JUSTIÇA MPF processa governo, Ibama e Funai por desmatamento em terra indígena Publicada em 30/05/2022 às 15:29 O Ministério Público Federal (MPF) informou nesta segunda-feira (30) que acionou a Justiça Federal em Redenção, no sudeste do Pará, processando o governo federal, a Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) para que sejam obrigados a realizar fiscalizações emergenciais e imediatas na Terra Indígena Trincheira-Bacajá, do povo Xikrin Mebengokrê. Segundo o órgão, as ações devem conter invasões e desmatamento que tornaram a área, nos últimos três anos, uma das mais desmatadas da Amazônia. A procuradoria aponta que, em 2020, a TI Trincheira-Bacajá alcançou o quarto lugar no ranking das áreas indígenas mais desmatadas na região, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Os próprios Xikrin denunciaram a situação à Funai, ao Ibama e ao MPF, segundo o órgão. Eles avisaram que os invasores estariam se aproximando de aldeias, "o que pode levar a um conflito a qualquer momento". Em nota, o órgão disse que "pressionou a Funai e o Ibama diversas vezes para que fossem tomadas providências, sem resultado, o que caracteriza a omissão das duas instituições que deveriam proteger os povos indígenas e o meio ambiente". Em ação protocolada na Justiça, o MPF pontua que, ao criar o Conselho Nacional da Amazônia Legal e concentrar atividades na vice-presidência da República, o governo federal "retirou o controle das fiscalizações ambientais do órgão com maior expertise técnica, que é o Ministério do Meio Ambiente". O g1 solicitou nota do Ministério da Justiça e Segurança Pública, responsável pela coordenação de ações federais de fiscalização e combate a crimes ambientais; a Funai, responsável pelas áreas indígenas; e ao Ibama, responsável pelas fiscalizações ambientais, mas ainda não havia obtido resposta até a publicação da reportagem. 'Fiscalização com falhas' A ação cita que, para o MPF, “é fato notório que o poder executivo federal se omite deliberada e ilegalmente no seu dever de proteção territorial das terras indígenas". "Por essa razão, urge que o poder judiciário faça cumprir a lei e determine à União que empregue todas as forças e órgãos de segurança (...), das esferas estadual e municipal, para coibir as invasões e explorações ilícitas na Terra Indígena Trincheira-Bacajá". Pedidos à Justiça O documento do MPF pede que a Justiça Federal ordem urgente para obrigar o Ibama a deflagrar fiscalizações emergenciais, devendo inutilizar qualquer máquina, equipamentos e bases de apoio aos invasores. A liminar pode obrigar também a União a empregar todas as forças civis e militares e órgãos de segurança, federais ou estaduais, com apoio de aeronaves, servidores, e o que mais for necessário, para coibir as invasões na área indígena. O MPF também pediu que a União seja obrigada a instaurar inquéritos policiais ou dar andamento prioritário aos que já existem sobre crimes de invasão, exploração e usurpação ilegal no interior da área, no âmbito da Polícia Federal e do Ministério da Justiça. Segundo a procuradoria, o objetivo é que as investigações sejam concluídas no prazo máximo de seis meses. E ainda, solicita que a Funai deve ser obrigada a elaborar relatório técnico detalhado mapeando a expansão das invasões e desmatamentos ocasionados dentro da TI, compartilhando resultados com o MPF e com a PF. Fonte: G1 Leia Também MPF processa governo, Ibama e Funai por desmatamento em terra indígena TCE-RO realiza primeiro encontro técnico do PAIC com o bloco que compõe a região de Ji-Paraná Prevenção às drogas é tema de projeto com acadêmicos do Campus Ariquemes Abertas as inscrições para Processo Seletivo de Estagiários Administrativos no MPRO Brasil se destaca em segurança energética, diz ministro Twitter Facebook instagram pinterest