DIA DAS MÃES Mãe fala dos desafios e ensinamentos com filho autista em Porto Velho Publicada em 06/05/2022 às 14:01 Heline Braga se declara mãe atípica Muito mais que uma história de amor incondicional, a vida de Heline Braga é um símbolo de luta, coragem, perseverança e resiliência. Ela tem um filho de 2 anos com espectro autista e, por conta disso, a exemplo de muitas outras mulheres, é chamada de “mãe atípica”. Moradora do bairro Agenor de Carvalho, Heline é oficial da Polícia Militar de Rondônia (1º tenente), tem 38 anos de idade e é mãe de três filhos. O caçula, Iuri Rafael, foi diagnosticado com espectro autista. Para ela, ser mãe é sempre um desafio. “Meus filhos me ensinam todos os dias. Acho que aprendo muito mais com eles do que ensino, mas a maternidade do Iuri veio para confrontar tudo o que eu achava que sabia sobre, porque é uma maternidade atípica. O Iuri é uma criança autista. Ser mãe dele para mim é sinônimo de luta todos os dias, de muita resiliência, mas também de muita felicidade”, disse. HISTÓRIA DE VIDA Filha de policial militar, Heline tinha o sonho de seguir a carreira do pai. Com muita força de vontade e determinação, galgou cada passo, até chegar ao posto de oficial. “Me sinto realizada dentro da instituição”, afirma. Mãe fala dos ensinamentos adquiridos com a maternidade atípica Casou-se e também realizou o sonho de ser mãe. As duas primeiras gestações transcorreram bem. Já a terceira gravidez foi marcada por muitos riscos. “A gravidez do Iuri foi de risco em função da idade, inclusive sofri descolamento de placenta. Dentre todos os desafios nessa gravidez, o maior foi um princípio de aborto, mas o médico contornou a situação e o neném nasceu e dentro do prazo”, conta a mãe. Entretanto, depois do parto do caçula, ela voltou a ter problemas de saúde, ficou em estado grave e chegou a ser internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após passar por duas cirurgias. “Eu só fui cuidar do Iuri mesmo com mais de dois meses após a cirurgia. Estou aqui por um milagre. Eu meio que morri e voltei”, comentou. Ela acrescenta que o filho caçula veio para que ela reavaliasse muitos conceitos junto com a família. “Iuri é um enviado de Deus na nossa vida”, completou. CONQUISTAS Além do sucesso profissional, Heline avalia que sua principal vitória é vislumbrar um futuro promissor para os filhos. Apesar das dificuldades, afirma que está lutando e os ensinando a serem pessoas do bem, para ajudarem a construir uma sociedade de forma mais positiva. Iuri Rafael tem 2 anos e é o filho caçula da policial militar Em relação ao filho mais novo, conta que sua maior vitória foi ter conseguido perceber o autismo muito cedo, iniciar uma intervenção precoce, superar a fase de choque inicial e se tornar uma pessoa essencial no processo de desenvolvimento do menino. “Qualquer mãe que vive a maternidade atípica sabe que é uma vitória diária a gente acordar e perceber que deu o seu máximo por aquela pessoa, para garantir que ele tenha as habilidades necessárias, que seja autônomo e independente lá na frente”, explica. CARTEIRA DO AUTISTA Uma das principais conquistas dos familiares foi a implantação da Carteira Municipal de Identificação do Autista (CMIA). “O prefeito Hildon Chaves acolheu essa demanda. Há um mês que nós já estamos com a carteirinha sendo disponibilizadas pelos Cras. Conseguimos um grande avanço. Agora, falaremos sobre autismo através de números e, a partir deles, a gestão vai poder criar políticas públicas que contemplem os autistas”, enfatizou. Em 2022, Heline realizou o sonho da carteira autista para o filho RECOMENDA A tenente recomenda a Carteira do Autista para outras mães. Ela acredita que é preciso tirar essa comunidade da invisibilidade e buscar meios para ajudá-la ainda mais. “A carteirinha é um grito de existência das pessoas autistas porque tira da invisibilidade. A gente começa a falar de um censo, a gente começa a saber onde estão e quem são essas pessoas autistas, quem são essas crianças. A gente sabe da necessidade de conhecer essa população para que a gente possa solicitar políticas públicas, ter um olhar que não invisibilize mais essa comunidade”, acrescentou. UMA MENSAGEM “Que nós continuemos dando o nosso melhor para os nossos filhos, mas que não nos esqueçamos de que nós também somos sujeitos de direitos, de cuidados e que precisamos estar bem para cuidar dos nossos filhos. Precisamos cuidar de nós e levantarmos umas às outras todos os dias”, finalizou. Foto: Saul Ribeiro Fonte: Augusto Soares Leia Também Mãe fala dos desafios e ensinamentos com filho autista em Porto Velho Prefeito Aldo Júlio recebe equipe do Escritório do Sistema Nacional de Emprego no município Prefeitura divulga novo horário de atendimento nas salas de vacina das Unidades Básicas de Saúde Máquinas da Prefeitura no Parque São Paulo garantem melhoria em ruas e avenidas do bairro Promotoria da Saúde solicita informações de Unidades do Estado à Secretária da Sesau Twitter Facebook instagram pinterest