REPERCUSSÃO Holanda pede perdão por escravidão; ex-colônias exigem reparação Publicada em 19/12/2022 às 14:48 A Holanda pediu perdão oficialmente nesta segunda-feira (19) pelo papel histórico que o país exerceu na escravidão e no tráfico de escravos desde entre os séculos XVII e XIX. O pedido foi feito em uma cerimônia pelo primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, no Arquivo Nacional do país, em Haia. “Hoje peço desculpas”, disse Rutte. "Durante séculos, o estado holandês e seus representantes permitiram e estimularam a escravidão e lucraram com isso. É verdade que ninguém vivo hoje carrega qualquer culpa pessoal pela escravidão. (No entanto) o estado holandês carrega a responsabilidade pelo imenso sofrimento que foi feito para aqueles que foram escravizados e seus descendentes." O premiê anunciou ainda que o governo estabelecerá um fundo para iniciativas que ajudarão a combater o legado da escravidão na Holanda e em suas ex-colônias. O discurso do primeiro-ministro é uma resposta a um relatório publicado no ano passado por um conselho consultivo nomeado pelo governo. O documento fez as seguintes recomendações: Um pedido formal de desculpas O reconhecimento de que o tráfico de escravos e a escravidão do século XVII até a abolição que aconteceram direta ou indiretamente sob a autoridade holandesa foram crimes contra a humanidade. O reconhecimento de que o que o relatório chamou de racismo institucional na Holanda “não pode ser visto separadamente de séculos de escravidão e colonialismo e das ideias que surgiram nesse contexto”. Em paralelo, ministros holandeses se espalharam em visitas a ex-colônias como o Suriname, a países que ainda compõem o Reino dos Países Baixos - Aruba, Curaçao e Saint Maarten -, e às três ilhas caribenhas que são oficialmente municípios especiais na Holanda - Bonaire, Santo Eustáquio e Saba. Antes da cerimônia, ativistas foram à Justiça para tentar fazer com que Rutte adiasse as desculpas formais. Os grupos queriam que o pedido fosse feito apenas no aniversário de 160 anos da abolição da escravatura no país, em 1º de julho de 2023, mas os tribunais travaram a tentativa de bloquear o discurso. “Sabemos que não existe um momento bom para todos, palavras certas para todos, lugar certo para todos”, disse Rutte. Fonte: G1 Leia Também Holanda pede perdão por escravidão; ex-colônias exigem reparação CONTAGEM REGRESSIVA- Faltam dois meses para o desfile da Banda do Vai Quem Quer Anelize Lenzi será nova procuradora-geral da Fazenda Nacional Museu de Arte do Rio terá entrada gratuita até 15 de janeiro Reitores do Rio de Janeiro criam fórum em defesa da educação Twitter Facebook instagram pinterest