DIREITOS HUMANOS Anistia Internacional acusa Israel de apartheid contra palestinos Publicada em 01/02/2022 às 08:47 A Anistia Internacional publicou nesta terça-feira (1º) um relatório de 211 páginas no qual acusa o governo de Israel de submeter os palestinos a um sistema de apartheid baseado em políticas de "segregação, expropriação e exclusão" que equivalem a crimes contra a humanidade. O governo israelense disse que o relatório "consolida e recicla mentiras" de grupos de ódio e foi projetado para "despejar combustível no fogo do antissemitismo" e acusou a Anistia Internacional de usar "duplos padrões e demonização para deslegitimar Israel" (veja mais abaixo). Os palestinos elogiaram o relatório. "O Conselho de Segurança das Nações Unidas e a Assembleia Geral são obrigados a prestar atenção às provas convincentes apresentadas pela Anistia e outras organizações líderes de direitos humanos e responsabilizar Israel por seus crimes contra o povo palestino, inclusive por meio de sanções", disse o Ministério das Relações Exteriores palestino. O documento da Anistia Internacional, uma ONG de direitos humanos com sede no Reino Unido, acusa o governo israelense de praticar uma política de segregação de palestinos e árabes israelenses, descendentes dos palestinos que permaneceram no país após a criação do Estado hebraico em 1948. A ONG diz que a conclusão é baseada em pesquisas e análises legais sobre a apreensão israelense de terras e propriedades palestinas, assassinatos ilegais, transferência forçada de pessoas e negação de cidadania. A Anistia Internacional não é a primeira organização a acusar o governo de Israel de apartheid. Em abril de 2021, a Human Rights Watch (HRW), uma importante ONG internacional de defesa de direitos humanos com sede nos Estados Unidos, publicou um relatório com conclusão semelhante. Em 2017, uma agência das Nações Unidas publicou um relatório que dizia o mesmo. A Comissão Econômica e Social para a Ásia Ocidental da ONU concluiu que "Israel estabeleceu um regime de apartheid que domina a população palestina como um todo". O que é apartheid O apartheid foi uma política de segregação racial que vigorou entre 1948 a 1993 na África do Sul (apartheid significa "separação" na língua africâner, que é derivada do holandês). A minoria branca, descendente de holandeses que colonizaram o país, usou o apartheid para dominar a maioria negra. O apartheid era uma política oficial de estado que o governo sul-africano usava para registrar cidadãos segundo a cor da sua pele e proibir casamentos mistos. Os negros também eram obrigados a carregar uma caderneta com informações pessoais. O governo também confiscou propriedades de negros e obrigou milhares de pessoas a se mudar para áreas reservadas por etnia. Placas determinavam as áreas para brancos e as áreas para negros. A cor da pele passou a definir se a pessoa poderia votar, onde iria estudar, morar e trabalhar e se iria receber tratamento médico, diferenciando lugares e posições de brancos e negros na sociedade. Israel reage Na segunda-feira (31), o chefe da diplomacia israelense, Yair Lapid, pediu à ONG que não publicasse o relatório. "Israel não é perfeito, mas é uma democracia ajustada ao direito internacional, aberta a críticas", disse o chanceler a jornalistas. "A Anistia costumava ser uma organização valiosa que todos nós respeitávamos. Hoje é exatamente o oposto", disse Lapid, que acusou a ONG de "não ser uma organização de direitos humanos, mas uma organização radical". Agnès Callamard, secretária-geral da ONG, rejeitou as acusações de antissemitismo. "O relatório é resultado de quatro anos de trabalho, pesquisa e comprometimento com a base do movimento Anistia. Temos 70 seções no mundo representando 10 milhões de pessoas que apoiam este relatório". "Criticar as práticas do Estado de Israel não é de forma alguma uma forma de antissemitismo. A Anistia denuncia fortemente o antissemitismo", disse Callamard. "Denunciamos o antissemitismo de muitos líderes em todo o mundo". Fonte: G1 Leia Também Anistia Internacional acusa Israel de apartheid contra palestinos Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados - Fenajud realizará em maio I Encontro Norte e Nordeste em Porto Velho Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia está presente nas unidades da região de Guajará-Mirim Anatel aprova compra da Oi Móvel por Vivo, TIM e Claro Censo Escolar: mais de 650 mil crianças saíram da escola em três anos Twitter Facebook instagram pinterest