SEM RASTROS ONU pede mais esforços para encontrar jornalista britânico e indigenista brasileiro desaparecidos na Amazônia Publicada em 10/06/2022 às 15:06 O escritório da alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, declarou nesta sexta-feira (10) preocupação com a falta de informação sobre o paradeiro do jornalista britânico Dom Phillips e do defensor de direitos dos indígenas, o brasileiro Bruno Pereira. Em Genebra, a porta-voz da entidade, Ravina Shamdasani, lembrou que os dois desapareceram no Vale do Javari, uma área remota no oeste da Amazônia brasileira, na fronteira com Peru e Colômbia. “É crucial que as autoridades federais e locais reajam de maneira robusta, disponibilizando todos os meios e recursos existentes para uma busca eficiente na área remota em questão”, enfatizou a porta-voz. De acordo com Shamdasani, o escritório regional de Direitos Humanos da ONU na América do Sul está monitorando de perto a situação. Ela lembrou que Pereira e Phillips estão desaparecidos desde 5 de junho, quando foram vistos pela última vez navegando em um barco no rio Itaquaí, para realizar entrevistas com comunidades indígenas. A representante das Nações Unidas destacou que o Vale do Javari é o segundo maior território indígena no Brasil e que, acredita-se, a área tem uma das concentrações mais altas de tribos indígenas isoladas. A zona tem sido bastante afetada pelo tráfico ilegal, pesca e atividades de mineração e tem sofrido também com o aumento de ações de grupos armados. Shamdasani declarou que o indigenista e o jornalista britânico têm sido bastante ativos em aumentar a conscientização e defender os direitos humanos dos povos indígenas da área, inclusive por meio do monitoramento e de denúncias de atividades ilegais no Vale do Javari. Ameaças Bruno Pereira já havia recebido ameaças ligadas ao seu trabalho como defensor do meio ambiente e dos povos indígenas. As Nações Unidas também fazem um apelo “às autoridades brasileiras para que redobrem os esforços para encontrar Phillips e Pereira”, levando em conta o tempo do desaparecimento e os riscos reais para a vida e a segurança de ambos. Por outro lado, o escritório de Direitos Humanos elogia a atuação de grupos da sociedade civil pelos esforços para encontrar os dois homens, com o envio de missões de busca e resgate na área. A entidade da ONU reforça a preocupação com os ataques constantes e ameaças a defensores de direitos humanos, ambientalistas e jornalistas no Brasil, lembrando ser de responsabilidade das autoridades protegê-los e garantir que possam exercer seus direitos, incluindo liberdade de expressão e de associação. O escritório volta a pedir mais proteção aos indígenas no Brasil, especialmente os que vivem em áreas isoladas ou sem contato. A representação das Nações Unidas quer ainda a adoção de medidas para garantir o direito à terra, aos territórios e a meios de subsistência, além da proteção contra todas as formas de violência e de discriminação por atores estatais e não-estatais. Fonte: RFI Leia Também ONU pede mais esforços para encontrar jornalista britânico e indigenista desaparecidos na Amazônia Sipam diz que sábado em Rondônia será com friagem de forte intensidade MP francês pede prisão perpétua para principais acusados de atentados de Paris Cidadãos sírios que se naturalizaram alemães em 2021 foi praticamente três vezes maior do que em 2020 Ministério Público obtém condenação de dois réus por morte de haitiano em feira da Capital Twitter Facebook instagram pinterest