COMBATE À DESINFORMAÇÃO TSE confirma abertura de investigação sobre 'rede de desinformação' bolsonarista Publicada em 20/10/2022 às 14:44 O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) manteve nesta quinta-feira (20) decisão do ministro Benedito Gonçalves que, na última terça-feira (18), determinou a abertura de investigação sobre um suposto esquema de desinformação nas redes sociais com o envolvimento do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e de perfis de apoiadores da família Bolsonaro. Na decisão, Gonçalves deu prazo de três dias para que Carlos, filho do presidente Jair Bolsonaro (PL), preste informações sobre o uso de suas redes sociais com objetivo político-eleitoral. A lista de pessoas a serem investigadas inclui o próprio presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição. O g1 procurou o Palácio do Planalto, mas não houve resposta até a última atualização desta reportagem. O ministro determinou ainda que as redes sociais identifiquem quem são os donos de 28 perfis suspeitos de propagarem desinformação sobre o processo eleitoral e desmonetizou canais até o fim do segundo turno. O TSE foi acionado pela campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que alegou haver um ecossistema de desinformação, ou seja, uma forma coordenada e orquestrada de disseminação de informações falsas. Segundo os partidos, a prática pode configurar abuso de poder político, poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação. Gonçalves, que é corregedor da Justiça Eleitoral, afirmou que o esquema de divulgação de fake news identificado na campanha de 2018 ganhou mais complexidade e uma forma elaborada de financiamento. Julgamento O ministro Raul Araújo divergiu em parte e foi contrário à suspensão da exibição do documentário "Quem mandou matar Jair Bolsonaro?", da produtora Brasil Paralelo. Em seu voto, defendeu a liberdade de manifestação de pensamento e disse que a Corte deve atuar com "contenção". Ele foi acompanhado pelo ministro Sergio Banhos. O ministro Carlos Horbach divergiu totalmente e afirmou que não há elementos suficientes para embasar a decisão individual de Gonçalves. "Se encontra ausente a plausibilidade jurídica, não se encontra patente a possibilidade do direito buscado", afirmou. O ministro Ricardo Lewandowski acompanhou o relator e disse que "situações excepcionais pedem medidas excepcionais" e que a decisão de Gonçalves tem caráter "inibitório". "Nós todos estamos cientes de que estas atitudes que agridem a legislação eleitoral vão se repetir", disse. A ministra Cármen Lúcia também acompanhou o relator e disse que a situação é “excepcionalíssima”. O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, acompanhou o relator e destacou que a decisão poderá ser revista. "Temos aqui nesse ecossistema quase duas dúzias de pessoas que vêm sendo investigadas", disse. Fonte: G1 Leia Também TSE confirma abertura de investigação sobre 'rede de desinformação' bolsonarista Correios realizam leilão de 41 mil itens que não puderam ser entregues PF faz operação no Rio contra envolvidos em fraudes com criptomoedas Congresso publica lei sobre proteção sanitária em terras indígenas Resolução do Tribunal Superior Eleitoral acelera retirada de fake news de sites Twitter Facebook instagram pinterest