PGR pede ao STF que inquérito sobre Milton Ribeiro seja enviado à Justiça Federal em Brasília

A Procuradoria Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o inquérito aberto para investigar o ex-ministro Milton Ribeiro seja enviado à Justiça Federal em Brasília.

A abertura do inquérito foi autorizada em 24 de março pela ministra Cármen Lúcia, que atendeu a um pedido da PGR.

Milton Ribeiro é investigado em razão da suspeita de que pastores teriam atuado como intermediários na liberação de recursos pelo Ministério da Educação.

Em 22 de março, se tornou conhecida uma gravação na qual Milton Ribeiro diz a prefeitos que, a pedido do presidente Jair Bolsonaro, repassava verba a municípios indicados por pastores. O episódio levou à demissão de Milton Ribeiro.

No pedido enviado ao STF, a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, argumenta que, como Ribeiro deixou o cargo, o foro para a investigação não é mais o Supremo.

Quando o áudio de Milton Ribeiro se tornou conhecido, políticos de oposição pediram ao Supremo que o presidente Jair Bolsonaro também fosse investigado pelas suspeitas no MEC. A PGR, contudo, informou ao STF não ver elementos para investigá-lo.

Relembre o caso

Os pastores a que Milton Ribeiro se referiu no áudio são Gilmar Santos, presidente da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil Cristo Para Todos (Conimadb), e Arilton Moura, ligado à Assembleia de Deus.

Eles não têm cargo no governo, mas nos últimos anos participaram de várias reuniões com autoridades e tiveram encontros com Bolsonaro.

Quando o áudio se tornou conhecido, o pastor Gilmar Santos negou irregularidades. Em nota, afirmou que não fez parte de "gabinete paralelo"; negou ter contribuído para qualquer "ato de corrupção"; e disse que não exerce qualquer influência sobre a pasta. Na ocasião, o g1 não localizou o pastor Arilton.

No Senado, prefeitos reiteram denúncias sobre pastores no MEC

Após o áudio ter se tornado conhecido, Milton Ribeiro afirmou que Bolsonaro não pediu atendimento preferencial aos pedidos dos pastores e negou favorecimento aos religiosos.