PANDEMIA Covid-19 derruba o consumo na China e aumenta o desemprego Publicada em 16/05/2022 às 09:17 Com o nível de consumo em seu menor ponto e o desemprego em alta, a China revelou nesta segunda-feira (16) seus piores indicadores econômicos em dois anos, no momento em que o país enfrenta o surto mais grave de covid-19 desde a primeira onda da doença em 2020. A rígida política de combate ao vírus imposta pelo governo pesa sobre os deslocamentos, o consumo e as redes de abastecimento. Xangai, a capital econômica do país, com 25 milhões de habitantes, está em confinamento desde abril, embora o vice-prefeito tenha anunciado no domingo uma reabertura por etapas dos estabelecimentos comerciais. Ao mesmo tempo, Pequim reforça as medidas anti-covid depois de registrar um aumento dos contágios. As vendas no varejo, principal indicador do gasto das famílias, registraram queda de 11,1% em ritmo anual em abril, anunciou o Escritório Nacional de Estatísticas (ONE). Este é o segundo mês consecutivo de queda do índice (-3,5% em março). Ao mesmo tempo, a taxa de desemprego, monitorada de perto pelo governo, subiu de 5,8% em março para 6,1% em abril, nível próximo do recorde registrado em fevereiro de 2020, durante os meses mais duros da primeira onda de covid. O índice apresenta, no entanto, um quadro parcial da situação porque na China o desemprego é calculado entre a população urbana e exclui milhões de trabalhadores migrantes, particularmente vulneráveis. - "Impacto considerável" - Na sexta-feira, o governo anunciou medidas para que as empresas contratem mais funcionários jovens. Um grande número de recém-formados deve entrar no mercado de trabalho este ano. As autoridades também pediram ajuda às empresas públicas, informou a agência oficial Xinhua. Para o governo chinês, a meta em 2022 é criar quase 11 milhões de empregos, número que representa uma queda na comparação com o ano passado (12,69 milhões). Mas este critério não revela pistas sobre o número de empregos perdidos pela crise de saúde. Ao mesmo tempo, a produção industrial caiu 2,9% em ritmo anual em abril, contra uma alta de 5% em março. O confinamento de Xangai prejudica as cadeias de abastecimento. A cidade portuária é um dos maiores pontos de entrada e saída de mercadorias na China. O confinamento tem "um impacto considerável" que "ameaça" o comércio mundial, alerta o economista Raymond Yeung, do banco ANZ. - Curto prazo? - O impacto da covid sobre a atividade será de "curto prazo", disse o porta-voz do ONS, Fu Linghui, em uma tentativa de tranquilizar os ânimos. Ele acredita em uma recuperação econômica em breve. Mas as medidas anti-covid provocam um risco para a meta de 5,5% de crescimento estabelecida por Pequim. O ano é crucial, pois o presidente Xi Jinping dever ser reeleito como chefe de Estado da segunda maior economia mundial. Muitos economistas duvidam que o país consiga cumprir o objetivo, que seria o menor crescimento da China desde 1990, sem considerar 2020, ano de início da pandemia. "A estabilidade da economia não é apenas uma questão econômica, mas também de estabilidade social", advertiu o primeiro-ministro chinês Li Keqiang em um discurso amplamente divulgado pela imprensa local no sábado. "Por este motivo, o governo deve acelerar as medidas de estímulo", adverte a consultoria Gavekal Dragonomics. Para apoiar o crescimento, Pequim reduziu no domingo a taxa de juros de hipotecas para os compradores do primeiro imóvel. Os setores imobiliário e da construção, que representam mais de 25% do PIB chinês, tiveram papel fundamental na recuperação econômica em 2020, após a primeira onda da pandemia. Mas estes setores também sofrem com as medidas restritivas. Em abril, as vendas de imóveis caíram 39% em ritmo anual, segundo o ONS. Fonte: AFP Leia Também Covid-19 derruba o consumo na China e aumenta o desemprego Rainha Elizabeth II comparece a evento do Jubileu de Platina após problemas de saúde Ataque a tiros em igreja nos EUA deixa ao menos 1 morto União Europeia reduz projeções de crescimento para economia da Itália Raimundo Nonato da CUT poderá voltar ao Conselho do Instituto de Previdência e Assistência (IPAM) Twitter Facebook instagram pinterest