SEEB-RO Mesmo com lucros de R$ 175 bilhões em dois anos e apesar das altas taxas de desemprego no país, bancos fecham mais de 12 mil vagas Publicada em 07/03/2022 às 11:36 Nos últimos dois anos com o mundo vivendo a maior crise sanitária da história e a pandemia do novo coronavírus agravando as crises econômica e social, os cinco maiores bancos do Brasil fecharam 2021 com lucro líquido acumulado de R$ 174,9 bilhões e, apesar das altas taxas de desemprego, continuaram demitindo trabalhadores e trabalhadoras e fechando agências. Enquanto mais de 650 mil brasileiros e brasileiras morriam por complicações causadas pela Covid-19, o setor financeiro, o mais lucrativo do país, manteve a alta dos juros e tarifas, aumentou as metas dos trabalhadores, fechou balanços com altos percentuais de lucros mas, apesar de mais ricos, os banqueiros fecharam cerca de 12 mil vagas de trabalho e reduziram mais de três mil agências, desde 2020, em todo o país. Somente os quatro principais bancos do país, Banco do Brasil (BB), Bradesco, Itaú e Santander registraram R$ 90,5 bilhões de lucro líquido em 2021, com aumento de 34,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, acumulando em dois anos de pandemia, R$ 157,6 bilhões de lucro. Somados à Caixa Econômica Federal (CEF) que divulgou em seu balanço no final de fevereiro um lucro de R$ 17,3 bilhões – crescimento de 31,1% na comparação com 2020 -, os lucros desses cinco bancos somam a bagatela de R$ 174,9 bilhões. Se contarmos apenas as instituições públicas, o BB e a CEF, que o governo de Jair Bolsonaro (PL) quer privatizar apesar dos imensos lucros em 2021, o valor chega a R$ 38,3 bilhões. O BB teve um lucro líquido recorde de R$ 21 bilhões, um crescimento anual de 51,4%. Para Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, a economia brasileira passa por um momento grave, com forte retração da atividade econômica, elevação do desemprego e queda na renda das famílias e os bancos deveriam desempenhar papel importante na retomada do crescimento. “Os bancos são uma concessão pública e têm um papel social importante no crescimento de um país. É importante que as instituições financeiras, responsáveis por cuidar do dinheiro da população, sejam um instrumento para o desenvolvimento econômico e não para fragilizar ainda mais a economia”, diz. TAXA DE JUROS Segundo o Sindicato, para pessoa física a taxa de juros está em 28,66% ao ano, chegando a 349,62% na linha de crédito mais cara que é o cartão de crédito rotativo. Seu uso em 2021, foi o maior nos últimos 10 anos. O resultado desta equação foi o endividamento das famílias, que alcançou 50,41% de todos os seus rendimentos e comprometimento da renda de 27,87% com o Sistema Financeiro. Em um ano, o percentual de famílias com dívidas em atraso cresceu 10 pontos percentuais. O cartão de crédito é o principal vilão do endividamento dos brasileiros, 87,1% das dívidas referem-se a esta modalidade. DEMISSÕES NA PANDEMIA Os lucros bilionários também vêm das demissões de trabalhadores, que afetam o atendimento nas agências cada vez mais lotadas e com riscos de contaminação pela covid-19. Para manter seus lucros bilionários, os bancos descumpriram um acordo de não demissão com o movimento sindical. E somente os quatro maiores bancos fecharam quase 12 mil postos de trabalho nos últimos dois anos e fecharam 3.180 agências desde 2020. Em dois anos, o Bradesco foi o campeão em redução de postos de trabalho. Desde 2020, extinguiu 10.055 vagas, no período, apesar dos R$ 26 bi de lucro somente em 2021. O resultado são agências lotadas, trabalhadores adoecidos e a população sem atendimento adequado. Os trabalhadores denunciam sobrecarga de trabalho, aumento da exploração e piora no atendimento ao cliente. Apenas com o que arrecada com tarifas, a instituição cobre 128,7% de sua folha de pagamento, incluindo a Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Ivone Silva ressalta que é importante lembrar que o movimento sindical esteve ao lado do trabalhador, reivindicando com os bancos o fim das demissões, o home office, a vacinação da categoria e a implementação das regras sanitárias, desde o início da pandemia. ” Foi uma luta diária, árdua, que salvou milhares de vidas, em todo o país, mas a ganância dos bancos se manteve e, além de demitir os trabalhadores e fechar postos de trabalho, aumentaram as metas para garantir seus lucros bilionários”, critica a dirigente. SEEB-SP Fonte: SEEB-RO Leia Também Mesmo com lucros de R$ 175 bilhões em dois anos e apesar das altas taxas de desemprego no país, bancos fecham mais de 12 mil vagas No município, formatura marca passagem de comando do 6º Batalhão da Polícia Militar Otan vai fortalecer presença na Europa Oriental, diz Blinken Mercado projeta inflação de 5,65% para este ano Rota Ecológica promove walking tour no Parque Natural de Porto Velho Twitter Facebook instagram pinterest