GUERRA NA UCRÂNIA Ucrânia pede armas pesadas para Severodonetsk, controlada em grande parte pela Rússia Publicada em 09/06/2022 às 09:23 A Ucrânia voltou a pedir nesta quinta-feira (9) armamento ocidental de "longo alcance", o que permitiria ao país retomar rapidamente o controle de Severodonetsk, cidade crucial onde está sendo travado o "destino" de toda a região leste do Donbass, uma prioridade para a Rússia. Os soldados ucranianos lutam uma das batalhas "mais difíceis" da guerra de Severodonetsk, que está em grande parte sob controle das tropas russas, afirmou o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. "Defendemos nossas posições, infligimos perdas importantes ao inimibo. É uma batalha muito dura, muito difícil, provavelmente uma das mais difíceis desta guerra", afirmou o presidente na quarta-feira à noite. "Em muitos sentidos, o destino do Donbass está sendo decidido lá", acrescentou. Severodonetsk e a vizinha Lysychansk, separadas por um rio, se tornaram o centro do ataque de Moscou que, se conquistadas, representariam uma grande vantagem para assumir o controle de toda a bacia de mineração do Donbass, controlada parcialmente desde 2014 por separatistas pró-Rússia. Kiev poderia, no entanto, retomar o controle de Severodonetsk "em dois ou três dias" se tiver a sua disposição artilharia de "longo alcance", afirmou nesta quinta-feira Serguei Gaiday, governador de Lugansk, uma das regiões do Donbass. Os ucranianos pedem com insistência ao Ocidente mais sistemas de foguetes de longo alcance. O governo dos Estados Unidos já anunciou o envio de quatro dispositivos Himars (lança-foguetes que permitem disparos múltiplos e são instalados em veículos blindados leves, com um alcance de 80 km). "A situação na linha de frente é difícil", disse o ministro da Defesa ucraniano, Oleksiy Reznikov, ao informar que o país perde diariamente até 100 soldados e pode registrar até 500 militares feridos. Do lado russo também há "perdas consideráveis", acrescentou. De acordo com Gaiday, nesta quinta-feira Severodonetsk é cenário de combates em terra e bombardeios russos "constantes" sobre as áreas ainda controladas pelos ucranianos. Quase 800 civis permanecem bloqueados na fábrica de produtos químicos Azot da cidade, onde procuraram refúgio, segundo o advogado de um magnata ucraniano que é proprietário das instalações. Até o momento, as autoridades ucranianas não confirmaram as informações. Na quarta-feira à noite, as tropas russas bombardearam Azot pelo menos duas vezes, segundo a presidência ucraniana. Da outra margem do rio Donets, Lysychansk permanece completamente sob controle de Kiev, mas é cenário de bombardeios "caóticos", nas palavras de Gaiday, que acusa os russos de atirar "deliberadamente" contra hospitais e centros de distribuição de ajuda humanitária. Embora muitos civis tenham abandonado as duas cidades, milhares permanecem na região, especialmente idosos, seus cuidadores ou moradores que não tinham recursos para fugir. "Todos os dias há bombardeios e todos os dias algo queima", disse à AFP Yuriy Krasnikov, um aposentado de um bairro repleto de casas destruídas em Lysychansk. - Rússia excluída da FAO? - Depois de mais de 100 dias de guerra, as consequências são cada vez mais graves em diversos níveis. “O impacto da guerra na segurança alimentar, energia e nas finanças é sistêmico, grave e acelera", alertou o secretário-geral da ONU, António Guterres, que calcula o número de afetados em 1,6 bilhão de pessoas. Responsáveis por 30% das exportações mundiais de trigo, Rússia e Ucrânia trocam acusações sobre a destruição de estoques de cereais. Depois de acusar Moscou de provocar uma crise mundial de cereais, Zelensky pediu nesta quinta-feira a exclusão da Rússia da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). "Não pode haver nenhuma discussão sobre prolongar a adesão da Rússia à FAO. O que há para a Rússia fazer se está provocando a fome de pelo menos 400 milhões de pessoas, ou potencialmente mais de um bilhão de pessoas?", questionou Zelensky por videoconferência durante uma reunião da OCDE. A Turquia se ofereceu para mediar a crise e recebeu o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, em Ancara na quarta-feira para abordar a possibilidade de criação de "corredores marítimos seguros" no Mar Negro para exportação de cereais. A guerra provocou milhares de mortes: pelo menos 4.200 civis, segundo o balanço mais recente da ONU, que no entanto considera que os números reais são "muito maiores", além de milhares de militares, embora nenhum lado divulgue suas perdas com regularidade. Quase cinco milhões de ucranianos foram registrados como refugiados em toda Europa desde o início da invasão, de acordo com os dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), uma das "maiores crises de deslocamento humano do mundo". Fonte: AFP Leia Também Ucrânia pede armas pesadas para Severodonetsk, controlada em grande parte pela Rússia IBGE abre novo concurso para 48,5 mil vagas de recenseador Grande vitória do SINDSEF-RO: Medida Provisória que reabre prazo para o EBTT e artigo 29 é sancionada e publicada no Diário Oficial da União Inflação oficial cai para 0,47% em maio, diz Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Varíola dos macacos: capacitação reúne profissionais da América Latina Twitter Facebook instagram pinterest