OPINIÃO BR 364- Proposta de duplicar “trechos críticos” e cobrar pedágio é abuso Publicada em 07/05/2022 às 10:38 O assunto pode parecer maçante, repetitivo, mas não é, devido à importância econômica, social e financeira para Rondônia e região. Trata-se da BR 364, rodovia federal da maior importância e que corta o Estado das divisas do Mato Grosso e do Acre. O trecho de aproximadamente 700 quilômetros da fronteira com o Mato Grosso até Porto Velho, onde cerca de 2,5 a 3 mil carretas, bitrens e treminhões circulam diariamente em períodos de safra de grãos (soja milho e café) de Rondônia e do vizinho Estado, quase toda exportada pelo porto graneleiro do rio Madeira em Porto Velho, precisa de atenção especial das autoridades e políticos da área federal (senadores e deputados). Assembleia Legislativa, prefeitos e vereadores da capital e dos demais municípios também devem formar uma frente única para analisar, debater, discutir e, acima de tudo, resolver a situação crítica e precária do trecho, que é considerado um “Corredor da Morte”, pelo elevado número de acidentes, a maioria fatal, devido a pista esburacada e sem as mínimas condições de tráfego seguro. Em abril de 2017 foi realizada audiência pública na câmara de vereadores de Porto Velho, com a participação de senadores, deputados federais, vereadores, representantes do governo federal e autoridades locais. Na pauta a restauração e duplicação da BR 364, porque na época circulavam em média 1,3 mil carretas/dia no trecho transportando a safra de grãos, que era em torno de 3 milhões de toneladas. Hoje a média é de aproximadamente 5 milhões de toneladas/grãos. A situação da BR em 2017, já mobilizava políticos e demais segmentos organizados da sociedade e continua a mesma. A rodovia foi construída na década de 80, quando no máximo circulavam as jamantas (caminhões trucados) a maioria transportando famílias e sua mudanças, que continuavam chegando a Rondônia em busca de novas opções de vida. Era o Eldorado do jovem Estado, que chamava a atenção das demais regiões do país, mais de pioneiros do Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). Estamos em 2022 e a 364 continua a mesma. O alicerce da década de 80 não tem as mínimas condições de atender a demanda do tráfego atual. Rondônia é o Estado com clima atípico, porque tem somente duas estações climáticas: verão, quando durante cerca de seis meses pouco chove, e inverno, época de chuvas fortes, constantes e quase que diárias. O período atual é de fim de inverno, ou seja, as chuvas já são esparsas, período em que as empreiteiras ganham muito dinheiro com o serviço de tapa-buracos, na BR 364, um paliativo, que somente vai garantir o retorno das empresas no verão seguinte, porque o alicerce da década de 80 não tem condições de atender a demanda de tráfego e os buracos voltam, geralmente maiores como agora. No trecho entre Porto Velho a Ji-Paraná, por exemplo, com menos de 400 quilômetros, utilizando um veículo de passeio com a pista sem buracos a demora é de no máximo 4 horas, porque o movimento é enorme. Com buracos a média é superior a seis horas, além do risco permanente de acidentes e quebra dos veículos. Há dias o presidente da Assembleia Legislativa (Ale), deputado Alex Redano (PRB-Ariquemes) programou uma audiência pública para discutir a situação. Na pauta, além da restauração do trecho Porto Velho-Vilhena também a duplicação. Um dia antes a audiência teve que ser cancelada, porque convidados do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) não confirmaram as presenças. O presidente da Ale-RO, Alex Redano deve insistir e marcar uma nova data, para que o assunto seja debatido, pela sua importância para Rondônia. É inadmissível, que novamente as empreiteiras continuem sendo beneficiadas com o abominável, mas necessário serviço de tapa-buracos, para amenizar a situação por alguns meses. Circulam comentários, que uma das propostas no caso da realização da audiência, do Dnit, será a duplicação de “trechos críticos”. Gostaríamos de saber onde estão os pontos críticos da BR 364 na ligação Porto Velho a Vilhena. Nas curvas e aclives a ultrapassagem é proibida, perigosa, porque não oferece segurança, e nas retas, as filas de veículos pesados não permitem a manobra. E tem os trechos, que cortam várias cidades, onde o problema se agrava. Existe, ainda, o risco permanente de acidentes devido aos abusos dos caminhoneiros, muitos deles, circulando com efeito de estimulantes, para vencer o sono. É preocupante e inadmissível, que nossos políticos e demais autoridades aceitem, que mais uma vez seja feito um trabalho parcial, com a duplicação dos chamados “trechos críticos” (?), onde hoje já existem as terceiras pistas, para que os veículos de cargas e mais lentos circulem pelos acostamentos improvisados. E o que mais intriga é que a um dos objetivos do Dnit, sobre o futuro da rodovia é que a administração da BR 364, seja entregue à iniciativa privada com a cobrança de pedágio. Caso a proposta se materialize, que acreditamos seja possível, a bancada federal de Rondônia, com apoio da do Acre, não aceite a proposta, no mínimo abusiva, da cobrança de pedágio com a “transformação” das terceiras pistas em duplicação de “locais críticos”. É necessária uma mobilização abrangente, inclusive a formação de uma comissão permanente para tratar do assunto 24 horas. A reformulação e duplicação da BR 364 é um sonho, aparentemente impossível, pois a proposta da duplicação de “trechos críticos” é no mínimo risível, mas preocupante, para o futuro do jovem Estado. O sonho é viável sim, inclusive financeira e economicamente, basta abraça-lo e transforma-lo em realidade. Fonte: Waldir Costa / Rondônia Dinâmica Leia Também Padre atropela suspeito de furtar igreja em Santa Cruz do Rio Pardo e foge sem prestar socorro; vídeo Campanha “Maio Amarelo” será lançada em Porto Velho no dia 12 de maio Nota de Repúdio do SINTERO: Mais uma professora de Rondônia é vítima de feminicídio Embaixadora dos EUA na ONU afirma que Rússia “não tem nada para comemorar” Ministério Público de Rondônia promove fiscalização de duas unidades de saúde municipais em Porto Velho Twitter Facebook instagram pinterest