição gratuita. Ela diz que um “excelente modelo” seria entregar kits mensais para pessoas cadastradas que informassem regularmente os resultados dos testes. Isso permitiria a vigilância dos casos pelas autoridades. O secretário de Saúde do Espírito Santo, Nésio Fernandes, no entanto, avalia que a distribuição gratuita de autotestes não vale a pena por causa do custo-benefício. Diz que com o valor que seria gasto nos exames pode-se comprar vacinas ou remédios. “É diferente você adotar essa estratégia em um país com 3 milhões de habitantes e acumulo de capital financeiro”, afirmou. Nésio Fernandes classificou o autoteste como “um capricho do bem” da classe média. Avalia que o exame pode ser útil, mas não resolve o problema do SUS. O Espírito Santo é o Estado que mais testa a sua população. Foram feitos 578 a cada 1.000 habitantes. A média nacional é de 334. A estratégia local adotada é de testar todas as pessoas que procurarem, sem necessidade de avaliação médica ou sintomas. O professor do Instituto de Medicina Social da UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro) Guilherme Werneck defende o autotestes. Diz que o produto melhora e agiliza o processo de diagnóstico. “Reduz a exposição individual, por não precisa circular e encontrar pessoas. E se bem orientadas, as pessoas positivas já entram em isolamento e os contatos são testados mais rapidamente”, afirma. Fonte: Poder 360 Leia Também Usado na Europa e EUA, autoteste de covid é vetado no Brasil Rondônia recebe primeiro lote de 2022 com 54.990 doses da vacina contra a covid-19 Ministro da Saúde alemão defende vacina obrigatória Prefeitura abre inscrições para Residência Médica; bolsas chegam a quase R$ 8 mil Prefeitura realiza convocação para matrícula da Educação Infantil Twitter Facebook instagram pinterest