ECONOMIA Orçamento previsto para as universidades é o menor em 10 anos, e parlamentares buscam recomposição via PEC da Transição Publicada em 08/11/2022 às 14:48 A proposta de Orçamento para 2023 prevê apenas R$ 5,39 bilhões para as despesas discricionárias das universidades federais, ou seja, para gastos com custeio e investimento. É o menor valor em dez anos, segundo levantamento feito pelo Observatório do Conhecimento, uma rede formada por associações e sindicatos de docentes de universidades. Parlamentares ligados à área da educação e pesquisa querem recompor o orçamento do ensino superior na proposta de emenda à Constituição (PEC) da Transição, que é o instrumento que está sendo considerado pelo governo eleito para viabilizar despesas fora do teto de gastos no ano que vem. O objetivo é financiar gastos que sofreram cortes drásticos por parte do atual governo e também viabilizar promessas de campanha. Para efeitos de comparação, em 2014, quando começa a série histórica do observatório, o orçamento aprovado pelo Congresso para investimento e custeio das universidades federais era de R$ 13,94 bilhões, em valores corrigidos pela inflação, mais do que o dobro do previsto para o ano que vem. Esses e outros dados ligados ao ensino superior público serão apresentados pelo observatório e pela Frente Parlamentar Mista de Educação ao relator do Orçamento, senador Marcelo Castro (MDB-PI). O objetivo é aproveitar as negociações em torno da peça orçamentária e pedir ao relator a recomposição dos investimentos em educação superior e pesquisa. Orçamento para as universidades federais Valor considera somente as despesas discricionárias (custeio e investimento). Dados de 2014 a 2022 são da lei orçamentária anual, enquanto para 2023 o valor é o previsto na proposta orçamentária. Números foram atualizados pela inflação e arredondados. *Dados de 2020 e 2021 consideram também valores da reserva de contingência. O estudo aponta que o orçamento destinado à produção de conhecimento no Brasil, ou seja, para o investimento em ensino superior público e pesquisa, caiu 58% entre 2014 e 2023, passando de R$ 40,76 bilhões para R$ 17,10 bilhões. “A gente sabe que esse investimento traz retorno para o país. Retorno, inclusive, a curto prazo. Portanto, em qualquer discussão sobre uma PEC de Transição, por exemplo, nós queremos que esse assunto seja incluído”, diz o presidente da Frente Parlamentar Mista da Educação, deputado Israel Batista (PSB-DF). Allém da PEC da Transição, também está sendo discutida a opção de uma medida provisória para se abrir créditos extraordinários. A decisão de qual instrumento será usado deve ser anunciada nesta quarta-feira (9). “Nós queremos a recomposição em R$ 8 bilhões, para que a gente alcance, pelo menos, o patamar de 2019”, afirma Batista, referindo-se a esse orçamento destinado à produção de conhecimento no país. Orçamento para ensino superior e pesquisa Valor considera somente as despesas discricionárias (custeio e investimento). Dados de 2014 a 2022 são os da lei orçamentária anual, enquanto para 2023 o valor é o previsto na proposta orçamentária. Números foram atualizados pela inflação e arredondados. *Dados de 2020 e 2021 consideram reserva de contingência. A peça orçamentária de 2023 foi apresentada pelo governo Bolsonaro em agosto, mas ainda não foi votada pelo Congresso. A frente é composta por 312 deputados federais e 42 senadores. Disputa acirrada A busca por espaço no Orçamento do ano que vem, contudo, será acirrada. Caso o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), cumpra as principais promessas de campanha, ele vai precisar negociar com o Congresso um espaço adicional de pelo menos R$ 175,2 bilhões, conforme mostrou a GloboNews e o g1. O próprio orçamento para a educação básica teve a menor previsão de verba dos últimos 11 anos, com apenas R$ 11,3 bilhões separados em 2023, sem considerar a complementação da União ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). O valor abarca educação infantil e ensinos fundamental e médio. Durante a campanha presidencial, Lula disse ter a intenção de expandir o número de universidades federais no país e de fortalecer políticas de financiamento estudantil para o ensino superior. Universidades tiveram verba limitada em 2022 No mês passado, as universidades federais tiveram parte de seu orçamento limitado para movimentação, por ordem do Ministério da Economia, preocupado com o aumento de despesas obrigatórias, como pagamento de aposentadorias e pensões. Após a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) alertar que a limitação poderia inviabilizar o funcionamento das universidades até o fim do ano, o governo voltou atrás e liberou parte dos recursos. Ainda assim, os dados do Observatório do Conhecimento mostram que o orçamento discricionário aprovado para as universidades neste ano foi de apenas R$ 6,39 bilhões, menos da metade do valor de 2014, corrigido pela inflação. “Se elas [as universidades] já enfrentam dificuldades atualmente, para o ano que vem a previsão para as despesas discricionárias é 6,7% menor em termos reais do que era no projeto enviado para este ano”, diz o observatório em nota. Fonte: G1 Leia Também Orçamento previsto para as universidades é o menor em 10 anos, e parlamentares buscam recomposição via PEC Ex-ministro Henrique Paim coordenará educação na equipe de transição Servidores da saúde participam de atividade em alusão ao Novembro Azul PT formaliza convite para que MDB integre equipe de transição Entidade que representa empresas de telecomunicação, divulga ranking Cidades Amigas do 5G Twitter Facebook instagram pinterest