REFLEXOS DA GUERRA Número de refugiados ucranianos supera quatro milhões Publicada em 30/03/2022 às 14:35 Em apenas cinco semanas de guerra mais de quatro milhões de ucranianos fugiram do país invadido e bombardeado pela Rússia, em um fluxo de refugiados que a Europa não registrava desde a Segunda Guerra Mundial. "O número de refugiados da Ucrânia superou quatro milhões, cinco semanas depois do início da invasão russa", em 24 de fevereiro, tuitou nesta quarta-feira (30) o diretor do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Filippo Grandi, que acaba de desembarcar no país em guerra. O ACNUR informou que 4.019.287 ucranianos - essencialmente mulheres e crianças - atravessaram as fronteiras do país desde 24 de fevereiro. Mais da metade buscou refúgio na Polônia, que recebeu mais de 2,3 milhões de pessoas até o momento. O número de refugiados já supera a projeção inicial feita pelo Alto Comissariado no início do conflito e representa o maior fluxo na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Mais de 10 milhões de ucranianos, o equivalente a 25% da população do país, foram obrigados a deixar suas casas devido à guerra. A ONU calcula em 6,5 milhões o número de deslocados dentro da Ucrânia. - Polônia, principal refúgio - Desde 22 de março, o fluxo desacelerou consideravelmente, com a chegada de 40.000 refugiados por dia em média. A escolha da maioria pela Polônia tem relação com a presença neste país de uma grande comunidade ucraniana bem instalada, além do fato de que a população se mostrou muito generosa na recepção dos refugiados. O país fica muito perto da Ucrânia, o que permite um retorno rápido ao país. Neste sentido, as autoridades polonesas calculam que entre o início do conflito e 29 de março 364.000 pessoas atravessaram a fronteira em direção à Ucrânia. Os retornos podem estar vinculados a pessoas que trabalham na Polônia, mas decidem retornar para cuidar de pais idosos, por exemplo, e aos que pretendem buscar parentes e sair do país com eles. Também incluem os refugiados que decidem retornar ao país para evitar que sua casa seja ocupada ou porque estão com saudade. - Plataforma de solidariedade - Para evitar um esgotamento da boa vontade, "é importante estimular os refugiados que deixem a Polônia e tentem seguir para outros Estados-membros (da UE), porque em caso contrário a situação será insustentável", advertiu na segunda-feira a comissária europeia do Interior, Ylva Johansson. Ela destacou que a maioria dos refugiados deseja permanecer na Polônia, embora os ucranianos tenham os mesmos direitos em toda União Europeia. Os Estado-membros do bloco utilizam uma plataforma de solidariedade, na qual apresentam sua capacidade de recepção voluntariamente para aliviar os países de fronteira sobrecarregados, como a Moldávia por exemplo. As pessoas que fogem da Ucrânia podem ser beneficiadas na UE por uma proteção temporária que pode durar até três anos e que permite o acesso à habitação, ao mercado de trabalho, ao sistema escolar, ao sistema social e de saúde, com base em uma diretriz europeia de 2001 utilizada pela primeira vez. Quase 800.000 pessoas solicitaram o status. Os ucranianos podem permanecer sem visto por três meses no espaço Schengen. A mobilização é muito diferente da recepção reservada com frequência aos refugiados procedentes de outros continentes, como os do Afeganistão após a queda de Cabul em agosto do ano passado ou o destino dos refugiados sírios que fogem de uma guerra extremamente violenta, que também tem a participação da Rússia. Fonte: AFP Leia Também Número de refugiados ucranianos supera quatro milhões Principal acusado dos atentados de Paris de 2015 diz que 'desistiu' de se explodir Coreia do Norte é acusada de forjar lançamento de "míssil monstro" Lira condena uso midiático das dependências da Câmara Presidente do STF marca julgamento de Daniel Silveira para 20 de abril Twitter Facebook instagram pinterest