EDITORIAL Caso de Ji-Paraná demonstra que parte da política de Rondônia ainda é deplorável e precisa urgentemente de reciclagem Publicada em 04/06/2022 às 09:26 Porto Velho, RO – O que aconteceu em Ji-Paraná no decorrer da semana já pode ser inserido na história política rondoniense como um dos episódios mais lamentáveis e vergonhosos no espectro local, isto junto à Operação Dominó, Escândalo da Ponte e custeio de pensões vitalícias a ex-governadores, por exemplo. É um acinte. O fundo do poço. Um vexame sem tamanho. É caso patrocinado por gente que pensa em Rondônia como feudo, propriedade privada. Pessoas que ignoram o fato de o Brasil ser um Estado Democrático de Direito onde cidadãos e cidadãs vão às urnas para escolher seus representantes. Dentre eles, os que compõem a edilidade. A despeito de haver uma sanha geral no sentido de se subestimar eventualmente o papel da vereança é no Legislativo-mirim que está a ferramenta imprescindível da fiscalização. A Câmara Municipal faz o papel de olhos da sociedade – ao menos em teoria; na prática, alguns de seus componentes traçam a missão de cumprir esse ofício à risca. O vereador Brunno Carvalho, do Solidariedade, conforme noticiou o Rondônia Dinâmica no decorrer da semana, pode perder o mandato por agir de acordo com o que o povo espera dele. LEIA Câmara de Ji-Paraná pode cassar vereador por pedir informações sobre devedores beneficiados em projeto; jornalista é expulso do Plenário Resumidamente, Carvalho pediu informações ao Poder Executivo da cidade da Região Central a respeito de devedores que seriam beneficiados por Projeto de Lei voltado à renegociação de passivos junto ao município. A solicitação foi negada. Diante da negativa, o edil encaminhou manifestação ao Ministério Público (MP/RO) a fim de saber quem seriam os eventuais beneficiários (inicialmente 400, sendo 200 pessoas jurídicas e outras 200 físicas) da propositura caso se transformasse em lei. Na visão de seus “colegas”, a busca pelo órgão de fiscalização e controle “atentou contra a dignidade” da Câmara e o relatório aberto em procedimento disciplinar opinou pela admoestação do edil ou, de maneira mais drástica, indicando a instauração de uma Comissão Processante a fim de que seu mandato seja cassado. É surreal de tão bizarro. Durante a sessão de leitura do relatório o presidente da Câmara de Vereadores chegou a determinar a expulsão de um jornalista do Plenário. O mandatário na Casa de Leis municipal, no caso, é Welinton Fonseca, conhecido como Negão (MDB). Ele é filho do prefeito de Ji-Paraná Isaú Fonseca, também emedebista. A despeito da expulsão do comunicador à ocasião, o Sindicato dos Jornalistas de Rondônia (Sinjor) não emitiu uma linha sequer a respeito. “Desde então, aconteceram duas coisas: a primeira, o tal projeto de lei foi arquivado; a segunda, a mesa diretora da Câmara iniciou procedimento que hoje resultou em parecer com indicação de abertura do meu processo de cassação”, anotou Carvalho em comunicado que circulou as redes sociais. E assim Rondônia vive politicamente, de absurdo em absurdo, naturalizando o abominável, trazendo-o para o cotidiano corriqueiro e deixando de se importar com situações que paulatinamente destroem a vontade popular traduzida pelo voto. Colegas de Câmara querem cassar o mandato de Brunno Carvalho por procurar o Ministério Público / Reprodução Só a hipótese de se aventar a cassação de um vereador por cumprir seu papel fiscalizatório é um descalabro sem precedentes, afronta às deliberações de quem seleciona a composição da entidade: o povo. Brunno Carvalho não tinha a intenção de divulgar os beneficiados pelo projeto, mas queria saber – e é seu direito –, se entre eles estão ou não figurões da política regional. Sua intenção era saber se havia algum interesse obtuso travestido de boas intenções. E por que não? Se houvesse uma enquete a respeito do assunto certamente a grande maioria também se manifestaria no sentido de querer saber. E o que aconteceu no fim? O projeto foi arquivado sem que essas pessoas (físicas e jurídicas) fossem listadas. É no mínimo horripilante o panorama onde em pleno Século XXI, 2022, e justamente na era da informação pululando pelas redes sociais, políticos da Região Central de Rondônia estão agindo com tamanho descaramento à luz do dia, sem receio de expor seu comportamento. No meio, a reciclagem tem de ser para ontem! Fonte: Rondoniadinamica Leia Também Escola Major Guapindaia recebe material esportivo através de emenda do presidente da Assembleia Aprovados no concurso da Sefin para auditores fiscais ganham apoio do deputado estadual Jair Montes Irma Fogaça, Chefe de Gabinete do Deputado Jean Mendonça atende vereador de Pimenta Bueno Senador Acir Gurgacz libera R$ 10 milhões para manutenção do Centro de Prevenção e Diagnóstico de Câncer Deputado Anderson entrega R$ 500 mil em medicamentos para atender hospital municipal em Espigão do Oeste Twitter Facebook instagram pinterest