REPERCUSSÃO Imprensa europeia vê desempenho de Bolsonaro no 1° turno como risco para a democracia Publicada em 03/10/2022 às 09:02 A imprensa europeia prevê um segundo turno tenso da eleição presidencial no Brasil. Jair Bolsonaro resistiu mais do que previam as pesquisas, com 43% dos votos, contra 48% do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O líder de extrema direita recebeu quase 1,8 milhão a mais do que em 2018, destaca o correspondente do jornal Le Monde no Twitter. "O Brasil está em uma encruzilhada: o político mais popular do mundo [Lula] é seguido de perto por um pária acusado de crimes contra a humanidade. Temos tempos sombrios pela frente". Mesmo assim, "Lula sai vencedor da disputa, com 6 milhões de votos de vantagem sobre Bolsonaro", destaca a manchete do Público, em Portugal. O professor da FGV Sérgio Praça, entrevistado pelo jornal português para explicar a razão do resultado apertado, diz que lamenta a descredibilização das sondagens, que ele atribui aos simpatizantes de Bolsonaro que não quiseram colaborar com os institutos de pesquisa, alvo de constantes ataques do atual presidente. O espanhol El País diz em seu editorial que a esquerda está próxima do poder na maior democracia da América Latina, mas o possível retorno representa um enorme desafio político para Lula. O diário espanhol lembra que na véspera da eleição, o candidato do Partido dos Trabalhadores disse estar disposto a "falar com todos, para o bem do Brasil". Na avaliação de El País, Lula terá de buscar "os eleitores de Ciro Gomes, seu ex-ministro, naturalmente mais para a esquerda do que para a direita, e os 20% da população com direito a voto que decidiram ficar em casa". "O mundo precisa de um Brasil democrático e próspero", escreve El País. "Duro golpe para os progressistas" No Reino Unido, o jornal The Guardian diz que "o resultado das eleições foi um duro golpe para os brasileiros progressistas que estavam torcendo por uma vitória enfática sobre Bolsonaro, um ex-capitão do Exército que atacou repetidamente as instituições democráticas do país e vandalizou a reputação internacional do Brasil". O Guardian ainda nota que "vários bolsonaristas proeminentes foram eleitos para o Congresso e como governadores de estado. O jornal cita os casos de Eduardo Pazzuelo - "ex-ministro da Saúde no auge da pandemia que provocou 685 mil mortes no Brasil" -, eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro, e Ricardo Salles, eleito para a Câmara dos Deputados por São Paulo, um incentivador do desmatamento. De acordo com o italiano Corriere de la Sera, "o que está em jogo no segundo turno é a própria democracia brasileira, em um cenário de polarização que vai aumentar nas próximas semanas". Fonte: RFI Leia Também Imprensa europeia vê desempenho de Bolsonaro no 1° turno como risco para a democracia Lançado edital para acordos diretos de precatórios devidos pelo município de Porto Velho Câmara terá duas deputadas trans pela primeira vez na história Tebet diz que aguarda presidentes de partidos aliados para anunciar posição no 2º turno Professor Nazareno, o colunista mais polêmico da Região Norte, escreve: Perdoem-me: votei no Lula! Twitter Facebook instagram pinterest