AGÊNCIA INTERNACIONAL Irã critica relatório da AIEA sobre áreas nucleares não declaradas Publicada em 31/05/2022 às 10:54 O ministério das Relações Exteriores do Irã afirmou nesta terça-feira (31) que o último relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) sobre as instalações nucleares não declaradas do país "não é equilibrado nem justo". "Infelizmente, este relatório não reflete a realidade das negociações entre o Irã e a AIEA", disse o porta-voz do ministério, Said Khatibzadeh. "Não é um relatório equilibrado nem justo", acrescentou. A agência da ONU publicou um relatório na segunda-feira no qual aponta a falta de "respostas satisfatórias" do Irã sobre os vestígios de urânio enriquecido encontrados em três locais não declarados: Marivan (oeste), Varamin e Turquzabad (na província de Teerã). A AIEA afirma que pediu aos funcionários iranianos que explicassem a presença deste material nessas locais, mas que não recebeu resposta. "Tememos que a pressão do regime sionista e de outros atores empurre a agência a transformar seus relatórios técnicos em algo político", acusou Khatibzadeh. - "Roubo de documentos" - Por sua vez, o primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, acusou o Irã de ter "roubado documentos confidenciais da AIEA e usado essa informação para escapar sistematicamente das inspeções" da agência. A declaração do primeiro-ministro foi acompanhada de um link com documentos em persa, apresentados como confidenciais e traduzidos ao inglês. Também havia fotos que supostamente provam a denúncia de Israel. O Estado hebreu considera uma ameaça para sua segurança o programa nuclear do Irã, o qual acusa de querer desenvolver a bomba nuclear, o que Teerã nega. As autoridades israelenses declararam várias vezes que não descartam a possibilidade de uma ação militar para impedir que o Irã se torne uma potência nuclear. Segundo Teerã, seu programa nuclear já foi alvo de várias campanhas de ciberataques, sabotagem e assassinatos seletivos de cientistas, dos quais acusa Israel. - Urânio enriquecido - Na segunda-feira, após a publicação do relatório da AIEA, o responsável da missão do Irã nos organismos internacionais em Viena, Mohamad Reza Ghaebi, pediu à agência que "seja consciente das consequências destrutivas da publicação desses relatórios tendenciosos". Em abril, Teerã disse que havia enviado documentos à agência da ONU sobre as instalações não declaradas, dizendo esperar que a "ambiguidade" sobre os locais fosse dissipada até junho. Em um relatório separado divulgado na segunda-feira, a AIEA estimou que os estoques de urânio enriquecido do Irã aumentaram para mais de 18 vezes o limite acordado no acordo internacional de 2015. A França expressou nesta terça-feira sua "grande preocupação" após a publicação do relatório da AIEA e pediu ao Irã que responda sem demora às perguntas e necessidades da agência da ONU. Essas trocas entre o Irã e a AIEA acontecem paralelamente às conversas que acontecem há um ano em Viena com China, Rússia, França, Reino Unido e Alemanha para salvar o acordo internacional de 2015. O objetivo desse pacto era que a República Islâmica não adquirisse a bomba atômica, em troca da suspensão das sanções que sufocam sua economia. O Irã sempre insistiu que seu programa nuclear é pacífico. O acordo patina desde a retirada unilateral dos Estados Unidos em 2018, durante o governo de Donald Trump. Fonte: AFP Leia Também Irã critica relatório da AIEA sobre áreas nucleares não declaradas Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia aumenta indenização à professora por erro médico Com o 1º Simpósio para o Desenvolvimento Regional Sustentável, TCE-RO dá pontapé inicial para novo eixo de seu Plano Estratégico Setor público tem superávit primário de R$ 38,9 bilhões em abril Secretaria de Saúde da Estância Turísitca leva atendimento para zona rural do município Twitter Facebook instagram pinterest